terça-feira, 30 de maio de 2023

"Teologia Sistemática Interdenominacional" lançada no Clube de Autores e na Amazon Kindle

Prezados, o Espírito me guiou a lançar minha Confissão em formato capa dura no Clube de Autores, 700 páginas. Também publiquei o formato epub no clube de autores (levei mais de 6 horas convertendo o doc pro epub hehe), comprei o ISBN pra ela... E, além disso, está publicado na Amazon Kindle também.

É chamada de Teologia Sistemática Interdenominacional.

Link:

https://clubedeautores.com.br/livro/teologia-sistematica-interdenominacional

https://www.amazon.com.br/dp/B0C71JQVQ5/


Graça e Paz

Roberto

Coração

Como disse Bavinck (2012), o pecado não é material, nem uma substância, mas uma qualidade moral, culpa moral e corrupção moral, mas como disse Hoekema (2018), tanto o pecado e a fé estão no coração, que é o centro do homem, e este é constituído de corpo e alma.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Explicando o cumprimento do início das profecias de Jesus de Mateus 24.

Acerca de Mateus 24, Jim Gibson nos informa que grande parte de Mateus 24 se cumpriu em poucas décadas após as palavras de Jesus:

E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos”. (Mateus 24:4,5)

Menos de dois anos após a ascensão de Jesus, houve um samaritano chamado Dositeu que corajosamente proclamou ser o Messias predito por Moisés. De acordo com o historiador judeu Josefo, doze anos após a morte de Cristo, outro enganador cujo nome era Teudas persuadiu uma multidão a segui-lo até o rio Jordão. Supostamente, o rio se dividiria ao seu comando. Irineu, em seus escritos “Contra as Heresias”, afirmou que Simão, o Mago, o feiticeiro mencionado em Atos 8, afirmou ser o Filho de Deus e criador dos anjos. De fato, durante o reinado de Nero, a história registra que havia tantos impostores que “muitos deles eram presos e mortos todos os dias”.

E ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos perturbeis; porque é necessário que todas estas coisas aconteçam, mas ainda não é o fim. Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino...” (Mateus 24:6,7)

Quando Jesus deu esta profecia, o Império Romano estava experimentando uma paz geral dentro de suas fronteiras. Mas em apenas um curto período de tempo, o império estava cheio de conflitos, insurreições e guerras. O historiador romano Tácito, em seus Anais, registrou os seguintes relatos: “guerra na Armênia”, “comoções na África”, “distúrbios na Alemanha”, “comoções na Trácia”, “intrigas entre os partos” e “a guerra na Grã-Bretanha”. Mesmo entre os judeus, muitos milhares foram mortos em Selência, Alexandria, Síria e Cesaréia durante a revolta judaica de 65/66 d.C. À medida que o tempo se aproximava de 70 d.C., data fatídica da destruição de Jerusalém, o Império Romano foi abalado ao seu próprio fundamento. Notavelmente, 68 d.C. foi referido como o “ano dos quatro imperadores”. Naquele ano, em meio a insurreições e tumultos civis, quatro homens ascenderam ao cargo de imperador.

“...e haverá fomes, pestilências e terremotos em vários lugares. Tudo isso é o princípio das dores.” (Mateus 24:7,8)

A Bíblia registra que houve fome “em todo o mundo, o que aconteceu nos dias de Cláudio César”, que reinou de 41 a 54 d.C. (Atos 11:28). Jerusalém e a Judéia sofreram muito com a fome durante esses anos. Paulo, escrevendo às igrejas em Roma e Corinto, falou sobre coletar ofertas para os “pobres” santos em Jerusalém. Os pobres sofreram mais durante a fome. O historiador romano Tácito escreveu sobre uma “falha nas colheitas e uma consequente fome”. Pestilências, ou seja, doenças muitas vezes se tornam a contrapartida da fome. Corpos doentes, consequência da fome, tornam-se terreno fértil para doenças. Outro historiador romano, Suetônio, registrou que a pestilência em Roma nos dias de Nero causou a morte de 30.000 pessoas em apenas uma temporada. Com relação aos terremotos, a história está repleta de relatos de terremotos que devastaram cidades inteiras. Tácito menciona que havia “doze cidades populosas da Ásia” que foram destruídas como resultado de terremotos. Em 60 d.C., as cidades de Hierópolis, Colosso e Laodicéia foram quase destruídas por um terremoto. Em 63 d.C., Pompéia foi muito danificada por um terremoto. Claro, seu fim final foi da erupção do Monte. Vesúvio em 79 d.C.

Jim Gibson. When Jesus Returns, What Then? Disponível em: <https://johnhartnettdotorg.files.wordpress.com/2020/05/when-jesus-returns-what-then.pdf>. Acesso em: Mai. 2023.

Naquela época, por causa do aumento da iniquidade, o amor de muitos esfriou (Mt 24.12): toda vez na história, quando a iniquidade aumentou, o amor esfriou, assim como nos nossos dias ocorre. Já quando Deus traz avivamentos o amor superabunda.

Mateus 24:29-31, que ocorreu após o evangelho chegar a todo mundo (ver seção 12.9 Acerca do Alcance da Pregação do Evangelho) e após a destruição de Jerusalém (grande tribulação para os judeus, conforme a seção 12.8 Acerca da Grande Tribulação), diz respeito à primeira ressurreição após o julgamento de Israel em 70 d.C., conforme a seção 22 O Tempo Está Próximo. A Primeira Ressurreição. Apocalipse também é um julgamento para Jerusalém (até o cap. 11), e não só para ela, mas também para o Império Romano (até o cap. 19) governado por Satanás, e para a Babilônia e prostituta chamada Roma (Ap 17.18 E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra). Roma matou os santos e apóstolos (Ap 18.20).

Mateus 24.34 deve ser interpretado à luz de Lucas 21.22: todas as coisas que haviam de cumprir na geração de Jesus são relativas aos dias de vingança para com Israel e Jerusalém (Mateus 24.34 “não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam. Lucas 21:22 “Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas) além da primeira ressurreição. O Império Romano demorou um pouco mais para ser destruído completamente.......

Livro de escatologia atualizado no smashwords.com:

https://www.smashwords.com/books/view/1046779


domingo, 28 de maio de 2023

Seção 12.11.2 - o império romano abrangia toda a terra? - aprimorada em 1 paragrafo

Para concluir a seção explicaremos Apocalipse 3.10 (Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra): Significa que todas as pessoas do Império Romano, império este que era mundial, sofreriam tentação para adorar o imperador (como Nero, uma das bestas do Império Romano), e receber a marca da besta e ser condenado eternamente. O Senhor deu duras penas eternas para quem o fizesse (quem recebesse a marca da besta), e não podia comprar ou vender em muitos locais se não adorasse o imperador publicamente! Os cristãos foram severamente tentados e muitos foram brutalmente mortos nas diversas perseguições do império até a legalização do cristianismo. Esse versículo acima diz que Deus tinha um compromisso em guardar os seus filhos de cair naquela tentação global (de adorar o imperador e receber a marca da besta) pois, mesmo que eles morressem, o que realmente importa é a vida eterna.

