domingo, 22 de junho de 2025

Compl. 9 à teologia sistemática: Ira vs Amor de Deus Pai no Antigo Testamento

Graça e paz

Complementação à seção: 10.2.1.2 A Antiga e a Nova Aliança, os Sacrifícios de Animais e o
de Cristo com foco na Expiação e Justificação 

Fausset diz:
Comentário de A. R. Fausset (1866, Hb. 9.23): “O pecado do homem introduziu um elemento de desordem nas relações de Deus e Seus santos anjos em relação ao homem. A purificação remove este elemento de desordem e muda a ira de Deus contra o homem no céu (projetado para ser o lugar de Deus revelando Sua graça aos homens e anjos) em um sorriso de reconciliação [pelo Sangue de Jesus, colchetes meus]. Compare “paz no céu” (Lucas 19.38). “O céu incriado de Deus, embora em si uma luz imperturbável, ainda precisava de uma purificação [reconciliação Deus-homem em Cristo], na medida em que a luz do amor foi obscurecida pelo fogo da ira contra o homem pecador” [Delitzsch in Alford]..."

Muitos disseram na história, assim como alguns dizem hoje, que o Deus "irado" do Antigo Testamento era diferente do Deus amoroso do Novo Testamento.

Mas o que ocorreu na prática?

O pecado de Adão separou o homem e Deus, e não havia plena reconciliação no AT, nem plena paz. Isso veio com Cristo.

Amor/ira

O Pai muitas vezes no Antigo Testamento mostra Seu amor. Diversas outras vezes, Sua ira. No Novo Testamento, mostra Seu amor à Igreja, e sua ira aos apóstatas, como os fariseus, com Ananias e Safira, e naquele falso profeta que ficou cego (Atos). É o mesmo Deus.

Mas a ira e o amor, em suas origens, são sentimentos diferentes?

Não. Mais uma evidência de que é o mesmo Deus, e Ele não muda / é imutável.

A ira de Deus vêm do ciúme do mesmo amor que abençoa. Ciúme benigno para proteger um relacionamento ou vingá-lo quando quebrado, pois o plano de Deus a todos e cada um é união em bênçãos com Cristo.
Só que os salvos no AT não tinham plena reconciliação nem paz com Cristo, além de que não havia plena expiação, o que muitas vezes atraía a ira de Deus (ciúme benigno) que vem do amor quando eles eram desobedientes, mas na nova aliança (superior à antiga segundo Hebreus) há plena paz e reconciliação em Cristo, o que faz com que Deus nunca realmente se ire com o salvo, que também é nascido de novo (lembrando que a disciplina de Deus é por amor, e que o salvo, em geral, é escravo de Cristo e tende a obedecer a Deus).

É isso.

Espero que tenham gostado.

Deus abençoe

Roberto Fiedler Rossi

sábado, 21 de junho de 2025

O Pai se separou de Jesus na cruz quando este carregou os pecados do mundo? Complementação número 8 à T.S.

Mistério: Jesus foi separado do Pai, ainda que apenas em Sua humanidade, quando carregou os pecados do mundo e sofreu a agonia do inferno na cruz? Quando clamou "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste"?

Muitos criam heresias aqui.

Vamos direto à resposta: Não, nunca foi separado do Pai nem em Sua natureza humana, muito menos na divina, graças a Deus.


Desenvolvimento do raciocínio

Em João 16 (abaixo) Jesus diz profetizando ou declarando que o Pai estará com Ele no sofrimento. Isaías 53 (abaixo), que fala de Jesus, diz que quem via Jesus daquele jeito na cruz era quem o reputava por aflito, ferido de Deus, oprimido e separado Dele, mas, pelo contrário, o capítulo é cheio de bênçãos e profecias lindas ao Salvador, e fala em todo o momento que Jesus sempre esteve em perfeita obediência ao Pai, agradando-Lhe até na cruz, e assim unido ao Pai, até quando carregava o pecado do mundo, e não em desobediência, nem separação. A Bíblia responde esse mistério com sucesso.


versículos


E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (Mateus 27:46 acf)


Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos cada um para sua parte, e me deixareis só; mas não estou só, porque o Pai está comigo. (João 16:32 acf)


Isaías 53

1 Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?

2 Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.

3 Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.

5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.

7 Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.

8 Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido.

9 E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.

10 Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.

11 Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.

12 Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores (Isaías 53:1-12 acf)


Conclusão

Deus desamparou Jesus: deixou de cuidar dele / ampará-lo por um momento em Seu sofrimento agonizante como o inferno, mas separação nenhuma houve.

O dicionário do Google diz em desamparar no sentido que isso quer dizer: "deixar de dar ajuda material ou moral, deixar de dar amparo." Mas isso não significa separação/separar o que estava unido (Pai/Filho), pois esse último significado é contrário a outras partes da Escritura, que não é contraditória, mas inerrante. A Escritura, a Bíblia, a Palavra de Deus não se contradiz.


Isso, no futuro, entrará para a Teologia Sistemática Interdenominacional, na Cristologia.


Graça e paz


Roberto

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Download dos PDFs de TODOS os meus livros gratuitamente, links atualizados AQUI

Graça e paz

Compartilhem para edificação do Corpo de Cristo

Amém

Roberto Fiedler Rossi


*NOVIDADE*

Teologia Sistemática Interdenominacional (Jan. 2025, 3a ed.):

https://www.mediafire.com/file/btbf6z0h24zwq83/Teologia+Sistemática+Interdenominacional+(2025)+-+Roberto+Fiedler+Rossi,+Clube+de+Autores.pdf/file


A Bíblia Sagrada: Inerrância, Supostas Contradições, Versões, Texto Recebido e Crítico:

https://www.mediafire.com/file/12v913sgnmvvlmc/A_B%25C3%25ADblia_Sagrada_-_Inerr%25C3%25A2ncia%253B_Supostas_Contradi%25C3%25A7%25C3%25B5es%253B_Vers%25C3%25B5es%253B_Texto_Recebido_e_Cr%25C3%25ADtico.pdf/file

A Santidade do Cristão (2ª ed.):

https://www.mediafire.com/file/noygmeqkxm4m8dy/A_Santidade_do_Crist%25C3%25A3o_-_Teoria_e_Aplica%25C3%25A7%25C3%25B5es_-_2%25C2%25AA_ed._-_Roberto_Fiedler_Rossi.pdf/file

