domingo, 2 de novembro de 2025

Mudanças na 4ª edição (2 / nov / 25)

PDF T.S. (Teologia sistemática interdenominacional) 2/11/25 4ª edição

LIVRO REMOVIDO DE LIVRARIAS, permanecendo aqui, no mediafire e no academia.edu apenas. Formato único: pdf.

https://www.mediafire.com/file/ai729bfvlz6m1t0/Teologia_Sistem%25C3%25A1tica_Interdenominacional_%252827_de_outubro_de_2025%2529_-_Roberto_Fiedler_Rossi.pdf/file

Frase motivacional de hoje "Sim, eu prefiro sacrificar 5% da minha consistência teológica logico-racional para ter mais 5% proximidade com a Palavra de Deus na teologia."


Seções novas ou atualizadas em 2 de novembro de 2025:

PREFÁCIO DO AUTOR

11.6 Pastores, Apóstolos e Evangelismo

10.5 DA ETERNA ELEIÇÃO DE DEUS (importante - eleição luterana adicionada lado a lado com a arminiana)



10.5 DA ETERNA ELEIÇÃO DE DEUS

10.5.1 Introdução: Duas Teorias da Eleição – Eleição Racional e Lógica Arminiana Reformada (10.5.2-10.5.2.8) e Eleição Luterana Baseada na Palavra de Deus (10.5.3-10.5.3.4)

Prezados leitores, que a graça e a paz de Deus Pai e da do Senhor Jesus seja convosco. Eis que adotei a eleição arminiana como bíblica desde 2019, quando que meus colegas do meu primeiro seminário presencial me convenceram, deixando a luterana de lado (que eu adotava desde, talvez, 2015).

A eleição arminiana é muito bonita, muito requintada, tem muitos argumentos filosóficos como apresentada na seção 10.5.2.1, muito cheia de ‘chiques’ “4 níveis de decretos de Deus de Armínio sobre a eleição”, mas chega um momento que Deus abre nossos olhos, nos visita confirmando, e somos vasos de barro mesmo.

Chegou o momento que eu escrevi uma Breve Confissão de Fé Bíblica (link em meu blog), e todas as doutrinas desse livro tinham base bíblica clara como cristal, incluindo Romanos sete, que fala da restauração da liberdade de escolha (conversão) do crente antes da salvação, mas a eleição arminiana, não.

A eleição arminiana é uma construção racional e lógica dos outros princípios bíblicos e das outras letras do FACTS: 1) Deus quer salvar a todos; 2) A graça é resistível; 3) A recusa em atribuir a Deus a causa da condenação. Segue-se que a eleição arminiana é baseada no arrependimento e fé pela presciência, ou, na minha visão anterior (mantida aqui), baseado na não resistência da graça, habilidade dada por Deus mediante o contato com a Palavra, o que é ortodoxo sim, é racional, lógico, faz sentido, mas simplesmente não é bíblico.

Portanto, Deus me visitou, Deus me voltou à Palavra, e não vou alterar tão rápido assim outras seções do livro em que me baseio na teoria da eleição arminiana, mas a partir da seção 10.5.3 está meu posicionamento bíblico, que creio que agrada a Deus um pouco mais, como eu dizia, mais perto da Palavra.

A eleição arminiana deste livro será mantida no lugar dela pois acredito que muitos arminianos podem se beneficiar dela, e não vão querer adotar a eleição luterana – e as referências e ligações teológicas no meio destas 800 páginas são todas baseadas na eleição arminiana, coisa que não me importo em deixar assim no momento. Simplesmente vou colocar as duas teorias da eleição lado a lado e o leitor escolhe qual vai querer. Bom, não despreze nenhuma linha teológica antes de conhecê-la, não é?

 

[...]