11.1 e 11.6 Pastores, Apóstolos e Evangelismo - atualizado

11.1 complementação

Como a Confissão de Fé de Westminster corretamente expressa: “Só há dois sacramentos ordenados por Cristo, nosso Senhor, no evangelho, ou seja: o Batismo e a Ceia do Senhor [alguns a chamam de Santa Ceia]. Nenhum dos quais pode ser administrado senão por um ministro da Palavra, legalmente ordenado. Mt 28.19; 1Co 11.20,23; 4.1; Hb 5.4.

11.6 Pastores, Apóstolos e Evangelismo

Cremos que os líderes das igrejas locais (Ef 4.11), ou congregações, devem cumprir os pré-requisitos bíblicos das epístolas pastorais de santificação, encontrados em 1Tm 3. Os pastores devem, mais do que tudo, pastorear as ovelhas (Jo 21.15-17).

Os ministérios de Cristo hoje para pregar a Palavra, segundo a Bíblia, são os pastores (Hb 13.7, 13.17, Ef 4.11), bispos (1Tm 3.2ss, At 20.28) ou presbíteros (os apóstolos Pedro e João se intitulavam também presbíteros, 1Pe 5.1, 3Jo 1, ver também 1Tm 5.17). Pastores, bispos ou presbíteros são, na prática, sinônimos, e não hierarquia. O ministério para servir chama-se “diácono” conforme o Novo Testamento, instituído pelo Espírito Santo em Atos. Já acerca das mulheres, a Bíblia fala de mulheres que serviram a Jesus e os apóstolos, portanto a Bíblia permite diaconisas. Acerca de mulheres no ministério da Palavra falo na seção 8.4.2, que a Bíblia não usa a expressão “pastora”, mas “irmã” etc., e, sim, dá o aval para mulheres pregarem a Palavra sem limites.

Acerca dos apóstolos. Cremos que Jesus verdadeiramente apareceu a Saulo no caminho de Damasco, onde as pessoas testemunharam da aparição, ou seja, não foi simplesmente uma visão ou sonho. Além disso, Jesus verdadeiramente intitulou os apóstolos com esse título de apóstolo, de modo que não o fizeram para si mesmos, ou para se mostrar maior do que outro. O ministério do apostolado verdadeiro está fechado, pois Paulo disse: depois apareceu a mim por último, como a um abortivo (1Co 15.8). Se é último, não existe outro.

Grudem (2010), como eu, concorda que o ministério do apostolado está fechado. A Bíblia nos indica como apóstolos os onze fiéis escolhidos por Cristo (Mateus 10.2-4; Simão Pedro, André, seu irmão, Tiago filho de Zebedeu, João, seu irmão, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago filho de Alfeu, Lebeu, apelidado Tadeu (esse é Judas cf. Lucas 6.16), e Simão, o Zelote), mais Matias, no lugar de Judas (Atos 1.23-26), Tiago, irmão do Senhor Jesus (Gálatas 1.19 E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor), Barnabé e Paulo (Atos 14.14 Ouvindo, porém, isto os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram as suas vestes, e saltaram para o meio da multidão, clamando). Deste modo, poderiam existir outros apóstolos se Jesus os tivesse chamado como tal naquela época.

Os apóstolos tinham autoridade para falar e escrever palavras que eram “palavras de Deus” em sentido absoluto. Não acreditar neles ou desobedecer a eles era o mesmo que não crer em Deus e desobedecer a Deus. Os apóstolos, portanto, tinham autoridade para escrever palavras que se tornaram palavras da Bíblia. Este fato por si só nos sugere que havia algo de singular no ofício de apóstolo, e não esperaríamos que ele continuasse hoje, porque atualmente ninguém pode acrescentar palavras à Bíblia e tê-las na conta de palavras de Deus ou como parte das Escrituras. Grudem (2010).

O verdadeiro chamado para o apostolado é para a formação de doutrina (Atos 2.42), ou seja, os apóstolos, pela sua doutrina, são o fundamento da doutrina das Escrituras para nós, através de Cristo. Acabou a revelação bíblica (doutrina dos apóstolos), inerrante, não tem mais verdadeiro apostolado revelado e chamado por Cristo. Os apóstolos hoje, como missionários, ou como liderança, como bispos de igreja no método episcopal, na maioria das vezes, querem ser superiores aos seus bispos, e estes superiores aos seus pastores. Essa hierarquia não existe na Bíblia. Isso é para engrandecimento próprio, ou, se não for, é vaidade.

Cremos que a Igreja tem a missão de evangelizar, levando a mensagem do evangelho de Jesus Cristo a todas os povos e nações quando Deus der a oportunidade, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, princípios que constituem a grande comissão de Cristo à Igreja em conjunto, Mt 28.19-20. Todos devemos evangelizar através de um bom testemunho, mas cada um tem o seu chamado e o seu dom específico: a missão de ser evangelista propriamente dita, com exceção do evangelismo ao próximo (conhecidos, amigos e familiares), é para aqueles que tem o dom específico de evangelista, segundo Ef 4.11. Não pegue um fardo que Deus não lhe deu, como querer ser missionário ou evangelista de ruas sem ter vocação, mas sirva ao Senhor com seu dom específico (1Pe 4.10-11). Devemos evangelizar, sem que haja contenda.

sábado, 27 de maio de 2023

ANEXO I – Uma Teoria Racional para o Entendimento da Trindade Cristã. Cada Pessoa da Trindade é Onipresente, Onisciente e Onipotente, Como Explicar?

ANEXO I – Uma Teoria Racional para o Entendimento da Trindade Cristã. Cada Pessoa da Trindade é Onipresente, Onisciente e Onipotente, Como Explicar?

Deixo esse anexo para dizer que a doutrina da Trindade faz sentido até pela razão, não são “versos isolados” da Bíblia, mas é a realidade em Deus. Depois da citação eu comento e busco explicar a onipresença, onisciência e onipotência baseada no estudo.

 

Fonte da citação abaixo: “Swinburne, Richard, 2018, "The Social theory of the Trinity", Religious Studies.”

“O Credo Niceno [no qual constam afirmações que todos os cristãos acreditam] afirma a crença em um Deus. Então, visto que fala de 'O Filho', que é 'gerado do Pai' como 'Deus verdadeiro de Deus verdadeiro', de uma essência com 'O Pai', afirma explicitamente que tanto o Pai como o Filho são 'Deus'. Ele continua falando de ‘O Espírito’ ‘que procede do Pai’, como ‘ser adorado juntamente com o Pai e o Filho’.

E a carta sinódica do Concílio [de Constantinopla] fala do Pai, do Filho e do Espírito Santo como tendo uma única divindade, poder e substância.

Isso ocorre por pensar nessas palavras como tendo o primeiro sentido quando o Credo diz que há "um Deus", e como tendo o último sentido quando afirma que cada um dos seres é "Deus". Assim entendido, o Credo está dizendo que há uma coisa única que ele chama de "Deus", que consiste em três seres.

O Credo afirma que o Pai é a fonte originária dos outros dois seres - ele "gera" o Filho, e o Espírito "procede" do Pai.

Parece haver um maior acordo do século V em diante até os tempos modernos ... que os membros da Trindade são "pessoas". O filósofo cristão do século V Boécio classicamente definiu uma "pessoa" como "uma substância individual de natureza racional".

[É aceito pelo cristianismo] que cada uma das pessoas tem as mesmas propriedades intrínsecas essenciais que as tornam divinas. Assim, foi acordado que cada uma das pessoas tem as mesmas propriedades intrínsecas essenciais que por si só as tornam divinas.