Comentário Abreviado da Epístola de Paulo aos Romanos (3ª ed.):

https://www.mediafire.com/file/cajwr3f3z4ti0av/Coment%25C3%25A1rio_Abreviado_da_Ep%25C3%25ADstola_de_Paulo_aos_Romanos_3a_ed._jun._2024_Roberto_F_Rossi.pdf/file

É Melhor SER do que TER: Provérbios Selecionados e Comentados:

https://www.mediafire.com/file/0vw1pp8edyxtx2a/%25C3%2589_Melhor_Ser_do_Que_Ter_-_Prov%25C3%25A9rbios_Selecionados_e_Comentados_-_Clube_de_Autores.pdf/file

O Crente e a Depressão:

https://www.mediafire.com/file/llfczh15mvslu9v/O_Crente_e_a_Depress%25C3%25A3o.pdf/file

Provérbios Selecionados, 4ª edição:

https://www.mediafire.com/file/fgygwusp4t2ix7h/Prov%25C3%25A9rbios_Selecionados_-_4%25C2%25AA_Ed.%252C_Roberto_Fiedler_Rossi.pdf/file

Felicidade na Bíblia:

https://www.mediafire.com/file/slpttuc2my0whkl/Felicidade_na_B%25C3%25ADblia_-_Roberto_Fiedler_Rossi.pdf/file

A Bíblia e a Homossexualidade:

https://www.mediafire.com/file/b37zdv5pg4n9fs6/A_B%25C3%25ADblia_e_a_Homossexualidade.pdf/file


Livros mais antigos:


Comentário Bíblico do Sermão do Monte (2ª ed.):

https://www.mediafire.com/file/9sqlw4na68wctsv/Comentário+Bíblico+do+Sermão+do+Monte,+2ª+ed..pdf/file

Teologia do Deus Perfeito:

https://www.mediafire.com/file/c9rspbxtgbfwqb7/Teologia+do+Deus+Perfeito.pdf/file

A Vitória do Senhor Deus sobre os deuses:

https://www.mediafire.com/file/f73h9pazdgdf6cy/A+Vitória+do+Senhor+Deus+sobre+os+deuses.pdf/file

Amarás ao teu próximo como a ti mesmo e o Amor-próprio:

https://www.mediafire.com/file/ykrxkq9kly1t850/Amarás+ao+teu+próximo+como+a+ti+mesmo_+e+o+Amor-Próprio+-+Roberto+Fiedler+Rossi.pdf/file



sábado, 14 de junho de 2025

Mensagem para Edificação (14/jun/25)

Mensagem para Edificação (14/jun/25)

Autor: Roberto Fiedler Rossi

 

Introdução

 

Muitos de nós cristãos - se bem ensinados e se andamos com Ele no Caminho - convidamos o Senhor para estar na nossa família, andando junto com nossos filhos e cônjuges no temor do Senhor. Muitos de nós convidamos o Senhor na hora de fazer escolhas, o que é bom e agradável... e correto. Às vezes, erramos. Às vezes, decidimos mal. E nos prostramos aos pés de Jesus para o Pai desfazer as consequências más das nossas escolhas passadas, e para que tudo contribua para o bem dos que amam a Deus, que é o nosso bem, e do bem da Obra de Deus em nossas vidas e dos que estão ao nosso redor, pois fomos chamados segundo o Seu propósito de sermos conforme a imagem de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Justo juiz.

Quem você quer ser no futuro? Reflita. O que querem que pensem dos vossos nomes no futuro?

Não é do homem planejar e cumprir estritamente falando (como escreveu Tiago), isso é de Deus. Mas ao homem é lícito planejar eficazmente para a glória de Deus, não para enriquecimento e engrandecimento próprio.

 

Primeira parte

Você convida o Senhor para suas escolhas financeiras de longo prazo?

 

Vamos falar de bens materiais caros que alguns querem comprar daqui a longos anos.

Vamos supor que você é um jovem, ou uma pessoa adulta de 30-50 anos que entrou em um emprego decente e que está a fazer um planejamento dos 30 próximos anos da sua vida. O que você planeja fazer com seu dinheiro em dez, vinte ou trinta anos? Deseja nos próximos cinco ou dez anos comprar um carro luxuoso e grande? Em primeiro lugar, um bem assim é passivo, não ativo, tira dinheiro da sua conta. Em segundo lugar, precisa mesmo de carro, ou não há transporte público decente em sua cidade? Em terceiro lugar, um carro menor não serve? Um carro padrão, não luxuoso, embora com um bom motor não seria o suficiente? Você pensa grande para a sua glória ou para a glória de Deus? Vai gastar o valor de dois ou três carros populares em um segundo sua ambição e o que vai fazer para o Senhor? Se você comprasse um carro menos luxuoso poderia alimentar muitas famílias em dez anos, e a manutenção, seguro e impostos seriam bem mais baratos (talvez isso tudo junto seria três ou quatro vezes mais barato com um carro adequado!), de modo que poderia alocar o dinheiro em outra coisa... se o carro não quebra facilmente, se é seguro e se tem um certo conforto e espaço mínimo, e se dá para fazer boas ultrapassagens na estrada sem correr perigo, que mal há?

Você é um filho de Deus. Precisa mesmo de luxo? O seu mestre não teve luxo. Os apóstolos não tiveram luxo. Precisa de aplausos? Às vezes menos é mais. Achas mesmo que daqui a 30, 50 anos quando tiver certa idade, isso – seu padrão de vida – vai te dar contentamento? Ou será que ajudar em tudo o que puder o próximo em nome de Jesus a quem não tem nem comida na mesa, o próximo que você realmente pode ajudar, ainda que poucas famílias ao ano, ainda que sejam poucos os moradores de rua que você ajudar, poucos pedintes, algum adotado ou apadrinhado que você pode adotar... ou quem sabe trabalhadores árduos ao Sol no farol de sua cidade, será que isso não vai te dar contentamento em sua idade mais experiente?

Você, jovem, adulto, de trinta, quarenta, cinquenta, senhor(a) de sessenta anos, você tem muito ainda pela frente. Qual é o seu objetivo?

