atualizado 20h40 19/11/23
APÊNDICE
A – Aliancismo versus Dispensacionalismo; Reflexão sobre o Milênio na visão
Dispensacionalista versus a Escritura Sagrada: A Consequência de se Interpretar
Profecias do Antigo Testamento Literalmente
Existem fontes que,
hoje em dia, realmente defendem o retorno do templo e de sacrifícios de animais
num terceiro templo judaico numa determinada condição de milênio
dispensacionalista.
Porém, por que Deus
fez sacrifícios de animais? Para apontar para o sacrifício único do Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo!
Para tal cito uma
fonte ortodoxa, a Bíblia de Estudo de Genebra, falando das alianças de Deus
conosco, e uma fonte defendendo o dispensacionalismo que estou refutando (de
Thomas Ice), que, na minha visão, não é ortodoxa, mas heterodoxa: o leitor verá
o motivo adiante.
Quem realmente é
dispensacionalista defende toda a profecia da Escritura literalmente, e tenta
criar uma teoria que englobe todas elas, como fez Thomas Ice algumas páginas
abaixo, seja ela bíblica ou não. Vamos comparar com outras passagens bíblicas.
Meus comentários,
Roberto, estão na esquerda. As citações, na direita. Os negritos, sublinhados e
itálicos são ênfases minhas.
A
ALIANÇA DAS OBRAS E A ALIANÇA DA GRAÇA
Bíblia
de Estudo de Genebra, 2ª Edição, Cultura Cristã e SBB (2017):
“A
expressão aliança das obras se refere ao acordo que Deus fez com Adão antes de
a humanidade cair em pecado, e não à aliança feita com Moisés no Sinai,
conforme outras tradições cristãs costumam empregar essa designação.
Na
aliança das obras feita com Adão, Deus prometeu abençoar Adão se ele obedecesse
ao mandamento divino (Gn 1.28-30), e julgá-lo caso desobedecesse (Gn 2.15-17).
As obras de Adão constituíam o fator determinante, daí o termo aliança das
obras (cf. Os 6.7). Enfim, as Escrituras mostram que Adão não obedeceu a Deus.
Assim, Deus providenciou outra aliança, a aliança da graça em Cristo.
A
expressão aliança da graça é usada para descrever a relação de
Deus com seu povo ao longo do restante das Escrituras.
Estritamente falando, essa aliança foi firmada em definitivo com Cristo
como último Adão, o representante da humanidade redimida. É chamada de aliança
da graça porque opera com base na graça divina oferecida por meio da morte e
ressurreição de Cristo a todos aqueles que creem nele.
Se alguém vem a
você e diz: no milênio físico teremos outra lei, outro sacrifício, outra
aliança – heresia! Só falta falar que teremos mais Escrituras Sagradas no
milênio, e não só 66 livros! Deus fez o homem reto, porém eles buscaram muitas
astúcias (Eclesiastes 7.29)!
A Bíblia de
Genebra continua:
Alguns
teólogos reformados falam de uma aliança celestial eterna entre o Pai e o
Filho, a qual descrevem como aliança de redenção (Jo 6.37). A aliança da graça
é a expressão histórica dessa aliança eterna.
A
aliança da graça começou com a promessa feita depois da queda de que a
descendência da mulher feriria a cabeça da serpente (Gn 3.15). A partir desse
momento, a aliança da graça se desdobrou em cinco estágios principais ao longo
do relato bíblico. Não há contradição entre esses estágios; antes, cada estágio
subsequente se desenvolve com base nos anteriores.
Alguns teólogos
populares adotam a aliança da lei de Moisés como das obras, o que está errado.
Já os dispensacionalistas adotam a aliança da lei como a quinta dispensação, e
a dispensação da graça, a sexta. Mas até a terminologia está incorreta: todas
as outras alianças também vieram da graça de Deus (todavia, a plenitude foi
alcançada apenas na nova aliança):
(1)
Depois da oferta inicial da graça de Deus a Adão (Gn 3.15), a aliança da graça
se desenvolveu por meio da aliança da preservação da natureza firmada com Noé
(Gn 6.18; 9.9-17). O enfoque da aliança com Noé é a estabilidade da ordem
presente da natureza até o fim de todas as coisas, provendo, desse modo, um
âmbito estável para o desdobramento do plano redentor de Deus.
(2)
Em seguida, a aliança de Deus com Abraão (Gn 15; 17) deu início a vários
estágios de alianças feitas com a nação de Israel como povo escolhido de Deus.
Deus prometeu que os descendentes de Abraão receberiam grandes bênçãos e seriam
instrumentos de bênção para toda a raça humana.
(3)
Na sequência, a nação de Israel recebeu a aliança da lei mosaica (Êx 19-24),
durante o êxodo da terra do Egito. Essa aliança visava conduzir Israel a
bênçãos ainda maiores na Terra Prometida.