João Damasceno disse exatamente o mesmo: 'ούσία [ousía] significa a forma comum e geral, como Deus, homem, etc. enquanto ύποστασις [hipóstase] marca o indivíduo [pessoa], ou seja, Pai, Filho, Espírito Santo ou Pedro, Paulo.

As pessoas têm propriedades distintas, mas compartilham uma essência comum.

[Outra] questão acordada é que as pessoas diferem umas das outras em suas relações de origem, e que esta era a única diferença essencial entre elas. Assim, Boécio: "a multiplicidade da Trindade é expressa pela categoria de relação... Apenas os termos pertencentes à relação podem ser aplicados individualmente a cada [membro da Trindade]". O Pai foi a causa da existência dos outros dois, que se distinguem um do outro pelo Filho sendo "gerado" do Pai e o Espírito "procedendo do" Pai.

A diferença entre as pessoas é que o Pai é a pessoa que é diretamente a causa do Filho, e - seja juntamente com o Filho, ou por meio do Filho - a causa do Espírito; o Filho é a pessoa que é causada somente pelo Pai e o Espírito é a pessoa que é causada pelo Pai com ou por meio do Filho.

Encontramos menos dificuldade em compreender a afirmação de Tomás de Aquino de que "as relações com Deus são subsistentes" [lembre-se de que Deus é um Deus, uma essência que subsiste em três pessoas distintas, Pai, Filho e Espírito Santo – quando Aquino diz que as relações com Deus são subsistentes significa que o Pai é Pai por causa de suas relações com os outros membros da trindade; o Filho é Filho, subsiste filho por causa das suas relações com o Pai, etc., colchetes meus, Roberto]. Então, ele [Tomás de Aquino] afirma, o que torna uma pessoa divina individual aquela pessoa individual é sua natureza bondosa - essa é sua natureza divina e suas relações com outras pessoas divinas.

Além disso, todos concordam que a existência de três pessoas divinas não implica que Deus seja "composto" ou tenha três "partes". Uma razão para isso, escreve João Damasceno, é que as pessoas têm a mesma essência; e Tomás de Aquino também dá como razão porque há apenas um Deus, que "toda a plenitude da natureza divina está presente em cada uma das pessoas". Outra resposta dada por Anselmo é que as 'pessoas' não são 'coisas que existem independentemente'.

Aquino deu a explicação que eu sugeri anteriormente, que é "uma maneira óbvia de resolver a aparente contradição" de que tanto a Trindade quanto seus membros são chamados de “Deus”. ‘Deus’, escreveu ele, é ‘um nome’, mas significa ‘ter divindade’, que é ‘um adjetivo’; e é por isso que "considerando que há três divindades, isso ainda não implica a existência de três deuses". Em alguns casos, 'Deus' representa a “essência” ; É por causa da forma significada que [usa-se a expressão] “Deus cria”. É toda a divindade presente nas três pessoas que "cria"; assim, ao que parece, "Deus" assim usado é o nome dos três juntos. Mas, em outros casos, representa a pessoa que tem divindade, como em "Deus gera" (isto é, Deus o Pai gera o Filho). Portanto, o fato de que o Pai é Deus, e também o Filho é Deus, não implica que existam dois deuses, simplesmente porque "Deus" é usado de duas maneiras diferentes.

Finalmente, todos os pensadores patrísticos e medievais concordam, todas as ações de cada membro da Trindade são ações de toda a Trindade, exceto os "atos característicos", que são os atos pelos quais um membro causa outro membro. E, escreveu Gregory Palamas, referindo-se a seus atos direcionados para fora "as três hipóstases [pessoas] divinas mutuamente coincidem aqui e se interpenetram naturalmente, totalmente, eternamente, inseparavelmente, e ainda sem mistura ou confusão, de modo que sua energia [creio que o autor quer dizer essência] também é uma."

Para Palamas, escreve John Meyendorff comentando sobre esta frase, "a Trindade é a união de três hipóstases [pessoas], cada uma mantendo, de forma real, sua identidade pessoal."

O Pai gerou o Filho nem por vontade nem por necessidade '; este ditado repete o Credo de Dâmaso de que "O Pai gerou o Filho, não por vontade, nem por necessidade, mas por natureza.

Esta teoria é uma "teoria social" no sentido de que postula três "pessoas" no sentido de Boécio como "centros distintos de conhecimento, amor, vontade e ação".

Assim, a teoria aceita sustenta que as pessoas da Trindade são pessoas separadas, uma vez que pelo menos uma vez que realizam atos intencionais separados - o Pai gera voluntariamente o Filho; e então deve ter tido consciências separadas (embora "quantas consciências?" não fosse o tipo de pergunta que os Pais ou medievais fizeram). As consciências seriam de tipo idêntico (ou seja, teriam o mesmo conteúdo), exceto no que diz respeito aos "atos característicos", mas seriam distintas (isto é, há três delas). As três pessoas têm exatamente a mesma "natureza" divina que as outras, mas o que as torna pessoas separadas são apenas suas relações diferentes umas com as outras.

Cada uma das pessoas da Trindade é divina e, portanto, onipotência não implica que uma pessoa possa tentar causar algum bom estado de coisas (por exemplo, Urano movendo-se no sentido horário ao redor do Sol em relação a alguma estrutura) e exatamente ao mesmo tempo outro membro pode tentar causar um estado incompatível igualmente bom (por exemplo, Urano movendo-se no sentido anti-horário). Visto que ambas as pessoas não poderiam ter sucesso, ambas não poderiam ser onipotentes e - se não onipotentes - certamente não divinas. Para lidar com isso, precisamos considerar o que significa uma pessoa ser divina.

Uma pessoa divina é naturalmente entendida como alguém que é essencialmente eternamente onipotente e existe (em algum sentido) "necessariamente". Se "eterno" é entendido como "eternidade contínua", então, a cada momento do tempo eterno, o Pai é a causa da existência dos outros no momento subsequente; se 'eterno' é entendido como 'atemporal', então o Pai atemporalmente causa cada um dos outros (eu irei posteriormente entender ‘eterno’ como ‘eternidade contínua’, mas o que eu tenho a dizer pode ser facilmente reformulado em termos de 'eterno' como 'atemporal'). Sendo divino, cada pessoa também é "onipotente". Uma pessoa onipotente saberá de cada ação disponível, seja ela boa ou má, e se é melhor do que alguma ação incompatível. Reconhecer uma ação como boa implica ter alguma motivação para fazê-la, e reconhecer uma ação como melhor do que outra acarreta ter maior motivação para fazê-la, e reconhecer uma ação como má implica ter motivação para não fazê-la.