Se você diz: “Moro de aluguel numa cidade grande cujos imóveis são caros.” (um exemplo), e quer escolher uma casa ou apartamento para comprar nos próximos dez a trinta anos, o que faria? De fato, normalmente é bom sair do aluguel para uma casa própria, de fato é bom ter um imóvel só seu. Está vendo isso pelo olhar de Deus? É para a sua glória ou para a glória de Deus? Você juntará um valor altíssimo para você luxar, como um apartamento de alto ou altíssimo padrão? Ou você não pensa que se comprasse um apartamento de metade do valor, pois dependendo do caso há valores de condomínio para esse valor de imóvel que custam metade do apartamento de luxo citado anteriormente, no que chego à conclusão que você poderia arcar com o mesmo salário dois apartamentos em vez de um, um para sua família em médio prazo, e um para seu filho(a) e a futura família dele(a) a longo prazo?

E casa? Reconheço que há casas que são muito mais caras que apartamentos (e vice-versa dependendo do caso), e reconheço que há casas de condomínio, isso tudo deve ser levado em consideração. Dependendo do país, da cidade, do bairro, há casas de condomínios (caso deseje pelo menos vigilância ou segurança 24h) tão boas como apartamentos de médio padrão, só que em vez de pagar caro no condomínio e mais outra fortuna de IPTU, você paga condomínio – e segurança – com IPTU incluso de um quarto do valor! Um gasto a menos é como uma dívida a menos, invista em outro lugar, mas não pense só em si mesmo.

Não citei nem estúdios (imóveis muito pequenos) nem terrenos para construção, no caso.

Não é bobagem pensar racionalmente no futuro que você pode planejar, e conquistar se isso for da vontade do Senhor, por isso ore, converse com o Senhor.

De fato, cada caso é um caso.

 

Segunda parte

A Vontade do Senhor: A Grandeza de Deus e a Pequenez do Homem

 

Ore: o que Deus quer de mim? O que Deus requer dos homens?

A quem muito Deus dá (materialmente, espiritualmente, financeiramente etc.), muito será cobrado...

Deus já respondeu isso em Sua Palavra, não é necessária aqui revelação divina em sonho:

Mateus 25.34ss Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;

35. Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;

36. Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes me ver.

37. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? Ou com sede, e te demos de beber?

38. E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? Ou nu, e te vestimos?

39. E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?

40. E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando fizestes a um destes meus pequeninos irmãos [teu próximo, colchetes meus], a mim o fizestes.

41. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;

42. Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;

43. Sendo estrangeiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes.

44. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?

45. Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.

46. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.”

Outros versículos são:

Romanos 12.2-3 E não sejais conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.

Quem é você, para pensar de si mesmo além do que convém? Quer ter um busto com seu rosto? Quer ser grande? Quer ser vice-presidente de uma grande instituição? Todos os seres humanos são iguais. Deus lhes distribui e delega recursos e responsabilidades.

 

Você nunca será grande!

Inútil é o seu esforço de te fazer um grande nome! Isso é a vontade de Satanás, que quis ser como Deus, e que convenceu a Eva a tentar ter um nome e capacidades como a de Deus.

Pois bem, Satanás e Eva conheceram a morte no pecado, e levaram outros juntos.

Você é um ser humano, sim, e só. Parabéns.

Sabe quem é grande?

 

DEUS.

 

Salmo 147

1. Louvai ao Senhor, porque é bom cantar louvores ao nosso Deus, porque é agradável; decoroso é o louvor.

2. O Senhor edifica a Jerusalém, congrega os dispersos de Israel.

3. Sara os quebrantados de coração, e lhes ata as suas feridas.

4. Conta o número das estrelas, chama-as a todas pelos seus nomes.

5. Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; o seu entendimento é infinito.

6. O Senhor eleva os humildes, e abate os ímpios até à terra.

7. Cantai ao Senhor em ação de graças; cantai louvores ao nosso Deus sobre a harpa.

8. Ele é o que cobre o céu de nuvens, o que prepara a chuva para a terra, e o que faz produzir erva sobre os montes;

9. O que dá aos animais o seu sustento, e aos filhos dos corvos, quando clamam.

10. Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz nas pernas do homem.

11. O Senhor se agrada dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia.

12. Louva, ó Jerusalém, ao Senhor; louva, ó Sião, ao teu Deus.

13. Porque fortaleceu os ferrolhos das tuas portas; abençoa aos teus filhos dentro de ti.

14. Ele é o que põe em paz os teus termos, e da flor da farinha te farta.

15. O que envia o seu mandamento à terra; a sua palavra corre velozmente.

16. O que dá a neve como lã; espalha a geada como cinza;

17. O que lança o seu gelo em pedaços; quem pode resistir ao seu frio?

18. Manda a sua palavra, e os faz derreter; faz soprar o vento, e correm as águas.

19. Mostra a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e os seus juízos a Israel.

20. Não fez assim a nenhuma outra nação; e quanto aos seus juízos, não os conhecem. Louvai ao Senhor.

 

O Senhor manda a sua chuva e o seu Sol sobre maus e bons, como disse Jesus.

Será que o homem, com toda a sua capacidade e tecnologia, já trouxe paz mundial? Já acabou com a fome? Bem, o homem não quer isso. Pelos menos não os poderosos.

Será que o homem, com toda a sua tecnologia, já criou chuva sobre a terra seca, sobre a África, sobre o sertão do Brasil?

Será que o homem é capaz mesmo de fazer justiça nesse mundo, sendo ele mesmo injusto? Ou é uma justiça relativa?

Pois bem, vem mesmo o dia que o Senhor extirpará a seca, a fome, o mal, os demônios, o ímpio, a morte, o choro, a dor, a enfermidade e a injustiça da Sua presença. Vem vindo o grande dia do Senhor.

 

Falando da grandeza de Deus, que pensam vós de Deus? Sabia que o Senhor sabe quantos fios de cabelo você tem na cabeça, e quantos acabaram de se soltar do seu couro cabeludo, mesmo estando em meio a tantos outros fios de cabelo presos à sua cabeça?

Se não é suficiente, o Senhor nosso Deus Trino sabe quantos grãos de areia existem nas praias... nos desertos... abaixo dos oceanos... um a um.

Se não é suficiente, o Senhor chama as estrelas pelo nome! Numa rápida pesquisa no Google, “estima-se que haja de 100 a 400 bilhões de estrelas apenas na nossa galáxia, a Via Láctea. É estimado que haja 2 trilhões de galáxias no céu observável pelos telescópios.” E na parte do Universo inatingível ou inalcançável pelos telescópios? Deus sabe. Deus conta. Deus chama uma a uma por nome.