(4)
Quando Davi subiu ao trono, Deus fez uma aliança real com ele (2Sm 7; Sl 89;
132), na qual prometeu abençoar os filhos de Davi que fossem fiéis e nunca
tomar o trono de Israel da família de Davi.
(5)
Por fim, a aliança da graça atingiu o seu ponto culminante com a nova aliança
instituída por Cristo (Jr 31; Lc 22.20; 1Co 11.25; Hb 8.8-13). Essa aliança se
dá em três estágios: a primeira vinda de Cristo, a História antes de sua volta
e a consumação do seu reino. Nesse desenrolar da aliança da graça, seus estágios
não diferem em substância; antes, são “um e o mesmo sob várias dispensações”
(Confissão de Fé de Westminster, 7.6).
Os
estágios da aliança da graça manifestados nas alianças nacionais que Deus fez
com Israel no Antigo Testamento tinham como propósito específico preparar o
povo de Deus para a vinda do seu Filho, que cumpriria todas as promessas de
Deus e daria forma às sombras dos tipos do Antigo Testamento
(Is 40.10; Ml 3.1; Jo 1.14; Hb 7-10).
Na
nova aliança, as disposições temporárias para a concessão dessas bênçãos foram
substituídas pelo cumprimento do que elas prefiguravam, ou seja, Jesus Cristo,
o Mediador da nova aliança, o descendente de Abraão e herdeiro de suas
promessas (Gl 3.16). Bíblia de
Genebra.
Alguns
dispensacionalistas, como Thomas Ice (que interpretam profecias do Antigo
Testamento literalmente, como as profecias de Isaías e Ezequiel) não creem no
que a fonte acima fala (que as profecias do Antigo Testamento em sua grande
maioria foram cumpridas por Cristo), e eles dizem que Deus, num futuro milênio
(1000 anos de Apocalipse 20) do jeito imaginado por eles, lhes dará uma nova
lei – a lei do milênio, um estágio diferenciado do da nova aliança... Por que
será? Será por que vem depois e por que os salvos terão corpos glorificados, e
porque Jesus vai reinar fisicamente? Incoerência! Jesus já reina através de seu
reino messiânico eterno hoje, no céu, sobre tudo e todos! Parece até que os
dispensacionalistas não creem que Jesus reina sobre tudo hoje – heresia! Jesus recebeu
um reino que não pode ser abalado (Hebreus 12.28), foi-lhe dado todo
poder e autoridade no céu e terra – Mateus 28.18; o que seria isso senão
reino eterno?
Cristo
obedeceu à lei perfeitamente e se ofereceu como o sacrifício legítimo e
definitivo pelo pecado. Como filho de Davi, hoje Cristo reina sobre o mundo na
condição de herdeiro de todas as bênçãos de perdão, paz e comunhão com Deus em
sua criação renovada, conforme as promessas da aliança — bênçãos que ele
concede aos cristãos no tempo presente (Rm 8.17). Cristo não apenas se entregou
pelos eleitos, como também enviou do seu trono de glória o Espírito Santo e,
desse modo, selou o povo de Deus como propriedade sua (2Co 1.22; Ef 1.13-14).
Como
Hb 7-10 explica, a nova aliança é a expressão suprema da aliança única e eterna
da graça de Deus com os pecadores (Hb 13.20) — um estágio superior àqueles do
Antigo Testamento, com promessas superiores (Hb 8.6), baseadas num sacrifício
superior (Hb 9.23), oferecido por um sumo sacerdote superior, num santuário
superior, garantindo uma esperança superior (Hb 7.26-8.13) que não havia sido
revelada de tal modo em nenhum dos outros estágios da aliança.
Bíblia
de Genebra.
Quando os
dispensacionalistas evocam uma nova aliança no milênio, com novas leis – a
Escritura não diz isso, mas diz que a aliança da graça alcançou o ponto
supremo, maior, mais pleno em Cristo.
A
efetivação em Cristo das antigas alianças feitas com Israel também cumpre a
promessa de que a porta da fé se abriria para um grande número de gentios. A
fim de estender o reino de Deus por todo o mundo, tanto judeus quanto gentios
se tornam descendentes de Abraão pela fé em Cristo (Gl 3.26-29), enquanto os
judeus e gentios que não estão em Cristo estão também fora da aliança da graça
(Rm 4.9-17; 11.13-24). Bíblia de Genebra.
Não há
separação de povo judeu – gentio na nova aliança!