Portanto, se houver em alguma situação uma melhor ação possível (ou tipo de ação) para ele fazer, qualquer pessoa onipotente sempre fará essa ação (ou tipo de ação). Mas em muitas situações, para uma pessoa onipotente como também para nós, haverá duas ou mais ações possíveis incompatíveis (ou tipos de ação), cada uma tão boa quanto a outra e melhor do que qualquer outra ação (ou tipo de ação). Em tal situação, uma pessoa onipotente escolherá livremente o que fazer. Mas certamente haverá frequentemente diante de uma pessoa onipotente, como não há diante de nós, uma escolha entre um número infinito de ações possíveis incompatíveis (ou tipos de ação), cada uma das quais é menos boa do que alguma outra ação (ou tipo de ação), mas onde não há melhor. Nesse caso, sua bondade perfeita só pode consistir em escolher fazer uma dessas ações, mesmo que a ação que a pessoa escolha não seja a melhor (porque não há melhor). Assim, suponha que seja o melhor tipo de ação possível criar planetas, e quanto mais deles melhor, então um ser onipotente será perfeitamente bom se criar exatamente um planeta, mas não uma pessoa pior do que seria se criasse exatamente dois planetas, embora um ato de criar planetas seja um ato melhor quanto mais planetas forem criados. Agora, dado que qualquer pessoa onipotente é neste sentido perfeitamente boa, só poderia haver mais de uma pessoa onipotente se cada uma das pessoas onipotentes acreditasse que seria ruim para ela provocar efeitos de certos tipos, tipos que apenas alguma outra pessoa onipotente tinha o direito de realizar. Ou seja, deve haver algum acordo entre eles sobre qual área cada um tem o direito de controlar. Caso contrário, obteríamos a incompatibilidade que descrevi. Mas, dado que a onipotência de uma pessoa é apenas um poder para fazer boas ações e, portanto, ações de um tipo que essa pessoa tem o direito de fazer, mais de uma pessoa pode ser onipotente. Apenas uma pessoa iniciaria ações que afetam os movimentos dos planetas, e as outras colocariam seu poder por trás de sua escolha; e da mesma forma para outras áreas.

Daí a unidade da Divindade em "poder" afirmada pela carta sinódica do Concílio de Constantinopla. Essa demarcação de áreas de influência não poderia ser alcançada por meio de discussão entre as pessoas, pois, enquanto a discussão estivesse ocorrendo, nenhuma delas seria onipotente.

Ao fazer com que os outros existam (em cada momento do tempo), o Pai teria que estabelecer as regras que determinam quem tem o direito de fazer quais ações; e os outros membros da Trindade reconheceriam seu direito, como a fonte de seu ser, de estabelecê-los.

Dada a minha compreensão do que é para cada uma das pessoas ser "divina", e dado que o Pai causou o Filho e o Espírito, tudo o mais concordado pela teoria social tradicional segue. Para saber quais ações estão disponíveis para eles, cada uma das três pessoas precisaria saber todo o passado e presente do mundo (pois tudo o que aconteceu no passado ou está acontecendo no presente determina se alguma ação disponível de outra forma é logicamente possível. Por exemplo, para saber que agora ele não pode provocar uma segunda guerra mundial, um ser onipotente precisaria saber que uma segunda guerra mundial já aconteceu). Assim, cada pessoa divina estaria plenamente ciente de todos os pensamentos e ações dos outros. Esta onisciência comum, comunidade de ação onipotente torna o caso que em um sentido natural há um Deus.

Duns Scotus inventou uma palavra chamada “thisness”, que significa que é logicamente possível – poderia haver existido em vez daquela substância (ou em adição a ela), uma coisa diferente que tem as mesmas propriedades como a coisa anterior.

O Filho e o Espírito só poderiam existir com a mesma necessidade do Pai, se sua causação pelo Pai não fosse um ato voluntário; e assim teria que seguir da natureza do Pai que ele produziria o Filho e o Espírito. Segue-se que o Filho e o Espírito não têm 'thisness'; isto é, cada um não é tal que pudesse haver em seu lugar uma pessoa diferente com todas as mesmas propriedades (incluindo relações com outros seres) como o Filho e o Espírito reais.

Pois se, por exemplo, o Filho tivesse “thisness”, [que significa] que poderia haver inúmeras pessoas possíveis com exatamente as mesmas propriedades do Filho real, não haveria razão para fazer com que um existisse em vez de outro; e então o Pai teria que realizar um deles por um ato voluntário; e, nesse caso, o Filho real não existiria com a mesma necessidade do Pai. E[, em contrapartida,] se o Filho e o Espírito não têm “thisness” [ou seja, se são únicos e necessários], eles somente teriam o mesmo tipo de divindade que o Pai, se supormos que o Pai também não tem “thisness” [ou seja, se for único e necessário]. E, de qualquer maneira, é mais simples e, portanto, uma hipótese verdadeira mais provável supor que tudo depende de um ser que não tem “thisness” [ser que é único e necessário]; e assim não surge a questão de "por que este Pai, em vez de qualquer outro?" Uma vez que as três pessoas divinas não têm “thisness” [ou seja, são únicas e necessárias], elas podem ser distintas apenas se tiverem propriedades diferentes (intrínsecas ou relacionais) umas das outras. Mas dado que é mais simples supor que cada um deles não tem mais propriedades intrínsecas do que aquelas que decorrem da onipotência eterna essencial, a diferença deve consistir em terem relações diferentes entre si.

E, inevitavelmente, o Pai terá uma relação diferente com as outras duas pessoas - visto que ele as causa, e elas não o causam. E fazer isso deve implicar em ter uma certa primazia inicial, que o coloca em posição de fazer isso. A diferença entre o Filho e o Espírito poderia, portanto, consistir em cada um ter um tipo diferente de relação com o Pai; e a forma mais simples disso seria se um (o Filho) fosse causado somente pelo Pai, e o outro (o Espírito) fosse causado pelo Pai e / ou pelo Filho. Mas a diferença também poderia - como vimos - consistir em cada ser causado pelo Pai de uma maneira diferente (significada pela diferença inexplicável entre "ser gerado" e "proceder"). A simplicidade favorece a visão de que a diferença consiste apenas em suas relações assimétricas de origem com o Pai - o Filho sendo causado apenas pelo Pai, e o Espírito sendo causado pelo Pai e / ou por meio do Filho.

E em breve apresentarei um argumento a priori em favor desse ponto de vista. Assim, dado que é coerente supor que existe uma pessoa divina, entendida como uma pessoa que é "essencialmente eternamente onipotente e existindo necessariamente", sugiro ter mostrado que é coerente supor que existam três dessas pessoas que forma uma Trindade do tipo tradicional. Dado que são individualizados por suas relações entre si, segue-se que cada pessoa não poderia existir sem as outras. É uma consequência da natureza do Pai que ele continuamente sustentará na existência o Filho e o Espírito e da natureza do Filho que ele ajudará a sustentar o Espírito. Vou agora argumentar que isso não é meramente coerente, mas que há um forte argumento a priori para mostrar que é verdade: que necessariamente, dada uma pessoa divina (o Pai), haverá duas e apenas mais duas pessoas divinas.

A afirmação de que existe uma Trindade do tipo acima precisa ser preenchida em um aspecto crucial. Na maioria dos autores que discuti até agora, não há muito sobre por que é bom que Deus seja triuno; ainda assim, em uma teoria social, a resposta é óbvia - porque se houver três pessoas divinas, elas podem exibir dentro da Divindade aquela característica de Deus que os cristãos sempre têm considerado tão importante - amor.

Importante para o pensamento medieval era o princípio dionisíaco de que o bem, por sua própria natureza, difunde-se por si mesmo: busca produzir mais coisas boas. No século XII, Ricardo de St. Victor repetiu isso e - afirmando que o tipo mais completo de amor é o amor de um igual (e, portanto, não seria suficiente para Deus criar os humanos), deduziu que o Pai deve gerar o Filho.