10.5.3 A Eleição no Ponto de Vista Luterano – Baseado na Palavra de Deus e Não na Lógica

 

Recentemente escrevi uma “Breve Confissão de Fé Bíblica”, onde eu colocava o ponto de fé e as referências bíblicas e, pasmem (!), não achei nenhuma referência bíblica na Escritura sobre o critério da eleição arminiana como defendida na seção 10.5.2 em diante por mim que defendi por aproximadamente seis anos!

A eleição calvinista realmente tenta encaixar Deus numa caixa teológica afirmando que Deus não quer salvar a todos, como é bem conhecido, e eu não a aceito, crendo que não faz jus ao retrato fiel da Escritura do Deus de Amor.

Já a eleição arminiana, embora eu a adotasse por muito tempo (desde 2019) desde que meus colegas do meu primeiro seminário presencial me convenceram, deixando a luterana de lado (que eu adotava desde, talvez, 2015), é muito bonita, muito requintada como apresentada na seção 10.5.2.1, muito cheia de ‘chiques’ “4 níveis de decretos de Deus de Armínio sobre a eleição” (aos quais agora olho torto como se fosse uma artimanha filosófica), mas chega um momento que Deus abre nossos olhos, nos visita confirmando, e somos vasos de barro mesmo.

A eleição arminiana deste livro será mantida no lugar dela pois acredito que muitos arminianos podem se beneficiar dela, e não vão querer adotar a eleição luterana – e as referências e ligações teológicas no meio destas 800 páginas são todas baseadas na eleição arminiana, coisa que não me importo em deixar assim no momento. Simplesmente vou colocar as duas teorias da eleição lado a lado e o leitor escolhe qual vai querer. Bom, não despreze nenhuma linha teológica antes de conhecê-la, não?

A eleição luterana é chamada de incondicional à revelação bíblica, pois a Bíblia não esclarece o assunto, não fala o motivo pelo qual elege alguns para a vida, mas a eleição luterana crê que em Deus, ou, como gosto de dizer, na Mente de Deus, existe uma condição racional para a eleição, não revelada na Escritura, de modo que não é arbitrária nem aleatória. Assim, em Deus é condicional, na revelação, incondicional.

A eleição luterana com vivacidade afirma que Deus elege os eleitos à vida pela graça, pelo contato com a Palavra de Deus, que produz fé salvadora em nós (Romanos 10.17)! Ao mesmo tempo rejeita a condenação dos ímpios por vontade de Deus, pois eles são condenados por si mesmos por resistir a graça de Deus, resistir ao Espírito Santo e endurecer o coração e tampar os ouvidos à Palavra. Isso é, simplesmente, bíblico. Sim, cremos na graça resistível, e por isso – pelo seu próprio pecado – o réprobo será condenado!

Assim, estou voltando à Palavra.

A vontade revelada de Deus é suficiente, inerrante e inspirada, ainda que não seja logicamente, nem racionalmente determinada.

Por eleição através da graça de Deus nós consideramos essa verdade, que todos aqueles que, pela graça de Deus somente, pelos méritos de Cristo, através dos meios de graça [para mim, a Palavra, colchetes meus], são trazidos à fé, são justificados, santificados e preservados em fé aqui no tempo, que todos estes já foram dotados por Deus com fé, justificação, santificação, e preservação na fé, e isso pelo mesmo motivo, a saber, pela graça somente, pelo amor, mérito, causa, objetivo, motivo e intento de Cristo, e através dos meios da graça. Que essa é a doutrina da Sagrada Escritura é evidente de Ef 1.3-7, 2Ts 2.13-14, At 13.48, Rm 8.29-30, 2Tm 1.9, Mt 24.22-24. LCMS – The Lutheran Church Missouri Synod (1932).

 

10.5.3.1 Ensino Luterano a Respeito do Ensino da Eleição Eterna

 

Os trechos abaixo foram retirados do Livro de Concórdia (2016):

Inicialmente, deve notar-se, com diligência, a diferença entre a presciência e a eterna eleição de Deus.