Os
dispensacionalistas separam judeus e gentios em sua soteriologia mesmo na nova
aliança. Já a Bíblia em Efésios 2.11-16 mostra que Cristo acabou com a
separação entre gentios e judeus:
Ef 2.11 Portanto,
lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados
incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos
homens; 12 Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade
de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus
no mundo. 13 Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já
pelo sangue de Cristo chegastes perto. 14 Porque ele é a nossa paz, o
qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava
no meio, 15 Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos
mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um
novo homem, fazendo a paz, 16 E pela cruz reconciliar ambos com
Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.
Na nova aliança
Deus não tem trato diferente entre judeu e gentio, mas entre crente e
descrente!
A
estrutura dupla de uma aliança das obras e outra da graça descreve todo o
relacionamento soberano de Deus com a humanidade. A salvação nos foi concedida
porque Cristo cumpriu os requisitos da aliança das obras por meio de sua
obediência perfeita. Em decorrência disso, a nossa salvação é uma salvação da
aliança: justificação e adoção, regeneração e santificação são misericórdias da
aliança; a eleição foi a escolha feita por Deus dos membros dessa comunidade
purificada e definitiva da aliança, a igreja invisível; o batismo e a Ceia do
Senhor [...] são ordenanças da aliança; a lei de Deus é a lei da aliança, e
guardar a sua lei é a expressão mais verdadeira de gratidão e lealdade em
resposta à graça de Deus demonstrada na aliança. A renovação dos nossos
compromissos dentro da aliança com Deus em resposta à sua fidelidade deve ser
um exercício devocional habitual de todos os cristãos, tanto no culto público
quanto no particular. A compreensão da aliança da graça nos orienta e ajuda a
apreciar não apenas a diversidade das Escrituras, mas também a sua
extraordinária unidade.” Bíblia de Estudo de Genebra (2017).
Outra fonte, de Thomas
Ice, um dispensacionalista bem conhecido (“Um Templo no Milênio é Heresia
Dispensacionalista?” Tradução: Antônio Reis
do site https://paleoortodoxo.wordpress.com/ em 29/10/2023 apud CACP.app.br, https://www.cacp.app.br/um-templo-no-milenio-e-heresia-dispensacionalista/
– de 29 de outubro de 2023 – acesso em 16 de novembro de 2023), diz:
“POR QUE SACRIFÍCIOS LITERAIS NO MILÊNIO?
Thomas Ice
Uma objeção comum à interpretação literal
consistente da profecia bíblica é encontrada na visão de Ezequiel no Templo (Ez
40-48). Os oponentes argumentam que se este for um Templo literal e futuro,
então será necessário um retorno ao sistema sacrificial que Cristo tornou
obsoleto, uma vez que o profeta fala de “expiação” (kiper) em Ezequiel 43:13,
27; 45:15, 17, 20. Isto é verdade! Os críticos acreditam que isto é uma
contradição blasfema à obra consumada de Cristo, conforme apresentada em
Hebreus 10. Hank Hanegraaff diz que eu “exacerbei o problema ao afirmar que sem
sacrifícios de animais no Milênio, a santidade de Yahweh seria contaminada.
Isso, por razões óbvias, é uma blasfêmia.” Ele diz ainda que tal visão
constitui um retorno “aos sacrifícios da Antiga Aliança”. [...]. Pelo menos
quatro outros profetas juntaram-se a Ezequiel na afirmação de um sistema
sacrificial num Templo milenar (Is 56:7; 66:20-23; Jr 33:18; Zac. 14:16-21;
Mal. 3:3-4), que apoia uma compreensão literal e, portanto, futurista de
Ezequiel.
SACRIFÍCIOS DA NOVA ALIANÇA
Não acreditamos que a reinstituição dos
sacrifícios numa dispensação futura seja um retorno ao sistema mosaico da
Antiga Aliança. A Lei Mosaica foi cumprida e descontinuada para sempre por meio
de Cristo (Rm 6:14-15; 7:1-6; 1 Co 9:20-21; 2 Co 3:7-11; Gálatas 4:1- 7; 5:18;
Ef 2-3; Hb7:12; 8:6-7, 13; 10:1-14). O milênio será um tempo em que a Nova
Aliança de Israel se tornará a jurisdição dominante (Dt 29:4; 30:6; É
um. 59:20–21; 61:8–9; Jer. 31:31–40; 32:37–40; 50:4–5; Ez 11:19–20; 16:60–63;
34:25–26; 36:24–32; 37:21–28; Zac. 9:11; 12:10–14).
Portanto, não será um momento de voltar
ao antigo, mas de avançar para o novo.
“Porque, quando se muda o sacerdócio, necessariamente
ocorre também uma mudança da lei” (Hb 7:12). A nova Lei milenar conterá
uma mistura de leis do tipo Mosaico com leis não Mosaicas totalmente novas não
encontradas no 613, sob a jurisdição da Nova Aliança...