O amor perfeito deve ser totalmente amor mútuo, retribuído em espécie e quantidade, envolvendo total partilha, o tipo de amor envolvido em um casamento perfeito; e apenas um ser que pudesse compartilhar com ele o governo do universo poderia retribuir totalmente o amor de outro semelhante.

Embora, naturalmente, o amor de um pai por um filho seja de imenso valor, não é o amor de iguais; e uma coisa que o torna tão valioso quanto é, é que os pais estão tentando tornar o filho (conforme ele cresce) um igual. Para colocar o ponto na terminologia que usei anteriormente, seria a melhor ação única para o Pai causar a existência do Filho, e então inevitavelmente ele o faria. Se pensarmos em Deus como algo temporal, o que Ricardo de São Victor não fez, segue-se que o Pai não poderia começar a causar a existência do Filho em algum momento do tempo, digamos um trilhão de trilhões de anos atrás. Isso seria tarde demais - por toda a eternidade antes desse tempo, o Pai não teria manifestado sua bondade perfeita. Em vez disso, em cada momento do tempo eterno, o Pai deve sempre fazer com que o Filho exista e, assim, sempre manter o Filho em existência.

Um casal pode ser egoísta. Um casamento em que marido e mulher estão interessados ​​apenas um no outro e não procuram espalhar o amor que têm um pelo outro é um casamento deficiente (e, claro, a maneira óbvia, mas não a única, pela qual eles podem espalhar seu amor é tendo filhos). O amor perfeito por uma pessoa amada, argumenta Ricardo, deve envolver o desejo de que a pessoa amada também seja amada por outra pessoa. Portanto, será uma melhor ação única para o Pai causar a existência de um terceiro ser divino a quem o Pai e o Filho poderiam amar e por quem cada um poderia ser amado. Daí o Espírito Santo. E eu sugiro que seria melhor se o Pai incluísse o Filho como co-causa (como ele é de todas as outras ações do Pai) em causar o Espírito. E, novamente, eles devem ter feito com que o Espírito existisse em cada momento passado do tempo eterno. Portanto, a Trindade deve sempre ter existido.

Então, por que apenas três pessoas divinas? Esses argumentos não sugerem que deveria haver mais de três pessoas divinas. A resposta de Ricardo de St. Victor é que não haveria necessidade de um quarto, já que três pessoas divinas satisfariam plenamente as demandas do amor. Argumentei anteriormente que, quando existe uma melhor ação única, uma pessoa divina deve realizá-la. Foi uma melhor ação única para o Pai criar outra pessoa divina - pois o amor perfeito requer outra com quem compartilhar; e foi uma melhor ação única para o Pai e o Filho criar uma terceira pessoa divina, pois o amor do Pai pelo Filho e do Filho pelo Pai exigia que eles fizessem com que houvesse alguma pessoa divina diferente de si mesmos para o outro amar e ser amado por.

Três pessoas é o mínimo necessário para o amor altruísta entre pessoas de algum tipo. Cada membro da Trindade poderia mostrar amor altruísta sem haver uma quarta pessoa divina.

No entanto, Ricardo não considerou a objeção de que, mesmo assim, certamente quanto mais pessoas divinas, melhor, e assim certamente boas pessoas divinas produziriam muito mais pessoas divinas; e, portanto, ele não provou que Deus deve ser triuno. Seu argumento precisa de um passo crucial que eu agora acrescento a ele, como segue: se a objeção fosse correta, então quantas pessoas divinas o Pai (em conjunção com outras) trouxesse, seria ainda melhor se ele trouxesse mais. Mas, como argumentei anteriormente, quando há uma série infinita de boas ações possíveis incompatíveis, cada uma melhor que a anterior, disponíveis para algum agente, não é logicamente possível que ele faça a melhor - porque não há melhor ação. Um agente é perfeitamente bom nessa situação se fizer qualquer uma dessas boas ações. Assim, visto que produzir apenas três pessoas divinas seria incompatível com uma ação alternativa de trazer apenas quatro pessoas divinas, e assim geralmente, a bondade perfeita do Pai seria satisfeita por ele trazer apenas duas outras pessoas divinas. Ele não precisa criar uma quarta pessoa divina para cumprir sua natureza divina. Criar uma quarta pessoa divina seria, portanto, um ato de vontade, não um ato da natureza. Mas então qualquer quarta pessoa divina não existiria necessariamente no sentido em que a segunda e a terceira pessoas divinas existem necessariamente - sua existência não seria uma consequência necessária da existência de um ser necessário; e, portanto, ele não seria divino. Portanto, não pode haver uma quarta pessoa divina.

Deve haver e só pode haver três pessoas divinas.” Swinburne, Richard.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 



[Comentário meu, Roberto. De fato, a tradição cristã apoiada na Bíblia declara que o Pai gerou o Filho, e do Pai procedeu o Espírito, através do Filho. A tradição cristã nos proíbe de dizer que o Filho ou o Espírito foram criados pelo Pai (da maneira como uma criatura é criada). Mas Swinburne utiliza tal nomenclatura, e ele diz claramente que o sentido que ele usa a palavra “criou” ou “criar” não é o sentido de criar uma criatura (o que seria o sentido usual). Um sentido é para a criação, criar criaturas. Outro sentido é o gerar/proceder de Deus, que significa que o Pai é a fonte da divindade, e Dele foi gerado, ou procedente (dicionário: Dele vem (é gerado) o Filho; Dele vem (é procedente) o Espírito). O dicionário do Google diz que gerado é “originado; teve nascimento em.” Também diz que procedente é “que provém/origina-se.” Portanto, não se deve olhar com maus olhares a nomenclatura própria de Swinburne de trocar as palavras de gerar/proceder por criar, pois ele não está usando da mesma maneira que Deus cria os homens, anjos, natureza, cosmos, animais, mas da maneira pela qual, assim como descreve a Confissão de Fé de Westminster (1643-46), “O Pai não é de ninguém - não é nem gerado, nem procedente; o Filho é eternamente gerado do Pai; o Espírito Santo é eternamente procedente do Pai e do Filho.” Swinburne quer dizer que o Pai eternamente cria/sustenta da natureza do Pai (ou gera) o Filho, e do Pai eternamente procede, através do Filho (ou eternamente cria-se/sustenta-se da natureza do Pai e do Filho) o Espírito Santo. Não é uma criação a partir do nada (ex nihilo), como a Criação descrita em Gênesis, mas o autor quer dizer uma criação da essência do Pai, fonte da divindade. Da mesma forma escreveu Jacó Armínio (Obras de Armínio, CPAD, 2015): “o Pai é a fonte e a origem de toda a Divindade, e o princípio e a causa do próprio Filho, como sugere a palavra “Pai” (Jo 5.26,27).