A presciência de Deus nenhuma outra coisa é senão isso que Deus sabe todas as coisas antes de elas acontecerem, conforme está escrito: "Mas há um Deus nos céus, o qual revela os mistérios; pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias", Daniel 2.28.

Essa presciência se estende igualmente sobre os bons e os maus, não sendo, porém, causa do mal nem do pecado, causa que leve à prática do mal (o que, originalmente, procede do diabo e da má e perversa vontade do homem). Também não é a causa da perdição dos homens, pela qual eles mesmos são culpados. A presciência de Deus apenas regula o mal e lhe fixa limite quanto à duração, fazendo com que tudo, não obstante seja mau em si mesmo, sirva à salvação de seus eleitos.

A predestinação ou eterna eleição de Deus, entretanto, diz respeito apenas aos piedosos, agradáveis filhos de Deus, sendo uma causa da salvação deles, a qual ele também prova, e ordena o que a ela pertence. Sobre ela, nossa salvação se funda de maneira tão firme que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela" [Mt 16.18, Jo 10.28].

Não se deve perscrutar essa predestinação divina no secreto conselho de Deus, porém cumpre buscá-la na Palavra, onde foi revelada.

Mas a palavra de Deus nos conduz a Cristo, que é o "Livro da Vida" [Fp 4.3, Ap 3.5, Ap 20.15], no qual estão inscritos e eleitos todos os que devem ser eternamente salvos, conforme está escrito: "Nele (em Cristo) nos escolheu antes da fundação do mundo" (Ef 1.4)

Esse Cristo chama a si todos os pecadores e lhes promete refrigério Seriamente quer que todos os homens venham a ele e permitam se lhes ajude [Mr 9.2,9,13,22,29,35,37, 11.28]. A eles se oferece na Palavra e quer que a ouçam e não fechem os ouvidos ou a desprezem. Além disso, promete o poder e a operação do Espírito Santo, assistência divina para perseverança e vida eterna.

Não devemos, por isso, avaliar essa nossa eleição para a vida eterna com base na razão, nem com fundamento na lei de Deus, que nos conduzem ou a uma vida estabanada, dissoluta, ou no desespero, e despertam pensamentos perniciosos no coração dos homens. Enquanto seguem a sua razão, dificilmente podem esquivar-se de pensar consigo mesmos: Se Deus nos elegeu para a salvação, não posso ser condenado, faça eu lá o que fizer. E por outro: Se não sou eleito para a vida eterna, de nada me vale o bem que faço é tudo em vão.

Mas isso deve ser aprendido unicamente do santo evangelho concernente a Cristo, evangelho em que se testifica claramente de como "Deus a todos encerrou na obediência, a fim de usar de misericórdia para com todos", e que ele não quer que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento e creiam no Senhor Jesus Cristo [Rm 11.32, Ez 33.11, 18.23, 1Tm 2.6, 1Jo 2.2].

Quem se ocupa, assim, com a vontade revelada de Deus, e segue a ordem observada por São Paulo na Epistola aos Romanos, o qual, primeiro, orienta os homens ao arrependimento, ao reconhecimento dos pecados, à fé em Cristo, à obediência a Deus, antes de falar do mistério da eterna eleição de Deus, a esse tal doutrina é proveitosa e consoladora.

As palavras "muitos são chamados, mas poucos escolhidos" [Mt 20.16] não significam que Deus não quer salvar a todos. A causa é que ou, de todo, não ouvem a palavra de Deus, senão que, voluntariosamente, a desprezam, endurecem ouvidos e coração e, destarte, obstruem a via ordinária do Espírito Santo, de modo que ele não pode levar a efeito sua obra neles, ou, quando a ouviram, tornam a não lhe dar importância e deixam de atentar nela. Culpado disso não é Deus ou sua eleição, porém a malicia deles [2Pe 2.2, Lc 11.49,52, Hb 12.25].