Essa conclusão acima (“nova aliança de Israel;
avançar para o novo; mudança de lei; nova lei milenar sob a jurisdição da nova
aliança...”) não é bíblica! É uma mistura sem critério de versículos do Antigo
e do Novo Testamento por pura literalidade, mas totalmente inconsistente, a meu
ver, no que o Espírito Santo quis dizer!
Thomas Ice continua:
Jesus, o Messias, estará fisicamente
presente em vez da presença da glória da Shekiná em conjunto com a arca da
aliança; uma nova ordem sacerdotal dos filhos de Zadoque (Ez 40:46; 43:19;
48:11) em vez dos levitas...
[A Bíblia diz, contrariando Thomas Ice, que os filhos
de Zadoque já eram sacerdotes levíticos (não teremos nova legislação!):
Ezequiel 44:15 Mas os sacerdotes levíticos, os filhos de Zadoque,
que guardaram a ordenança do meu santuário quando os filhos de Israel se
extraviaram de mim, eles se chegarão a mim, para me servirem, e estarão diante
de mim, para me oferecerem a gordura e o sangue, diz o Senhor DEUS;
2Sm 8.17 E Zadoque, filho de
Aitube, e Aimeleque, filho de Abiatar, eram sacerdotes, e Seraías
escrivão.
2Sm 15.24 Eis que também Zadoque ali
estava, e com ele todos os levitas que levavam a arca da aliança de
Deus; e puseram ali a arca de Deus, e subiu Abiatar, até que todo o povo acabou
de passar da cidade.
2Sm 15.29 Zadoque, pois, e Abiatar, tornaram a
levar para Jerusalém a arca de Deus; e ficaram ali.
1Cr 29.22 E comeram e beberam naquele dia perante
o Senhor, com grande gozo; e a segunda vez fizeram rei a Salomão filho de Davi,
e o ungiram ao Senhor por líder, e a Zadoque por sacerdote.
Um novo Templo medindo uma milha quadrada
(Ez 40:48-41:26) em vez do modelo salomônico muito menor. Randall Price nos
diz: A seção anterior relativa ao desenho do altar do holocausto (Ez 43.13-27)
introduziu a reinstituição do serviço sacrificial, que continua nos capítulos
subsequentes (44-46) com regulamentos para os sacerdotes levíticos...”
Ice, Thomas.
Mas o sacerdócio levítico foi abolido por Cristo! Era
imperfeito:
Hebreus 7.11 De sorte que, se a perfeição fosse
pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade
havia mais de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de
Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?
E como se diz: depois da vinda do Senhor, no milênio
dispensacionalista, haverá sacerdócio imperfeito? Ainda mais que a Igreja
estaria com corpo glorificado! Isso, por acaso, faz sentido para o leitor? Para
mim não bate com a Bíblia!
Hebreus 7.16-18 ainda diz: Que [JESUS]
não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo o poder da
vida incorruptível. Porque ele assim testifica: Tu és sacerdote
eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque. Porque o precedente mandamento é
ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade...
Cristo é sacerdote eternamente!
Não precisamos de outro sacerdócio levítico segundo a lei do mandamento carnal
num milênio utópico e hipotético, mas de Jesus, SUMO SACERDOTE eterno, segundo
o poder da vida incorruptível!
Se é eterno, não há outro.
Hebreus 7.12 Porque, mudando-se o sacerdócio,
necessariamente se faz também mudança da lei.
Esse versículo acima, Thomas Ice usou, para falar que
o milênio terá outra lei, e mudança de sacerdócio. Mas é inválido:
Jesus é sacerdote e sumo sacerdote eternamente, pois
a ordem de Melquisedeque é para a eternidade. Amém!
Thomas Ice continua com seu raciocínio:
...e os vários sacrifícios a serem realizados.
oferecido pela expiação de Israel.
Além disso, afirma-se que as ofertas são
“uma oferta pelo pecado” (Ez 43:22, 25; 44:24, 29) e para “fazer expiação” (Ez
43:20; 45:25).... Ice, Thomas.
A única oferta que Deus aceita na nova aliança em
diante é a de Cristo, pela fé! Como diz Blume, Mike (2023, The
Heresy of Literal Animal Sacrifices In a Millennium), que também refutou
Thomas Ice de modo honesto: É absolutamente impossível ocorrer sacrifícios
contínuos [num futuro milênio] pois as únicas razões para sacrifícios
contínuos na Bíblia são encontradas em Hebreus 10, onde lemos que eles
continuam apenas quando os ofertantes não são tidos como perfeitos por algum
sacrifício que já ocorreu.
Hebreus 10:9-14 Então disse: Eis aqui venho, para
fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro [testamento], para
estabelecer o segundo [testamento]. Na qual vontade temos sido
santificados pela oblação [oferta] do corpo de Jesus Cristo,
feita uma vez. E assim todo o sacerdote aparece cada dia, ministrando e
oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os
pecados; Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos
pecados, está assentado à destra de Deus, Daqui em diante esperando até que
os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés. Porque com uma só
oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados.