Eu, Roberto, continuo: Como a Trindade subsiste em três Pessoas, é claro que as Pessoas da Trindade pensam, falam, agem, interagem como nós, pessoas, fazemos uns aos outros, porém de uma maneira divina, perfeita e completa. Portanto, não creio no subordinacionismo das pessoas da trindade, como defende Grudem, 2010 (ainda que Grudem não quis dizer inferioridade, mas subordinação), mas creio que há liberdade, em amor, entre as três pessoas divinas, e não uma relação que inclui principalmente ordem e obediência. Na Terra, no plano salvífico para nós, com certeza foi o Pai que planejou a salvação, o Filho que, obedecendo, a conquistou por nós, e o Espírito que aplica essa salvação em nós. Não creio que Deus Triuno, acerca da relação das Pessoas, seja como uma família bem tradicional em que o Pai mandasse e o Filho obedecesse (como diz o subordinacionismo de Grudem). Já na terra, se nós, crentes, só fizermos o que somos mandados, Jesus disse que seríamos servos inúteis (Lucas 17.10) – precisamos fazer o bem voluntariamente, sem esperar muitas vezes Deus mandar! Enfim, creio que há liberdade em Deus nas três Pessoas. Que o Filho, na eternidade, assim como foi na Terra, também tem iniciativa própria, vontade própria, algo que não foi ordenado pelo Pai, mas com a iniciativa do Filho, e o Pai e o Espírito concordam nisso. O evangelho de João está repleto dessas falas, “Eu de mim mesmo a dou, porque o Filho do Homem tem autoridade...”. Assim o Pai, o Filho e o Espírito, cada um pode ter iniciativa a algo, e as outras duas pessoas concordam nisso, pois em Deus não há contradição. Vamos aprofundar isso adiante. Concorda nisso uma outra doutrina, mais nova, chamada Pericorese:

Existe uma doutrina descoberta por João Damasceno (675- 749) que se chama Pericorese, sobre a relação entre o Pai, Filho e Espírito, mais especificamente uma interrelação entre as pessoas da Trindade. No caso, ele – João – foi iluminado através de uma brincadeira de criança, o que fez que essa doutrina, para mim, inicialmente, aparentasse ser pouco séria nesta parte. Porém, indo direto ao ponto, ela tem seu valor:

“A pericorese lida com a relação intratrinitariana na essência do ser de Deus, na qual há comunhão dos três membros da Divindade que inclui amor, harmonia e conhecimento mutuamente exaustivo, etc. [...]. Pode-se dizer que cada membro da Divindade permeia o outro, habita no outro, está relacionado com o outro e, ainda assim, cada um também mantém sua distinção.” Brito (2020).

Inicialmente tive dificuldades de entende-la como hoje, mas, obviamente, como cada Pessoa das três é Onipresente, Onisciente e Onipotente, é fato que cada Pessoa conhece exaustivamente a Outra Pessoa da Trindade, senão cada Pessoa não seria, no caso, Onisciente. Conjecturando, cada Pessoa permeia a outra Pessoa, senão uma Pessoa divina não ocuparia o espaço de outra Pessoa, pois cada uma é Onipresente, ou seja, está em todos os lugares!

Agora, como pode ser que uma pessoa seja Onisciente se foi gerado ou procedente? Ou como as Pessoas da Trindade podem ser Onipotentes sem que haja contradição (Deus é Perfeito)?

Nisso, a aprofundar, voltamos a citar Richard Swinburne (2018):

“Cada uma das pessoas da Trindade é divina e, portanto, onipotência não implica que uma pessoa possa tentar causar algum bom estado de coisas (por exemplo, Urano movendo-se no sentido horário ao redor do Sol em relação a alguma estrutura) e exatamente ao mesmo tempo outro membro pode tentar causar um estado incompatível igualmente bom (por exemplo, Urano movendo-se no sentido anti-horário). Visto que ambas as pessoas não poderiam ter sucesso, ambas não poderiam ser onipotentes e - se não onipotentes - certamente não divinas. Para lidar com isso, precisamos considerar o que significa uma pessoa ser divina.

Uma pessoa divina é naturalmente entendida como alguém que é essencialmente eternamente onipotente e existe (em algum sentido) "necessariamente". Se "eterno" é entendido como "eternidade contínua", então, a cada momento do tempo eterno, o Pai é a causa da existência dos outros no momento subsequente; se 'eterno' é entendido como 'atemporal', então o Pai atemporalmente causa cada um dos outros (eu irei posteriormente entender ‘eterno’ como ‘eternidade contínua’, mas o que eu tenho a dizer pode ser facilmente reformulado em termos de 'eterno' como 'atemporal'). Sendo divino, cada pessoa também é "onipotente". Uma pessoa onipotente saberá de cada ação disponível, seja ela boa ou má, e se é melhor do que alguma ação incompatível. Reconhecer uma ação como boa implica ter alguma motivação para fazê-la, e reconhecer uma ação como melhor do que outra acarreta ter maior motivação para fazê-la, e reconhecer uma ação como má implica ter motivação para não fazê-la.

Portanto, se houver em alguma situação uma melhor ação possível (ou tipo de ação) para ele fazer, qualquer pessoa onipotente sempre fará essa ação (ou tipo de ação). Mas em muitas situações, para uma pessoa onipotente como também para nós, haverá duas ou mais ações possíveis incompatíveis (ou tipos de ação), cada uma tão boa quanto a outra e melhor do que qualquer outra ação (ou tipo de ação). Em tal situação, uma pessoa onipotente escolherá livremente o que fazer. Mas certamente haverá frequentemente diante de uma pessoa onipotente, como não há diante de nós, uma escolha entre um número infinito de ações possíveis incompatíveis (ou tipos de ação), cada uma das quais é menos boa do que alguma outra ação (ou tipo de ação), mas onde não há melhor. Nesse caso, sua bondade perfeita só pode consistir em escolher fazer uma dessas ações, mesmo que a ação que a pessoa escolha não seja a melhor (porque não há melhor). Assim, suponha que seja o melhor tipo de ação possível criar planetas, e quanto mais deles melhor, então um ser onipotente será perfeitamente bom se criar exatamente um planeta, mas não uma pessoa pior do que seria se criasse exatamente dois planetas, embora um ato de criar planetas seja um ato melhor quanto mais planetas forem criados. Agora, dado que qualquer pessoa onipotente é neste sentido perfeitamente boa, só poderia haver mais de uma pessoa onipotente se cada uma das pessoas onipotentes acreditasse que seria ruim para ela provocar efeitos de certos tipos, tipos que apenas alguma outra pessoa onipotente tinha o direito de realizar. Ou seja, deve haver algum acordo entre eles sobre qual área cada um tem o direito de controlar. Caso contrário, obteríamos a incompatibilidade que descrevi. Mas, dado que a onipotência de uma pessoa é apenas um poder para fazer boas ações e, portanto, ações de um tipo que essa pessoa tem o direito de fazer, mais de uma pessoa pode ser onipotente. Apenas uma pessoa iniciaria ações que afetam os movimentos dos planetas, e as outras colocariam seu poder por trás de sua escolha; e da mesma forma para outras áreas.

Daí a unidade da Divindade em "poder" afirmada pela carta sinódica do Concílio de Constantinopla. Essa demarcação de áreas de influência não poderia ser alcançada por meio de discussão entre as pessoas, pois, enquanto a discussão estivesse ocorrendo, nenhuma delas seria onipotente.

Ao fazer com que os outros existam (em cada momento do tempo), o Pai teria que estabelecer as regras que determinam quem tem o direito de fazer quais ações; e os outros membros da Trindade reconheceriam seu direito, como a fonte de seu ser, de estabelecê-los.