E o cristão deve ocupar-se com o artigo da eleição eterna conforme foi revelado na palavra de Deus, que nos propõe Cristo como o "Livro da Vida", livro que ele nos abre e revela pela pregação do santo evangelho, conforme está escrito: "E aos que predestinou, a esses também chamou" [Rm 8.30]. Nele, devemos procurar a eterna eleição do Pai, o qual, em seu eterno, divino conselho, resolveu que a ninguém quer salvar exceto aqueles que reconhecem o seu Filho, o Cristo, e verdadeiramente nele creem. O cristão deve banir outras cogitações, que não fluem de Deus [...], [sabendo, na verdade,] que fomos eleitos em Cristo para a vida eterna puramente de graça, sem qualquer mérito nosso, e que ninguém pode arrancar-nos de sua mão.

Além disso, devemos diligenciar ao máximo por viver de acordo com a vontade de Deus e, como admoesta S. Pedro, "confirmar a vossa vocação" [2Pe 1.10]. Devemos, especialmente, ater-nos a palavra revelada, que não nos pode e não nos vai faltar.

Dá-se a Deus sua honra inteira e plenamente, que ele, somente por pura misericórdia, sem qualquer mérito nosso, nos salva "segundo o propósito [Ef 1.11] da sua vontade. Além disso, também não se dá a ninguém causa para vida rude, desenfreada. Livro de Concórdia (2016).

 

Adicionalmente, a eleição de Deus é completa:

A eterna eleição de Deus, porém, não só vê e sabe antecedentemente a salvação dos eleitos, mas, por graciosa vontade e beneplácito de Deus em Cristo Jesus, também é causa que cria, opera, ajuda e promove a nossa salvação e tudo o que ela pertence.

Neste seu conselho, propósito e ordenação, Deus não só preparou a salvação em geral, senão também graciosamente considerou e elegeu para a salvação as pessoas dos eleitos cada qual e todas que devem ser salvas por Cristo e também ordenou que, da maneira que [Deus) quer, por sua graça, dons e operação, fazê-los chegar a isso, ajudar, promover, fortalecer e conservar. Livro de Concórdia (2016).

 

Acerca das características dos eleitos:

Ef 1.11,13: Aqueles que, segundo o propósito, são predestinados para a herança, esses ouvem o evangelho, creem em Cristo, oram e agradecem, são santificados no amor, tem esperança, paciência e consolo sob a cruz. Rm 8.25. Livro de Concordia (2016)

 

Todo eleito foi chamado pela Palavra, e recebeu graça, poder e capacidade de Deus:

O Espírito Santo concede graça, poder e capacidade por intermédio da palavra pelo qual nos chama. Livro de Concórdia (2016).

 

O que resiste a Palavra será endurecido, rejeitado e condenado:

A causa de 'muitos serem chamados, mas poucos escolhidos" (Mt 20.16): Deus decretou em seu conselho que vai endurecer, rejeitar e condenar aqueles que são chamados pela palavra, se repelem a palavra, resistem e perseveram em resistir ao Espírito Santo, o qual, neles, quer ser eficaz e quer operar pela palavra. A maioria rejeita a palavra e não quer vir para as bodas (Mt 22.5). Livro de Concórdia (2016).

 

A graça de Deus é universal, e Cristo seriamente quer que ouçamos a Palavra:

Cristo, no qual somos eleitos, oferece a sua graça a todos os homens na palavra e nos santos sacramentos e, seriamente, quer que a ouçamos, e prometeu que onde 'dois ou três 'se reunirem em seu nome e se ocuparem com sua santa palavra, haveria de querer estar 'no meio deles". Livro de Concórdia (2016).