Se não é suficiente, Deus está além do Universo (sendo maior do que ele), além do tempo, espaço e matéria... Deus criou o Paraíso, morada dos anjos, seres espirituais...

Se não é suficiente, Deus já era e existia antes que houvesse Universo ou Paraíso.

 

Terceira Parte

A Grandeza de Deus revelada na nossa Realidade

 

Se não for suficiente, Deus se revelou no nosso planetinha, planeta Dele na verdade, e nos deu mandamentos e instruções, que não são para nos limitar, mas para que nós fizéssemos o que é bom, próspero diante Dele e agradável: os mandamentos compõem o retrato do Deus Santo e de Amor, não são regras de proibições, mas para que os Seus filhos em Cristo andassem em conformidade com o Seu caráter.

Deus ama e é Amor – por isso, ama teu próximo.

Deus é Bom – por isso, aja com bondade.

Deus é Santo – por isso, seja separado do mal.

Deus não peca – o pecado é o oposto da vontade de Deus, é escravidão;

Deus é Livre – somos livres pelo Sangue de Jesus para fazer a justiça, oposto de pecado (a liberdade do mundo não é liberdade, é escravidão aos prazeres e costumes mundanos);

Deus existe em Comunidade – por isso, não se isole da sociedade e do mundo;

Deus sabe que é o único Deus verdadeiro – por isso, não adore ídolos;

Deus sabe tudo – não tenha a ciência como sua religião (ou como sua regra de fé) se esta contradiz a Palavra inerrante e inspirada de Deus;

Deus abomina algumas coisas – por isso, não as faça, não veja filme de terror, por exemplo...

Deus é Sábio e diz que quer nos dar sabedoria – por isso, tema a Deus que é o princípio de todo conhecimento verdadeiro e sabedoria verdadeira, não seja tolo diante de Deus, humilha-te perante o Senhor!

Deus criou as leis da natureza, da Física, da Biologia e da Química... Deus criou a Lógica... A ciência tem muito ainda a descobrir, não chega à “unha do pé” de Deus!

Deus é DEUS!

Sua vontade é boa, perfeita e agradável!

Ele É!

 

Quarta Parte

Jesus, o EU SOU, o Grande Deus

 

Se não for suficiente, Deus se fez carne: a Palavra (Espírito) se fez carne (ser humano) e habitou entre nós, cheio de graça e verdade. A divindade assumiu a humanidade no ventre de Maria quando era virgem, pois ela concebeu pelo Espírito Santo, de modo que o Santo que dela nasceu foi chamado e é chamado de Filho de Deus. Nada é impossível para Deus!

Os guardas tentaram prender Jesus antes da hora no evangelho de João, e apenas com um discurso Jesus fez o guarda voltar de mãos vazias: “Ninguém assim falou como esse homem!”

Judeus rebeldes levaram Jesus até o topo de um monte para jogarem-no de lá, e Ele passou por meio deles sem dificuldade.

Lázaro estava morto por quatro dias, cheirava mal, e por uma só palavra Jesus imediatamente o ressuscitou! Olha, curar é uma coisa. Trazer à vida novamente depois de quatro dias apodrecendo é uma coisa bem diferente.

Os soldados romanos com Judas, ao escutar a voz de Jesus dizendo: “EU SOU!”, caíram todos ao chão!

O Senhor se levantou contra o Império Romano do Ocidente que afrontou a Igreja e o destruiu (Ap 19)!

O Senhor fundou céus e terra, e um dia os renovará com fogo!

O Senhor é Rei sobre a morte e o inferno! Ele tira a vida e devolve a vida a quem Ele quer!

Quem discutirá com Ele?

Quem Lhe ensinou?

Quem Lhe disse: faça de outro jeito?

Eis que somos menos do que nada perante o Senhor em nossa compreensão carnal, mas o mesmo Deus nos deu valor!

Nos amou!

Nos fez sermos filhos adotados DELE!!

Em Jesus temos valor!

Glória a Deus!

 

Conclusão

Tens Tu Fé? Qual o Fruto desta Fé? Como o Senhor te Chamaria Hoje?

 

Meditemos num último versículo.

Romanos 14.22. Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus...

Tens tu fé? Deus te deu essa fé! Não é mérito teu! Jesus é o autor e consumador da nossa fé!

Pensas em ti ainda?

Glorias-te (orgulhas-te) em teus feitos, status, posição, fama, poder, dinheiro ainda, ou no que o Senhor fez por ti?

Quem és tu?

Sim, ser humano, e, se salvo, filho de Deus para sempre. Sim, tu tens valor. Todo ser humano tem um certo valor intrínseco, mas agora, voltemos às questões iniciais.

O que você quer fazer nos próximos dez, vinte ou trinta anos?

Quer gastar tudo e investir em si mesmo? Ou investir no reino de Deus? Dividir com quem não tem o que você tem?

Somos aquilo que Deus diz que somos, disse John Owen.

E muitas vezes somos mesmo aquilo que somos diante de Deus em oração.

Qual seu relacionamento com Deus? Está sendo cultivado?

Sinto dizer, se você nem mesmo tem um profundo relacionamento com Deus, como ajudará o próximo? Como olhará nos olhos no necessitado e ministrará para ele no nome precioso de Jesus?

Primeiro pense em você e Deus.

Pense, agora, em sua família e Deus, se você tiver família.

Agora, pense em trabalhar para a glória de Deus, e os recursos usar não só para proveito próprio, nem só dizimar e ofertar a instituições ou denominações (terceirizar o serviço), mas, seriamente, o que você fará com suas forças para mudar o mundo, para servir e ajudar, vestir, alimentar, visitar, cobrir ao próximo como se fossem Jesus, para louvor e glória do nome de Deus?

Não delegue tudo o que pode realmente fazer por si.

Pensemos e meditemos nisso, sim.

Olhe as coisas pelo olhar do céu; faça as coisas para a glória de Deus; tente olhar pela cosmovisão que poderia ter o Senhor sobre a sua realidade – enxergar além da matéria; Quem é você no particular com Deus, no seu privado em oração?

Baseado na Bíblia, como o Senhor lhe chama hoje?

O Senhor te conhece? Como sua fé é demonstrada em atitudes externas?

Sua fé é evidenciada em boas obras?