Dada a minha compreensão do que é para cada uma das pessoas ser "divina", e dado que o Pai causou o Filho e o Espírito, tudo o mais concordado pela teoria social tradicional segue. Para saber quais ações estão disponíveis para eles, cada uma das três pessoas precisaria saber todo o passado e presente do mundo (pois tudo o que aconteceu no passado ou está acontecendo no presente determina se alguma ação disponível de outra forma é logicamente possível. Por exemplo, para saber que agora ele não pode provocar uma segunda guerra mundial, um ser onipotente precisaria saber que uma segunda guerra mundial já aconteceu). Assim, cada pessoa divina estaria plenamente ciente de todos os pensamentos e ações dos outros. Esta onisciência comum, comunidade de ação onipotente torna o caso que em um sentido natural há um Deus.” Swinburne.

 

Com essas suposições, temos:

 

A. As Três Pessoas São Onipotentes, e não há contradição nisso:

1. Deve haver algum acordo entre eles sobre qual área cada um tem o direito de controlar: Apenas uma pessoa iniciaria ações que afetam os movimentos dos planetas, e as outras colocariam seu poder por trás de sua escolha; e da mesma forma para outras áreas (Swinburne, 2018).

 

B. O Pai, como fonte da Divindade, como o Planejador da Criação, estabeleceu anteriormente (na geração do Filho e procedência do Espírito) as regras que determinam a extensão das ações e papéis de cada membro da Trindade:

2. O Pai teria que estabelecer as regras que determinam quem tem o direito de fazer quais ações; e os outros membros da Trindade reconheceriam seu direito, como a fonte de seu ser, de estabelecê-los (Swinburne, 2018).

 

C. Onisciência de cada Pessoa Divina:

3. Para saber quais ações estão disponíveis para eles, cada uma das três pessoas precisaria saber todo o passado e presente do mundo... E cada pessoa divina estaria plenamente ciente de todos os pensamentos e ações dos outros. Esta onisciência comum, comunidade de ação onipotente torna o caso que em um sentido natural há um Deus (Swinburne, 2018).

Lembrando do que eu disse sobre a Pericorese: Inicialmente tive dificuldades de entende-la como hoje, mas, obviamente, como cada Pessoa das três é Onipresente, Onisciente e Onipotente, é fato que cada Pessoa conhece exaustivamente a Outra Pessoa da Trindade, senão cada Pessoa não seria, no caso, Onisciente.

 

D. Onipresença de cada Pessoa Divina:

Primeiro, Deus é Espírito, ilimitado e infinito. Cada Pessoa, sendo Deus e Espírito, permeia e atravessa a outra Pessoa, senão uma Pessoa divina não ocuparia o espaço de outra Pessoa, pois cada uma é Onipresente! Como são infinitas as Pessoas Divinas, não há limite para Deus, mas Deus é transcendente e está além do Universo e da criação.

 

E. As Pessoas da Trindade Têm Liberdade em Sua Onipotência:

Sendo, pois, Onipotência a capacidade de fazer boas ações, tanto o Pai, como o Filho, tal como o Espírito Santo, tem liberdade para escolherem fazer as coisas do jeito que quiserem, porém dentro dos papéis que o Pai, fonte da Divindade, colocou. Não é uma família patriarcal que o Pai sempre manda e o Filho sempre obedece, mas há liberdade de escolha e de detalhes, que não entram em contradição, e que as outras Pessoas Divinas sempre concordam.

Por exemplo, o Pai delimitou que o Pai fosse o Planejador do plano de salvação para com o homem, o Filho, o que iria encarnar e morrer, conquistar a salvação, e ressuscitar. O Espírito, aquele que iria ensinar a verdade para a Igreja, e fazê-la nascer de novo (aplicar a salvação à Igreja). Mas o Filho poderia, dentro desse limite de encarnar, morrer, conquistar a salvação e ressuscitar, escolher todo o resto, como gostaria de fazê-lo livremente, cada detalhe: a quem perdoar os pecados, a qual cidade visitar, a quem curar, quando derramar a sua vida na cruz. O Espírito é quem nos concede os dons espirituais, mas o Espírito também tem liberdade para saber quais dons são mais adequados a nós, e quando manifestá-los, ou quando e como capacitar uma pessoa para anunciar o evangelho. O Pai tem liberdade, de acordo com a Providência, se quando e como alimentar as pessoas, quando e como fazer o sol e a chuva se derramarem sobre nós, quando e como fazer cada circunstância particular e encontros de nossas vidas, que muitos descrentes diriam ser coincidências, contribuírem e levarem-nos para o bem dos que amam a Deus. O Pai, ainda, tem liberdade de quais pessoas levar ao Filho (conforme o evangelho de João) e a quem eleger no Filho, o que não é papel do Filho ou do Espírito.

Mas o Pai não pode mandar no Filho no que não é a sua atribuição (ex. como encarnar, como morrer (Jesus entregou sua vida), ressuscitar e como e quando ascender aos céus, quando perdoar pecados, quando curar), nem o Espírito. O Filho não pode mandar no Espírito no que não é atribuição do Filho (ex. capacitar a Igreja, regenerar), nem o Pai. O Filho não pode mandar no Pai sobre como cuidar da Providência, nem sobre quando e como levar as pessoas a ouvirem a Palavra do Filho, pois não é sua atribuição (não é atribuição do Filho), nem o Espírito.

Existe também divisão nos papéis da trindade quando os três trabalham juntos, ex. na Criação: O Pai proferiu a Palavra (que saiu da boca de Deus), o Filho (o Verbo, a Palavra) Criou, o Espírito se movia sobre a face das águas na criação, operando em outra área.

Assim entendo a Onipresença, Onipotência e a Onisciência da Trindade, de acordo com os credos da Igreja, com a Bíblia, e com a Teologia, e com a Filosofia, com as suposições propostas.

Devo salientar que esse anexo com minhas observações não é doutrina (por isso não está no capítulo 3, Doutrina de Deus), mas uma tentativa racional de compreender a onipresença, onipotência e onipresença de cada uma das Pessoas da Trindade pela teologia filosófica, baseada na Bíblia, também nos Credos, também na teologia e também na filosofia.

Roberto”]


------------------

Link do livro físico atualizado:

https://clubedeautores.com.br/livro/confissao-de-fe-crista-interdenominacional-5


Roberto Fiedler Rossi

sexta-feira, 26 de maio de 2023

A TRINDADE.

 

3.4 A Trindade e os Fatos Bíblicos: Citação da Agência de Informações Religiosas (AGIR)

 

Citação longa retirada da AGIR (Manual de Heresiologia da AGIR) apud CACP.APP.BR (2023).

https://www.cacp.app.br/a-trindade-e-os-fatos-biblicos/ 


“O Que os Cristãos Creem Sobre Ela [a Trindade]

Há somente um Deus, e esse Deus existe numa só essência, em três Pessoas:

·       Deus Pai

·       Deus Filho (Jesus Cristo)

·       Deus o Espírito Santo

 

As Pessoas são distintas:

·       O Pai não é o Filho

·       O Filho não é o Espírito Santo

·       O Espírito Santo não é o Pai

 

Deus é um Ser divino absolutamente perfeito, uma essência em três Pessoas. O seu Ser é o que Ele é em relação ao universo que Ele criou. As três Pessoas são assim chamadas porque elas (o Pai, o Filho e o Espírito Santo) se relacionam entre si de maneira pessoal.