E o sacrifício de Cristo é um sacrifício perfeito! Thomas
Ice continua:
POR QUE UM TEMPLO E SACRIFÍCIOS?
O propósito de um Templo ao longo das
Escrituras tem sido estabelecer um local na terra – que está sob a maldição do
pecado – para a presença de Deus que revela através do seu ritual a grande
santidade de Deus. O plano de Deus para Israel inclui uma relação com eles
através de um Templo porque Ele quer habitar no meio do Seu povo. Atualmente a
igreja é o Templo espiritual de Deus feito de pedras vivas (1Co 3:16-17; Ef
2:19-22).
Além de tudo isso, os dispensacionalistas
dizem que: 1. A igreja é o templo espiritual de Deus [ok...] feito de pedras
vivas na dispensação da graça; 2. No milênio terão outro templo judaico (este
com sacrifícios de animais) para Deus habitar no meio do seu povo... e 3. Na
eternidade, não terão mais templo. Não tem templo na nova aliança, depois tem
templo no milênio, depois não tem mais templo na eternidade... incoerência.
A verdade é que a igreja, desde a nova aliança até a
eternidade é o único templo de Deus, o Corpo de Cristo: Deus destruiu o antigo
templo, para um novo templo, o Corpo de Jesus, eterno e perfeito para sempre!
João 2:19-21 Jesus respondeu, e disse-lhes:
Derribai este templo, e em três dias o levantarei. Disseram, pois, os judeus:
Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três
dias? Mas ele falava do templo do seu corpo.
1Co 12.27 Ora, vós sois o corpo de Cristo,
e seus membros em particular.
O milênio fará com que a história volte a
um tempo em que Israel será o povo mediador de Deus, mas também continuará a
ser um tempo em que o pecado estará presente na terra... Ice, Thomas.
Outra heresia: Israel será o povo mediador de Deus...
O que diz a Escritura? 1Tm 2.5 Porque há um só Deus, e um só Mediador entre
Deus e os homens, Jesus Cristo homem.
Defendem pecado após a vinda de Jesus! 1 Pedro 4:1 Ora,
pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também vós com este
mesmo pensamento, que aquele que padeceu na carne já cessou do pecado... Na
verdade, Jesus que padeceu na carne não tem mais contato com o pecado em sua
vida, nem mesmo no milênio: contato com pecado dos ímpios em vida é coisa
passada para Cristo após sua vida terrena. A Escritura não diz em lugar algum
que Cristo voltará a ter contato com o pecado na terra! Pelo contrário!
Além disso, creio que a Nova Aliança / novo
testamento tem relação com a Jerusalém celestial e não com a Jerusalém atual ou
terrena, conforme Gálatas 4.21-26 e Ap 11.8:
Gálatas 4:21-26 Dizei-me, os que quereis estar
debaixo da lei, não ouvis vós a lei? Porque está escrito que Abraão teve dois
filhos, um da escrava, e outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu
segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa. O que se entende por
alegoria; porque estas são as duas alianças; uma, do monte Sinai, gerando
filhos para a servidão, que é Agar. Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia,
que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. Mas
a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós.
Apocalipse 11:8 E jazerão os seus corpos mortos na
praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde
o nosso Senhor também foi crucificado.
Portanto, a Jerusalém terrena espiritualmente se
chama Sodoma e Egito (termos pejorativos espiritualmente), e não tem relação
com a nova aliança.
Thomas Ice continua:
Assim, Deus incluirá um novo Templo, um
novo sacerdócio, uma nova Lei, etc., neste tempo futuro porque Ele estará
presente em Israel e ainda deseja ensinar que é necessária santidade
para se aproximar Dele. Ice, Thomas.
Israel já sabe que é necessária santidade para se
aproximar dele (Levítico 20.7: Sede santos, porque eu sou santo; 1Pedro
1.15,16 repete isso). Deus não tem mais preferência por povo algum, mas com
todo aquele que é da fé: Gálatas 3:28 Nisto não há judeu nem grego; não há
servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo
Jesus; Romanos 9:30-33 cria um raciocínio sobre os da fé e os da lei: Que
diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça?
Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da
justiça, não chegou à lei da justiça. Por quê? Porque não foi pela fé, mas como
que pelas obras da lei; pois tropeçaram na pedra de tropeço; Como está
escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de
escândalo; E todo aquele que crer nela não será confundido.
Israel, ou seja, os que são da lei como povo, não são
mais povo escolhido de Deus, mas só os judeus e gentios crentes. Jay Adams diz:
Pedro fala acerca deste reino como sendo de novas pessoas que constituem uma
nação santa, que substituiu o Israel do Antigo Testamento (1Pedro 2.9,10
[Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo
adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas
para a sua maravilhosa luz; Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois
povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes
misericórdia]; veja também Mateus 21.43 [Portanto, eu vos digo
que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus
frutos]).