Você vive e está vivendo para a glória de Deus, ou para o seu ventre?

Mudarás algo em sua vida? Há algo fora do lugar? Algo do desagrado de Deus? O que você deve fazer sobre isso?

Não só pense, mas faça. Esse é o convite hoje, essa é a reflexão hoje. Não sejam apenas ouvintes da Palavra, mas praticantes e cumpridores da Palavra.

Essa é a Palavra, e a Bíblia a apoia.

Usem esse conhecimento com sabedoria. Orem com o Senhor antes de fazer decisões.

Amém.

 

Roberto


quarta-feira, 4 de junho de 2025

Mestrado

Amados irmãos, graça e paz.

Deus preparou há 2 meses que eu iniciasse o mestrado livre em teologia sistemática pelo seminário teológico jonathan edwards, que está excelente, onde temos ampla base em comum - uns 90%.

E esse é justamente o motivo pelo qual por mais 22 meses lançarei complementações aos meus livros no blog, e depois reunir tudo isso.

Orem por mim e por este trabalho para que Deus me dê força, conhecimento, recursos e saúde para concluí-lo.

Esperem mais posts por aqui.

Deus abençoe, 

Em Cristo,

Roberto 

quarta-feira, 28 de maio de 2025

O Cristão e o Trabalho. Complementação de meus livros.

Prezados leitores, como estão? Espero que muito bem com Jesus.

Venho por meio desse post falar sobre a visão minha e da minha esposa sobre o trabalho: trabalho para a glória de Deus - ainda que às vezes possa ser difícil e desanimador.

O mundo pode trabalhar excessivamente e/ou amar o dinheiro, ou até tentar de todas as formas ficar rico, mas para Seus filhos Ele deseja que trabalhemos diligentemente para a glória de Deus, até, em geral, seis dias por semana (pelo princípio do Sábado) - pelo menos um para descanso *normalmente*.

A vida dos crentes fiéis é a vontade do Senhor, como nos tempos bíblicos. Aquele que Deus deu muito dinheiro não é porque é muito inteligente / sábio / conhecedor / bom etc. mas Deus o abençoou. Não é comumente assim com os descrentes.

Se Deus abençoar muito alguém Deus vai requerer que a pessoa canalize isso em alguma boa obra: José, no Egito, não foi levantado apenas para ficar rico e cuidar da sua família, mas salvar todo o mundo conhecido, em geral, da fome.



Citação 1. Concordo 100%:

Fonte:

https://www.respostas.com.br/o-que-deus-diz-sobre-o-trabalho/

Obs. Não conheço bem esse site, mas achei muito madura essa explicação desse pastor batista.


"O que Deus diz sobre o trabalho?

Marcelo Teixeira Mallet
 
Pastor Batista

 

A Bíblia diz que trabalhar é bom e necessário. Entretanto, devido ao pecado, tornou-se difícil e árduo.
Quando Deus criou Adão e Eva, ordenou que eles tomassem conta da terra e dos animais (Gênesis 1:28). Esse trabalho era bom e agradável, mas, quando pecaram, a terra ficou amaldiçoada e o trabalho tornou-se duro (Gênesis 3:17-19).

 

Trabalhar é um dever?
Sim, a Bíblia ensina que devemos trabalhar para nos sustentar, para sustentar as nossas famílias e, também, para ajudar os outros (Efésios 4:28; 1 Timóteo 5:8).
Não devemos dar lugar à preguiça, porque leva à pobreza e à ruína (Provérbios 6:9-11). O apóstolo Paulo orientando os crentes em Tessalônica, chega a dizer que quem não trabalha também não tem o direito a comer (2 Tessalonicenses 3:10). Todos devem fazer a sua parte para não sobrecarregar uns em detrimento dos outros. Claro que há exceções para algumas pessoas, como, por exemplo, crianças, idosos e pessoas debilitadas fisicamente. No entanto, como regra geral, todos devem contribuir.
As crianças, apesar de não terem a responsabilidade pelo trabalho, também podem ser ensinadas sobre essa necessidade, realizando pequenos serviços domésticos, que não tragam prejuízo à sua saúde, aos estudos e à recreação.

 

Qual deve ser minha atitude perante o trabalho?
É muito fácil ficar desmotivado e desinteressado pelo trabalho, mas Deus quer que tenhamos uma atitude positiva. Quando trabalhamos, não fazemos isso só para ganhar dinheiro ou cumprir tarefas dadas pelo patrão, trabalhamos para glorificar a Deus (1 Coríntios 10:31).

Para honrar a Deus no trabalho, a Bíblia ensina que:


      • Devemos nos empenhar para realizar um trabalho bem feito (devemos dar o melhor e não um "jeitinho" para acabar logo o trabalho) - Eclesiastes 9:10.
      • Precisamos respeitar os nossos patrões e obedecê-los (desde que não vá contra a vontade de Deus), porque eles são autoridades - 1 Timóteo 6:1-2.
      • Temos que ser justos com colegas e subordinados (quem é empregador deve ser justo com seus empregados, porque Deus também é justo) - Colossenses 4:1.
      • É imprescindível desenvolver bons relacionamentos no trabalho (não devemos ser briguentos, nem ficar se queixando do trabalho o tempo todo) - Filipenses 2:14-15.
      • Demandamos ser honestos e fiéis no trabalho que realizamos (para mostrar que, em Jesus, somos diferentes) - 1 Tessalonicenses 4:11-12.
É também importante lembrar de descansar
Deus disse que devemos trabalhar durante seis dias e descansar no sétimo (Êxodo 20:9-10). Também aprovou feriados para O louvarmos e recuperar as forças.

Enquanto a preguiça é pecado, o oposto (obsessão pelo trabalho) também é errado. Trabalhar sem parar para ganhar muito dinheiro e não desfrutar dele é uma insensatez. É bom gostar do trabalho, mas, também é preciso ter outros propósitos na vida (Eclesiastes 4:8)."




citação 2. Concordo 99%:

Link: 

https://revistaimpacto.com.br/etica-puritana-do-trabalho/

"Ética Puritana do Trabalho

6 agosto, 2011

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Por Leland Ryken


Mesmo as pessoas que sabem pouco sobre os Puritanos usam a frase “ética Puritana do trabalho” com confiança. Para a maioria, entretanto, é simplesmente um rótulo de múltiplo alcance para cobrir toda uma classe de males correntes: a síndrome do vício de trabalhar, trabalho escravizador, competitividade, culto do sucesso, materialismo e o culto da pessoa auto-realizada.