 

Acerca do propósito da pregação da doutrina da eleição:

A Escritura não propõe essa doutrina senão de forma que, por ela, nos remete à palavra, Ef 1.13, 1Co 1.21,30,31, exorta-nos ao arrependimento, 2Tm 3.16, insta por vida piedosa, Ef 1.15, Jo 15.16,17,3,4,10,12, fortalece a fé e toma-nos certos de nossa salvação, Ef 1.9,13,14, Jo 19.27-30, 2Ts 2.13-15. Livro de Concórdia (2016).

 

10.5.3.2 Ensino Luterano a Respeito do Ensino Equivocado da Eleição

 

De acordo com o Livro de Concórdia (2016):

Cremos e mantemos o seguinte quando a doutrina da graciosa eleição de Deus para a vida eterna é ensinada de modo tal que cristãos entristecidos não se podem confortar nela, mas, por ela, são levados à pusilanimidade [fraqueza de animo, falta de energia, de firmeza, de decisão) ou ao desespero, ou de modo a fortalecer os impenitentes em seu capricho, tal doutrina não é tratada de acordo com a palavra e a vontade de Deus, senão em harmonia com a razão e o impulso do abominável Satã. Porque, como testifica o apóstolo [Romanos 15.41, tudo quanto foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança. Rejeitamos, por isso, os erros que seguem:

1. Quando se ensina que Deus não quer que todos os homens se arrependam e creiam no evangelho,

2. Também, que Deus, quando nos chama a si, não quer, seriamente, que todos os homens venham a ele,

3. Da mesma forma, que Deus não quer que todos sejam salvos, mas desconsiderados seus pecados, são destinados à condenação pelo mero conselho, propósito e vontade de Deus, de modo que ninguém (nenhum destes) pode ser salvo;

4. Igualmente, que não é apenas a misericórdia de Deus e o santíssimo mérito de Cristo, mas que também há em nós uma causa da eleição de Deus, em virtude da qual Deus nos elegeu para a vida eterna.

Essas são, todas elas, blasfemas e terríveis doutrinas errôneas, com as quais se tira aos cristãos todo o conforto que tem no santo evangelho e no uso dos santos sacramentos, não devendo, por isso, ser toleradas na igreja de Deus. Daí, todo cristão simples, orientado pela palavra de Deus e seu catecismo, pode perceber o que é certo e o que é errado, já que não apenas é declarada a doutrina pura, mas também repudiada e rejeitada a doutrina errônea a ela contrária, e, assim, as ofensivas divisões que ocorreram são radicalmente decididas.

Que o Deus todo-poderoso e Pai de nosso Senhor Jesus nos conceda a graça de seu Espírito Santo, para que todos sejamos unidos nele e, constantemente, permaneçamos nessa unidade cristã, que lhe é agradável. Amém.

 

10.5.3.3 Romanos 9.22 e 23 ensinam a dupla predestinação?

E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição, para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia que para glória já dantes preparou (Romanos 9.22.23)

 

Os versos acima, se com cuidado notados, não ensinam a fatalidade da dupla predestinação, que alguns são rejeitados e ignorados desde a eternidade sem chance de serem salvos. Na eleição à salvação desde a eternidade nós cremos. Mas Deus da chance a todos, conforme a Escritura, e conforme Ele mesmo me falou comigo em particular há muito tempo. Ora, a diferença do verso 22 (preparados para a perdição) para o 23 (preparados para a glória) é que apenas os eleitos são predestinados: "para glória já dantes preparou no v.23", ou seja, desde a eternidade). Os vasos preparados para a perdição no v. 22 não são ditos que são preparados para a perdição num tempo anterior como é falado dos eleitos, e não se acha na Escritura frases como "dantes preparados para a perdição", ou "predestinados para a perdição", etc. Assim concluímos que os vasos preparados para a perdição são preparados durante suas vidas por terem rejeitado o Senhor, e não por terem sido predestinados, pois Deus quer salvar a todos, e a Escritura é inerrante.