Segundo Thomas Ice,
Isto [novo templo
no milênio segundo Thomas Ice] contrasta com o fato de que nenhum Templo
existirá em eternidade (Ap 21:22) porque Deus e o Cordeiro são o Templo, uma
vez que não haverá pecado no céu, portanto não há necessidade de purificação
ritual.
Deve ser lembrado que a Bíblia diz que os
sacrifícios levíticos do sistema mosaico também “fazem expiação” (por exemplo,
Levítico 4:20, 26, 31, 35, etc.). Se estes sacrifícios no passado realmente
expiassem os pecados das pessoas, o que, claro, não aconteceu, então seriam
igualmente blasfemos à luz do sacrifício perfeito de Cristo. Hb 10:4 diz: “é
impossível que o sangue de touros e de bodes tire pecados”.
Além disso, não teria havido necessidade
do sacrifício expiatório de Cristo, de uma vez por todas, se esses atos
passados tivessem funcionado. Então, o que os sacrifícios passados e futuros
realizam se não removem realmente o pecado? Esses sacrifícios proporcionam a
limpeza ritual dos sacerdotes, do santuário e dos utensílios. Ice, Thomas.
Então para que sacrifício, limpeza ritual dos
sacerdotes, santuário e utensílios? Eram sombras e tipos que se cumpriam em
Cristo:
Em 70 d.C. (no
meio da guerra de 7 anos, depois de 3,5 anos ou [2] tempos, tempo e metade
de um tempo), quando o templo e a cidade de Jerusalém foram destruídos,
quando finalmente acabou o sacrifício de animais pelo massacre feito pelo
anticristo Tito, o 11º chifre de Daniel 7.23-25 cf. Daniel 9.27: o povo do
príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário... e na metade da
semana fará cessar o sacrifício e a oblação), pois Deus não mais aceitava
esse tipo de oferta depois da Cruz, também acabou o testemunho da lei e dos
profetas de Apocalipse 11 (Romanos 3:21 Mas agora se manifestou sem a lei a
justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas), pois
Cristo não precisava mais desse testemunho (Mt 5.17 Cristo cumpriu a lei e os
profetas!), que era também através de sombras de coisas futuras e celestiais,
como era o tabernáculo e o templo (Hebreus 8:5 ...Os quais servem de exemplo
e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já
para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo
que no monte se te mostrou. Hebreus 10:1 PORQUE tendo a lei a sombra dos
bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios
que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se
chegam).
De acordo com Thomas Ice, somente o
sacrifício de Cristo na cruz realmente remove o pecado da pessoa...
[Correto].
Jerry Hullinger [apud Thomas Ice] fornece
uma solução que... lida honestamente com o texto de Ezequiel e de forma
alguma menospreza a obra que Cristo realizou na cruz. Este estudo sugere que os
sacrifícios de animais durante o milênio servirão principalmente para remover a
impureza cerimonial [1] e evitar que a contaminação polua o
templo imaginado por Ezequiel. Isto será necessário porque a gloriosa presença
de Yahweh habitará mais uma vez na terra no meio de um povo pecador e impuro.
Ezequiel nos mostra que essa citação de Jerry
Hullinger apud Thomas Ice também está errada, pois os sacrifícios do templo em
Ezequiel 45:17 são sim para expiação do pecado e não só para purificação
cerimonial! “E estarão a cargo do príncipe os holocaustos, e as ofertas de
alimentos, e as libações, nas festas, e nas luas novas, e nos sábados, em todas
as solenidades da casa de Israel. Ele preparará a oferta pelo pecado, e a
oferta de alimentos, e o holocausto, e os sacrifícios pacíficos, para fazer
expiação pela casa de Israel.”
Segundo Mike Blume (2023), contrariando Jerry
Hullinger apud Thomas Ice (que disseram acima [1] que os sacrifícios
durante o milênio serviriam também para remover a impureza cerimonial), a morte
de Cristo também purificou para sempre o que estava cerimonialmente impuro,
purificando nossa consciência e o lugar santo do Paraíso: “Fazer um local numa construção ritualmente limpo é mencionado
em Hebreus 9 como tendo sido realizado por Cristo em termos simples. E o sangue de Cristo fez
mais do que expiar nossos pecados. Também purificou o lugar santo do Paraíso.