O “Background”: Divisão Entre Sagrado e Secular


Para entender as atitudes Puritanas em relação ao trabalho, devemos ver o pano de fundo contra o qual estavam reagindo. Durante séculos, foi costume dividir tipos de trabalho nas duas categorias, “sagrado” e “secular”. O trabalho sagrado era realizado por membros de uma profissão religiosa. Todos os outros tipos de trabalho carregavam o estigma de serem seculares.


Esta divisão entre o trabalho sagrado e o secular pode reportar-se ao Talmude Judaico. Uma das orações, obviamente escrita do ponto de vista do escriba, é como segue:


Eu te agradeço, ó Senhor, meu Deus, por me haveres dado minha porção com aqueles que se assentam à casa do saber, e não com aqueles que se assentam pelas esquinas das ruas; pois eu cedo trabalho, e eles cedo trabalham; eu cedo labuto nas palavras da Torah, e eles cedo labutam nas coisas sem importância. Eu me afadigo, e eles se afadigam; eu me afadigo e lucro com isso, e eles se afadigam sem beneficio. Eu corro, e eles correm; eu corro em direção à vida por vir, e eles correm em direção ao abismo da destruição.


A mesma divisão de trabalho em categorias de sagrado e secular tornou-se uma característica principal do catolicismo romano medieval. A atitude foi formulada já no quarto século por Eusébio, que escreveu:


Dois modos de vida foram dados pela lei de Cristo à sua igreja. Um está acima da natureza e além do viver humano comum… Inteira e permanente­mente separado da vida habitual comum da humanidade, dedica-se somente ao serviço de Deus… Tal é então a forma perfeita da vida cristã. E o outro, mais humilde, mais humano, permite aos homens… ter mentalidade para a lavoura, para o comércio e os outros interesses mais seculares do que a religião… E um tipo de grau secundário de piedade é atribuído a eles.


Esta dicotomia sagrado-secular foi exatamente o que os Puritanos rejeitaram como ponto de partida para sua teoria do trabalho.



A Santidade de Todos os Tipos Legítimos de Trabalho


Foi Martinho Lutero, mais do que qualquer outro, que derrubou a noção de que clérigos, monges e freiras engajavam-se em trabalho mais santo do que a dona de casa e o comerciante. Calvino rapidamente acrescentou seu peso ao argumento.


Como os reformadores, os Puritanos igualmente rejeitaram a dicotomia sagrado-secular. William Tyndale disse que se olhamos externamente “há uma diferença entre lavar louças e pregar a palavra de Deus; mas no tocante a agradar a Deus, nenhuma em absoluto”. Essa rejeição da dicotomia entre trabalho sagrado e secular teve implicações de longo alcance.


Primeiro, considera toda tarefa de valor intrínseco e integra toda vocação com a vida espiritual de um cristão. Torna todo trabalho con­seqüencial, fazendo-o arena para glorificação e obediência a Deus e expressão do amor pessoal (através do serviço) ao seu próximo.


A convicção Puritana quanto à dignidade de todo trabalho tem também o importante efeito de santificar o comum. John Cotton disse isto sobre a habilidade da fé cristã de santificar a vida e o trabalho comuns:


A fé… encoraja um homem em seu chamado por mais simples e difícil que seja… A tais empregos simples um coração carnal não sabe como submeter-se; mas agora a fé havendo-nos convocado, se requer algum emprego simples, encoraja-nos nele. Assim a fé dispõe-se a abraçar qualquer serviço sim­ples que faz parte do seu chamado, no qual um coração carnal ficaria envergonhado de ser visto.


William Perkins declarou que as pessoas podem servir a Deus “em qualquer espécie de chamado, embora seja apenas varrer a casa ou guardar ovelhas”. Nathaniel Mather disse que a graça de Deus “espiritualiza toda ação”; mesmo as mais simples, como “um homem amar sua mu­lher e filho”, tornam-se “atos graciosos”, e o “seu comer e beber são atos de obediência e, portanto, acham-se em grande conta aos olhos de Deus”.


Os Puritanos revolucionaram as atitudes em relação ao trabalho diário quando levantaram a possibilidade de que “cada passo e aspecto do seu ofício é santificado”. O objetivo era servir a Deus, não simplesmente no trabalho no mundo, mas através do trabalho.


O Conceito Puritano de Chamado


Uma segunda forte afirmação dos Puritanos, além de declarar a santidade de todos os tipos de trabalho, foi que Deus chama cada pessoa para a sua vocação. Todo cristão, diziam os Puritanos, tem um chamado (1 Co 7.17). Segui-lo é obedecer a Deus. O efeito importante desta atitude é que ela torna o trabalho uma forma de corresponder a Deus.


Para começar, a ênfase Puritana em tais doutrinas como Eleição e Providência tornou fácil afirmarem que cada pessoa tem um chamado em relação ao trabalho. William Perkins, em seu clássico Treatise of The Vocations or Callings of Men (Tratado de Vocações ou Chamados dos Homens), escreveu:


Uma vocação ou chamado é um certo tipo de vida, ordenado e imposto ao homem por Deus, para o bem comum… Toda pessoa de todo grau, estado, sexo ou condição, sem exceção, deve ter algum chamado pessoal e particular em que caminhar.


Um efeito do conceito Puritano de chamado é fazer do trabalhador um mordomo que serve a Deus. Deus, de fato, é aquele que designa às pessoas as suas tarefas. Nesta perspectiva, o trabalho deixa de ser impessoal. Além do mais, sua importância não repousa em si; o trabalho é antes um meio pelo qual uma pessoa vive sua relação pessoal com Deus.


Um outro resultado prático da doutrina do chamado cristão é que leva ao contentamento pessoal no trabalho. Cotton Mather escreveu que:


um cristão deveria seguir sua ocupação com contentamento… É o favor singular de Deus a um homem que este possa atender à sua ocupação com contentamento e satisfação… Seu negócio neste assunto está entravado com quaisquer dificuldades ou inconveniências? O contentamento sob essas dificuldades não é parte pequena da sua homenagem àquele Deus que o colocou onde você está.