O apóstolo diz claramente que Deus suportou com muita longanimidade os vasos da ira'. Não diz que fez vasos de ira. Pois se tal houvera sido sua vontade, não teria necessidade de grande longanimidade. Quanto a serem preparados para a perdição, disso é culpado o diabo e os homens, não Deus. Livro de Concórdia, 2016.

Lund e Nelson, em Hermenêutica (2007), afirma sobre Jacó a Esaú:

O uso do amar e aborrecer (ou amar e rejeitar) era para expressar preferência de uma coisa à outra. Tanto é assim que, por exemplo, ao lermos, "Amei a Jacó, e aborreci a Esaú" (Rm 9.13), devemos compreender: preferi Jacó a Esaú. (ver também Dt 21.15; Jo 12.25; Lc 14.26; Mt 10.37).

 

10.5.3.4 Adaptando-se

Após escrever a Breve Confissão de Fé Bíblica e publicar o esboço no blog, pude ver que há base bíblica para toda a soteriologia deste livro, expiação de Cristo de dois aspectos, graça preveniente, liberdade de escolha restaurada (Rm 7), regeneração, justificação, santificação, perseverança etc. Mas a salvação (e conversão genuína) não é pelo fato de eu não resistir a Deus, mas pela graça de Deus, por meio da fé, que vem pela Palavra.

Assim, não me importo em dizer que o livre-arbítrio que cito no livro é muito limitado (é Deus quem o usa pela Graça) e baseado em “13.6 Considerações sobre o Livre-Arbítrio” e nessa teoria da eleição, para mim é natural que Deus faça tudo, conduza e efetive a salvação daquele que tem contato genuíno com a Palavra e anda em humildade e temor diante de Deus – o Senhor o levará para o arrependimento genuíno e para a fé salvadora por quaisquer meios sejam necessários.

Atualmente, após escrever a Breve Confissão de Fé Bíblica, prefiro o termo “liberdade de escolha” restaurado a “livre-arbítrio”, pois, ainda que seja real, o querer e efetuar do “livre-arbítrio”, que pode ser chamado de servo-arbítrio, é e sempre será de Deus.

 

10.5.3.5 Conclusão

Deste modo, deixe essas 2 teorias da eleição de lado – arminiana e calvinista -- e fique com a eleição luterana: salvos incondicionalmente segundo a revelação, mas Deus têm seus critérios ou condições não revelados, pela graça (Porque pela graça sois salvos Ef 2.8) pelos méritos de Cristo (E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos At 4.12). O homem pode resistir à graça (Jerusalém quantas vezes eu quis... e tu não quiseste! Mt 23.37) e o Espírito quer ser eficaz (chamados segundo o propósito Rm 8.28) e salvar a todos (quer que todos os homens se salvem 1Tm 2.3,4). Fé é um dom/dádiva (por meio da fé: e isto não vem de vós, é dom de Deus Ef 2.8) gerado pelo Espirito Santo (O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu Jo 3.27) que vem por ouvir a Palavra (a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus Rm 10.17) e Jo 17.20 ACF (E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim). Ao que O resiste e não ouve a Palavra o Espírito o ignora e a pessoa não pode se conformar com a doutrina da graciosa eleição. Não só fé, mas também o arrependimento é dado por Deus: 2Tm 2.25 diz: instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade. Essa é a vontade revelada de Deus através da sua Palavra.

Deus salva onde e como ele quer (Livro de Concórdia, 2016).

Com essa vontade revelada de Deus é que devemos ocupar-nos, para que a sigamos e nela sejamos diligentes, porque o Espírito Santo confere graça, poder e capacidade por intermédio da palavra pelo qual nos chama. Não devemos perscrutar [analisar] o abismo da oculta presciência de Deus, como está escrito em Lc 13.23,24, onde alguém pergunta: 'Senhor, são poucos os que são salvos?" e Cristo responde: 'Esforçai-vos por entrar pela porta estreita" (...). Livro de Concórdia (2016).

Amém.


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