Não de um modo que o Paraíso estava sujo, claro, mas foi cerimonialmente limpo
uma vez que a nossa participação espiritualmente ocorreria neste reino e
domínio espiritual. Disso fala Hebreus 9:
Hebreus 9:11-14 Quando Cristo veio como sumo
sacerdote dos benefícios agora presentes, ele adentrou o maior e mais perfeito
tabernáculo, não feito pelo homem, isto é, não pertencente a esta criação [Cristo
entrou no tabernáculo do céu]. Não por meio de sangue de bodes e
novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santo dos Santos, uma vez
por todas, e obteve eterna redenção [obteve eterna redenção no Santo dos
Santos do céu]. Ora, [continuação do trecho anterior, ligando a
redenção no Santo dos Santos Celeste com a limpeza cerimonial] se o
sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que
estão cerimonialmente impuros os santificam de forma que se tornam
exteriormente puros, quanto mais, então, o sangue de Cristo, que pelo Espírito
eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de
atos que levam à morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo [quanto mais o
sangue de Cristo, perfeitamente, e uma única vez, por toda a eternidade
(incluindo eventual milênio), já realizou a santificação de nossa consciência
de atos que levam à morte, obtendo, no Santo dos Santos no Céu, eterna
redenção?]! Assim é blasfemo dizer que no milênio precisaríamos de
outros sacrifícios para a impureza cerimonial de qualquer forma. Essa parte da
lei mosaica foi cumprida e abolida por Cristo.
Hebreus 9:19-24 Porque, havendo Moisés
anunciado a todo o povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos
bezerros e dos bodes, com água, lã purpúrea e hissopo, e aspergiu tanto o mesmo
livro como todo o povo, dizendo: Este é o sangue do [antigo] testamento que
Deus vos tem mandado. E semelhantemente aspergiu com sangue o tabernáculo e
todos os vasos do ministério. E quase todas as coisas, segundo a lei, se
purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. De
sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim
se purificassem; mas as próprias coisas celestiais [se purificam
cerimonialmente] com sacrifícios melhores do que estes. Porque
Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no
mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus;
Os dispensacionalistas dizem que haverá pecado na
terra após a vinda de Jesus! Apocalipse 19 não descreve a Segunda Vinda de
Cristo, pois Cristo voltará como ascendeu, e Ele não ascendeu com um cavalo!
Cavalo é sinal de guerra – guerra contra o Império Romano – o qual Ele venceu.
Cristo voltará em Apocalipse 20.9-11, com fogo do céu cf. 2Ts 1.8. Depois de
sua vinda segue-se o juízo final e eternidade.
Por causa da promessa de Deus de habitar
na terra durante o milênio (conforme declarado na Nova Aliança), é necessário
que Ele proteja a Sua presença através do sacrifício... Jerry Hullinger
apud Thomas Ice.
O que nos limpa é o SANGUE DE JESUS, e não
sacrifício! Proteger a presença de Deus através de sacrifício – que doutrina
espúria é essa?
Deve ainda acrescentar-se que este
sistema sacrificial será temporário, na medida em que o milênio (com a sua
população parcial de humanidade não glorificada) durará apenas mil anos. Jerry
Hullinger apud Thomas Ice.
Esse sistema sacrificial temporário do milênio será novamente de sacrifícios
carnais, fracos e inúteis diante do de Jesus:
Hebreus 7:15-19 E muito mais manifesto é ainda, se à semelhança
de Melquisedeque se levantar outro sacerdote, que não foi feito segundo a
lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível.
Porque ele assim testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de
Melquisedeque. Porque o precedente mandamento é abrogado por causa da sua
fraqueza e inutilidade (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é
introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus.
Thomas Ice continua:
UM MEMORIAL
Muitos que fazem uma interpretação
literal destes sacrifícios também acreditam que eles servirão como um memorial
à obra expiatória de uma vez por todas de Cristo. No entanto, os críticos
acreditam que esta seja uma conclusão errada. O apoio para um futuro aspecto
memorial pode ser visto no fato de que a nossa observação atual da Ceia do
Senhor inclui este aspecto (1 Co 11:23-26). Sob o sistema Mosaico — que olhava
para o futuro — muitas vezes vários sacrifícios do Templo eram especificamente
chamados de “memoriais” (Êx 30:16; Lv 2:2, 9; 5:12; 6:15; 24:7; Nm 5:15, 18,
26). Ice, Thomas.
MAS A ESCRITURA DIZ que o memorial perpétuo é a ceia das bodas do
cordeiro, a santa ceia na glória:
Mateus 26:26-29 E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e
abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o
meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele
todos; Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado
por muitos, para remissão dos pecados. E digo-vos que, desde agora, não beberei
deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino
de meu Pai.
Comeremos e beberemos com Jesus nas bodas do cordeiro no céu, na
eternidade, após sua vinda, bodas que não durarão obviamente 7 anos, mas uma
eternidade de comemoração!
Apocalipse 19:9 E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles
que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas
são as verdadeiras palavras de Deus.