Se todos têm um chamado, como as pessoas podem saber para o quê foram chamadas? Os Puritanos desenvolveram uma metodologia para determinar seu chamado; não mistificaram o processo. Richard Steele, de fato, declarou que Deus raramente chama as pessoas diretamente “nos últimos dias”, e que qualquer um que alega ter tido uma revelação de Deus “deve produzir dons e qualificações extraordinárias, a menos que não passe de presunção e engano”.


Os Puritanos preferiam confiar em tais coisas como “os dotes e inclinações internos”, “circunstâncias externas que podem levar… a um curso de vida em vez de outro”, o conselho de “pais, guardiões e, em alguns casos, magistrados”, e “a natureza, a educação e os dons… adquiridos”. Eles também criam que se as pessoas estivessem no cha­mado certo, Deus as equiparia para realizar seu trabalho: “Quando Deus me convoca para uma posição, ele me dá alguns dons para aquela posição”.


Sobre o assunto de escolha da vocação, Milton, que desde a infância teve um forte cha­mado para ser poeta, escreveu que “a natureza de cada pessoa deveria ser especialmente observada e não desviada noutra direção, porque Deus não pretende todas as pessoas para uma só coisa, mas cada uma para seu próprio trabalho”.


Os Puritanos acreditavam na lealdade a um chamado. Uma vocação não era para ser assumida nem abandonada levianamente. Enquanto os Puritanos em geral não criam que uma pessoa nunca pudesse legitimamente mudar de ocupação, eram claramente cautelosos quanto à prática. William Perkins falou de “uma perseverança nos bons deveres” e alertou contra “ambição, inveja, impaciência”, acrescentando que “a inveja… quando vemos outros co­locados em melhores chamados e condições do que nós… é um pecado comum, e a causa de muita dissensão na comunidade”.


Para resumir, a idéia Puritana de chamado cobria um conjunto de idéias correlatas: a providência de Deus em arranjar tarefas humanas, trabalho como resposta de um mordomo a Deus, contentamento com as tarefas pessoais e lealdade à vocação pessoal. Estas idéias foram ad­miravelmente captadas na exortação de John Cotton de “servir a Deus no seu chamado, e fazê-lo com regozijo, fidelidade e uma mentalidade celeste”.



A Motivação e as Recompensas do Trabalho


Desde a época em que Benjamin Franklin proferiu seus provérbios experientes sobre a riqueza como o objetivo do trabalho até nosso próprio século, quando gigantes industriais têm reivindicado que o seu sucesso era prova de que eram os eleitos de Deus, nossa cultura tem visto o trabalho primordialmente como o caminho para as riquezas e posses. Essa ética do trabalho secularizada tem sido atribuída aos Puritanos e a seu precursor Calvino, e tem sido aceita como um axioma de que a ética Puritana baseia-se na riqueza como a recompensa máxima pelo trabalho e a prosperidade como um sinal de santidade.


Mas é nisso que os Puritanos realmente criam? As recompensas do trabalho, de acordo com a teoria puritana, eram morais e espirituais, isto é, o trabalho glorificava a Deus e beneficiava a sociedade. Ao ver o trabalho como uma mordomia para com Deus, os Puritanos abriram o caminho para uma nova concepção das recompensas do trabalho, como no comentário de Richard Steele: “Vocês trabalham para Deus, que certamente os recompensará para contentamento do seu coração”. Que essas recompensas eram primariamente espirituais e morais é abundantemente claro nos comentários Puritanos.


William Perkins afirmou que:


o principal fim das nossas vidas… é servir a Deus no serviço aos homens nos afazeres de nossos chamados… Alguns homens talvez dirão: O quê, não devemos labutar nos nossos chamados para manter nossas famílias? Respondo: isso deve ser feito; mas esse não é o escopo e a finalidade de nossas vidas. A verdadeira finalidade de nossas vidas é prestar serviço a Deus no serviço ao homem.


Quanto às riquezas que devem vir do trabalho, elas “podem nos capacitar para aliviarmos nossos irmãos ne­cessitados e promover boas obras para a igreja e o Estado” (Richard Baxter).


De acordo com John Cotton, “a fé não pensará que teve um chamado satisfatório a menos que sirva não somente para seu próprio proveito, mas também para o proveito de outros homens” .


O que é notável com respeito a tais frases é a integração entre Deus, a sociedade e o “ego” que convergem no exercício do chamado pessoal. O interesse próprio não é totalmente negado, mas é definiti­vamente minimizado nas recompensas do trabalho.


Ao manter sua visão dos fins morais e espirituais do trabalho, os Puritanos extraíram a conclusão lógica de que esses mesmos objetivos deveriam governar a escolha pessoal de uma vocação. Richard Baxter instou:


Escolha aquele emprego ou chamado no qual você pode ser mais útil a Deus. Não escolha aquele no qual possa ser mais rico ou ilustre no mundo, mas aquele no qual possa fazer maior bem e melhor escapar de pecar. Quando dois chamados igualmente conduzem ao bem público, e um deles tem a vantagem das riquezas, e o outro é mais vantajoso à alma, o último deve ser preferido.


O complemento desta ênfase nas recompensas morais e espirituais do trabalho é a freqüente denúncia de pessoas que usam o trabalho para gratificar ambições egoístas. Contrário ao que muitos pensam, a idéia da pessoa “auto-realizada” não atraía os Puritanos, se por “auto-realizada” ­queremos dizer pessoas que alegam ter sido bem-sucedidas por seus próprios esforços e que ostensivamente gratificam suas inclinações materialistas com o dinheiro que ganham.


Baxter falou desdenhosamente da auto-exaltação: “Cuidem para que, sob a pretensão de diligência no seu chamado, não sejam inclinados à mentalidade terrena e a cuidados excessivos ou cobiçosos planos de prosperar no mundo”. “Cada homem por si, e Deus por nós todos”, escreveu Perkins, “é vil e diretamente contra o propósito de todo chamado”. Ele, então, acrescentou:


Profanam suas vidas e chamados os que os aplicam à aquisição de honras, prazeres, benefícios, comodidades do mundo etc., pois assim vivemos para outro fim diferente do que Deus indicou, e desse modo servimos a nós mesmos, e, por conseguinte, nem servimos a Deus nem aos homens.



Sucesso é Bênção de Deus, Não Algo Conquistado


O Puritanismo e o calvinismo mais comumente consideravam o trabalho como o meio pelo qual as pessoas conquistam seu próprio sucesso e riqueza? É normalmente afirmado que sim, mas procuro em vão pela substanciação da afirmativa. O calvinismo não ensina uma ética de autoconfiança, como ensina nossa ética moderna do trabalho. É, ao contrário, uma ética da graça: quaisquer recompensas tangíveis advindas do trabalho são o dom da graça de Deus.


Calvino mesmo havia negado que o sucesso material é sempre o resultado do trabalho. Era Benjamin Franklin, e não os primeiros protestantes, que tinha a confiança que “cedo dormir e cedo levantar tornam um homem saudável, abastado e sábio”.


De acordo com George Swinnock, o homem de negócios bem-sucedido nunca pode dizer que seus próprios esforços foram responsáveis pelo seu sucesso; muito embora os humanos façam a sua parte ativa, “não há a menor roda na engrenagem da natureza que não dependa de Deus para seu movimento a cada instante”.


É verdade que o estilo de vida Puritano, uma mistura de diligência e frugalidade, tendia a fazer as pessoas relativamente prósperas, ao menos parte do tempo. A coisa importante, porém, é como os Puritanos viam sua riqueza. A atitude Puritana era de que riqueza era um bem social, não uma propriedade pessoal – um dom de Deus, não o resultado de esforço humano somente ou um sinal da aprovação de Deus.


Na ética Puritana, a virtude de trabalho dependia quase completamente dos motivos pelos quais as pessoas o realizavam.


Moderação no Trabalho


Uma última herança que os Puritanos legaram na sua visão de trabalho foi a necessidade de um senso de moderação. Eles tentaram em teoria manter uma posição intermediária entre os extremos da ociosidade ou preguiça por um lado e escravismo ao trabalho por outro. Na prática, possivelmente erraram na direção do excesso de trabalho.


Há um ponto no qual a moderna interpretação da ética Puritana está correta – que os Puritanos escarneciam do ócio e louvavam a diligência. Baxter expôs sua rudeza usual na questão da ociosidade: “É suíno e pecaminoso não trabalhar”. Robert Bolton chamou a ociosidade de “a própria ferrugem e o câncer da alma”.


Mesmo a “espiritualidade” não era desculpa alguma para a ociosidade na visão dos Puritanos. Thomas Shepard tinha o seguinte conselho para um zelote religioso que reclamava que os pensamentos religiosos o distraíam enquanto estava no trabalho:


Como é pecado nutrir pensamentos mundanos quando Deus lhe designou um trabalho em empregos espirituais e celestiais, assim é, em alguns aspectos, tão grande pecado fazer-se distrair por pensamentos espirituais quando Deus lhe põe a trabalhar em empregos… civis.


Parte da repulsa Puritana contra a ociosidade por um lado e o louvor ao trabalho por outro era a convicção de que o trabalho era uma ordenança da criação e, portanto, uma necessidade para o bem-estar humano. “Adão na sua inocência tinha todas as coisas à sua disposição”, escreveu William Perkins, “no entanto, Deus o ocupou num chamado”.


Mas a ética Puritana não levaria inevitavelmente à síndrome do trabalho excessivo? Não, de acordo com os Puritanos. Eles tentaram equi­librar sua diligência com restrições definidas contra o excesso de trabalho. “Cuidado com muitos negócios ou com o planejá-lo demais ou desordenadamente”, advertiu John Preston. Philip Stubbes advertiu que “todo cristão está comprometido pela cons­ciência diante de Deus” a não permitir que “seus cuidados imoderados” ultrapassem “os limites da verdadeira santidade”.


Sobre o assunto de “fazer bicos”, Richard Steele alegou que uma pessoa não deve “acumular dois ou três chamados meramente para aumentar suas riquezas”.


Trabalhar com zelo, mas não dar sua própria alma pelo trabalho era aquilo pelo que lutavam. John Preston expressou-se desta forma:


Você deve lidar com as coisas no mundo e não se corromper por elas, tendo afeições puras, mas quando você tem cobiça desordenada por qualquer coisa, então ela profana seu espírito.


Sumário


Para um resumo da doutrina de trabalho dos Puritanos, fazemos bem em voltar ao épico de John Milton, Paradise Lost (Paraíso Perdido). Milton incorporou muito do que os Puritanos criam sobre o trabalho em seu retrato da vida de perfeição de Adão e Eva, no Jardim do Éden. Milton repetidamente enfatizou que o trabalho no Paraíso não era apenas agradável, mas também necessário.


Não há melhor sumário da ética Puritana do trabalho do que estas palavras de Adão para Eva em Paradise Lost:


O homem tem seu trabalho diário de corpo ou mente

Designado, o que declara sua dignidade,

E a estima do céu em todos os seus caminhos.


Podemos vislumbrar aqui a crença Puritana sobre Deus como aquele que chama as pessoas a realizar tarefas, sobre a dignidade do trabalho, sobre como a atitude apropriada dirigida aos objetivos do trabalho pode transformar toda tarefa em atividade sagrada."


Extraído do livro: “Santos no mundo – Os puritanos como realmente eram”, de Leland Ryken, Editora Fiel, 1992.


Amém.

Eu, Roberto, vejo que isso bate com a Bíblia, e conversei com minha esposa sobre isso, ela concordou também. É óbvio que algumas pequenas coisas deveriam ser adaptadas, pois uma das citações acima fala que é inadequado ter pensamentos espirituais no trabalho - isso apenas deve ser corrigido na minha opinião. Para clarificar, e melhorar isso, devemos ter pensamentos espirituais e manter a cosmovisão cristã no trabalho sim se isso não nos tirar do foco do trabalho: não vai largar o serviço do dia para ler a Bíblia ou evangelizar sem ser da preparação de Deus, claro, pois tudo tem o tempo próprio dado por Deus: há tempo para todas as coisas (Eclesiastes 3). Fé no trabalho, se a pessoa é de fé, melhora o desempenho no trabalho - mas, lógico, concentre-se no seu trabalho! Até a ciência hoje, especialmente a área da medicina, não despreza o valor da fé e oração para melhorar a vida, humor e até ajudar na cura de doenças, pelo contrário, afirma-o.

Espero que tenham gostado. Ficou um pouco longo, mas quis deixar o estudo e as citações na íntegra para que os leitores entendessem por completo e aplicassem integralmente às suas vidas.

Deus abençoe.

Estou muito contente de ter aprendido isso, espero que estejam também.

Amém

Roberto