Thomas Ice continua falando coisas que não estão na
Escritura sobre o memorial no milênio, contrapondo a plenitude da ceia do
Senhor, que durará até a eternidade:
Tal terminologia poderia, de fato, ser a
base para a nossa compreensão atual da era da igreja sobre a lembrança da morte
do Senhor, adotada por Paulo. O aspecto memorial mosaico apoia claramente a
visão dos futuros sacrifícios do Templo desta forma, à medida que os crentes
milenares olham para trás, para a provisão sacrificial de Cristo.
CONCLUSÃO [do artigo de Thomas Ice]
A presença e o propósito dos sacrifícios
milenares não diminuem a obra consumada de Cristo,
Diminuem sim.
nem violam a interpretação literal destas
passagens proféticas. Ice, Thomas.
É um engano interpretar essas profecias, símbolos e
tipos do AT literalmente.
Como interpretar Ezequiel? Se interpretarmos
literalmente, caímos nessa confusão de Thomas Ice! Mas veja isso, Mike Blume
(2023), que também rebateu e refutou Thomas Ice, explica-nos o que
significa o templo de Ezequiel:
Ezequiel 47 fala sobre um rio fluindo do
templo, onde existem árvores em ambos os lados do rio cujas folhas curam e os
frutos servem como alimento. Apocalipse 22 mostra exatamente o mesmo rio com as
mesmas árvores em ambos os lados do rio, cujas folhas dão cura e os frutos
servem como alimento. Mas o rio flui do trono de Deus e do Cordeiro na
revelação de Apocalipse, e não de um templo como em Ezequiel. Por que a
discrepância? Será porque o rio e as árvores do templo de Ezequiel são um
conjunto de árvores e rio totalmente diferente do de João em Apocalipse 22?
Não. A BÍBLIA DÁ A RESPOSTA!
Apocalipse 21:22 E não vi nela templo
algum; porque o Senhor Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro são o seu templo.
A razão pela qual Ezequiel viu um templo
saindo do rio e João viu um trono de Deus e o cordeiro saindo do rio é porque
DEUS E O CORDEIRO são o templo! Foi mostrada a Ezequiel a sua imagem do templo
porque os profetas não sabiam que o sacrifício de Jesus, representado pelo
Cordeiro a que João Batista se referiu como Cristo, cumpriria todos os seus
tipos simbólicos e sombras que tratavam do pecado. Eles sabiam que um Messias
viria, mas não sabiam os detalhes de como Cristo realmente realizaria a
expiação. Isso nos mostra a mesma razão pela qual foi mostrado a Ezequiel um
templo, sacerdotes e ofertas pelo pecado.
Mike Blume (2023).
Voltando com o artigo de Thomas Ice:
Nada em Ez 40-48 entra em conflito com a
morte de Cristo...
Realmente entra sim, só o sangue de Jesus pode nos
limpar e purificar, e não os sacrifícios judaicos.
ou com os ensinamentos do Novo Testamento
em qualquer ponto. Ice, Thomas.
Hebreus 7-10.
As supostas contradições entre uma
compreensão literal de Ezequiel e a doutrina do Novo Testamento evaporam quando
examinadas especificamente e harmonizadas.
Embora haja sacrifícios milenares, o foco
de toda adoração permanecerá na pessoa e na obra do Salvador. O Templo milenar
e o seu ritual servirão como um lembrete diário da necessidade do homem caído
perante um Deus Santo e lições sobre como este mesmo Deus trabalha amorosamente
para remover o obstáculo do pecado humano para aqueles que confiam Nele.
Maranata!” Ice, Thomas.
Mike Blume (2023) termina dizendo que o
único jeito que as palavras de Ezequiel e o Novo Testamento ficam em harmonia é
se as palavras de Ezequiel sejam entendidas como visões simbólicas que
espiritualmente representam todas as facetas do qual o sacrifício de Cristo na
cruz realizou [incluindo a parte cerimonial].
Enfim, se interpretarmos toda a profecia literalmente
entramos em contradição, pois algumas não são literais... Dispensacionalismo é
mais uma heresia complicada, isso sim: Para que, como diz Thomas Ice, nova
aliança, novos sacrifícios (carnais de animais cf. Hebreus 7.16-19), nova lei,
nova linha sacerdotal, nova purificação, novo templo no milênio se temos um sumo
sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais
sublime do que os céus; Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de
oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e
depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo.
Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do
juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre (Hebreus
7.26-28)?
Atos 17.11 Ora, estes [de
Beréia] foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de
bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se
estas coisas eram assim.
Compare a teoria dispensacionalista com a Bíblia: Não passa
no teste. Rejeitada:
Hebreus 7.17 Tu [JESUS] és sacerdote
ETERNAMENTE, segundo a ordem de Melquisedeque.]
Amém.