Quando os cristãos dizem que creem num só Deus em três Pessoas, eles não querem dizer com isso:

·       Que exista 1 Deus em 3 Deuses

·       Que existam 3 Pessoas em 1 Pessoa

·       Que existam 3 Pessoas e 3 Deuses

·       Que exista 1 Pessoa em 3 Deuses

 

Ao se referirem à Trindade, os cristãos querem dizer com isso que:

Existe 1 Deus em 3 Pessoas

 

Portanto,

·       O Pai é Deus

·       O Filho é Deus

·       O Espírito Santo é Deus

 

Por Que os Cristãos Creem na Trindade?

Porque a Bíblia claramente ensina que há um único Deus, e que também as três Pessoas são chamadas Deus.

 

Há um só Deus:

Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor (Deuteronômio 6:4)

Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e além de mim não há Deus. (Isaías 44:6)

Não vos assombreis, nem temais; acaso desde aquele tempo não vo-lo fiz ouvir, não vo-lo anunciei? Vós sois as minhas testemunhas! Há outro Deus além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça. (Isaías 44:8)

Eu sou o Senhor, e não há outro. Além de mim não há Deus. (Isaías 45:5a)

 

O Pai é Deus

Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também por ele. (1 Coríntios 8:6)

Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos, e está em todos. (Efésios 4:4-6)

 

O Filho é Deus

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.  Ele estava no princípio com Deus.  Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. (João 1:1-3)

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. (João 1:14)

Eu e o Pai somos um.  Novamente, pegaram os judeus em pedras para lhe atirar.  Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me apedrejais?  Responderam-lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. (João 10:30-33)

Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé, com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!  E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.  Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!  Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram. (João 20:26-29) – É importante ressaltar que nenhuma pessoa ou anjo na Bíblia aceita o título de Deus, ou a adoração devida a Deus, porque isso seria blasfêmia (cf. Paulo e Barnabé em Atos 14); Jesus, no entanto, aceita a declaração e adoração de Tomé, num reconhecimento explícito de que ele é Deus.

E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.  Ainda, quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de fogo;  mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de equidade é o cetro do seu reino. (Hebreus 1:6-8)

Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome,  para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra,  e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. (Filipenses 2:9-11)

(Note que Paulo, em Fl. 2 faz referência a Is 45:23, versículo no qual o profeta apresenta a palavra do Senhor acerca de si próprio. Assim sendo, Paulo entende que Jesus é tanto Deus quanto o Pai.)

Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.  Por mim mesmo tenho jurado; da minha boca saiu o que é justo, e a minha palavra não tornará atrás. Diante de mim se dobrará todo joelho, e jurará toda língua.(Isaías 45:22-23)

Confira também as seguintes passagens que demonstram que Jesus é Deus: Is. 7:14; 9:6; Jo. 1:1; 18; 8:58-59; 10:30; At. 20:28; Rm. 9:5; 10:9-13; Cl. 1:15-16; Cl. 2:9; Tt. 2:13; Hb. 1:3; 8; 2 Pe. 1:1; 1 Jo. 5:20.

 

O Espírito Santo é Deus

Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?  Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus. (Atos 5:3-4)

Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.  E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. (2 Coríntios 3:17-18)

 

Mais de 60 Passagens Bíblicas Mencionam as Três Pessoas

Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele.  E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. (Mateus 3:16-17)

Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; (Mateus 28:19)

A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós. (2 Coríntios 13:14)

Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação;  há um só Senhor, uma só fé, um só batismo;  um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos. (Efésios 4:4-6)

Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos,  não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo,  que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador (Tito 3:4-6)

Confira também as seguintes passagens: Jo. 3:34-35; 14:26; 15:26; 16:13-15; Rm. 14:17-18; 15:13-17; 30; 1 Co. 6:11; 17-19; 12:4-6; 2 Co. 1:21-22; 3:4-6; Gl. 2:21-3:2; 4:6; Ef. 2:18; 3:11-17; 5:18-20; Cl. 1:6-8; 1 Ts. 1:1-5; 4:2; 8; 5:18-19; 2 Ts. 3:5; Hb. 9:14; 1 Pe. 1:2; 1 Jo. 3:23-24; 4:13-14; Jd. 20-21.

 

Conceitos Errôneos Sobre a Trindade

Erro 1: “A Palavra ‘Trindade’ não está na Bíblia; a Trindade é uma invenção dos cristãos do 4º século”.

Correção: É verdade que a palavra “Trindade” não está na Bíblia, mas o argumento de que somente palavras que estão na Bíblia representam conceitos bíblicos é ilógico.

Palavras como “encarnação”, “monoteísmo”, “onipresença”, “onipotência” e “onisciência” são apenas alguns exemplos de palavras que não estão na Bíblia, e ainda assim representam conceitos indiscutivelmente ensinados na Bíblia.

A palavra “Trindade” foi usada para explicar o relacionamento eterno entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Muitas passagens bíblicas evidenciam a Trindade (veja acima). Heresias e crenças falsas começaram a se multiplicar nos primeiros anos da Igreja, o que continua a ocorrer hoje. Por isso, os Pais da Igreja primitiva combateram tais erros principalmente em seus escritos, que apresentavam a Trindade como sendo o ensinamento bíblico sobre Deus. Eis aqui uma relação de Pais da Igreja que escreveram sobre a Trindade muito antes do ano 300 d.C. (ou seja, antes do início do 4º século):

 

Data aproximada:

90 d.C.                     Clemente, o terceiro bispo de Roma

90-100 d.C.               Didaquê, ou A Doutrina dos Doze Apóstolos

90 (?) d.C.                Inácio, bispo de Antioquia

155 d.C.                             Justino Mártir, grande apologista e escritor cristão

168 d.C.                             Teófilo, sexto bispo de Antioquia

177 d.C.                             Atenágoras, teólogo

180 d.C.                             Irineu, bispo de Lyon

197 d.C.                             Tertuliano, líder eclesiástico

264 d.C.                             Gregório Taumaturgo, líder eclesiástico

 

Erro 2: “Os cristãos creem que há três Deuses”.

Correção: Os cristãos creem que há somente um único Deus.

Algumas pessoas creem que os cristãos são politeístas (ou seja, que creem em mais de um Deus), porque cristãos se referem ao Pai como sendo Deus, bem como ao Filho e ao Espírito Santo como sendo Deus. Mas os cristãos creem somente em um Deus. A Bíblia afirma claramente que há somente um Deus. Ela, porém, também claramente afirma que o Pai é Deus, que o Filho é Deus, que o Espírito Santo é Deus, e que o Pai não é o Filho nem o Espírito Santo, e que o Filho não é o Espírito Santo. A Bíblia afirma que cada uma das três Pessoas são Deus (e não “deuses”).

Muitas ilustrações foram apresentadas através da história da Igreja para ensinar a doutrina da Trindade. Deus é o único Ser que existe numa só essência e em três Pessoas ao mesmo tempo, e portanto não há nenhuma analogia que seja perfeita. Por exemplo, a analogia de que Deus é como a água, que se apresenta como líquido, sólido (gelo) e vapor é errônea, porque na essência de Deus não há apenas uma Pessoa que meramente se manifesta de três formas diferentes. Existem, sim, três Pessoas distintas. A analogia de que Deus é como um ovo, composto de gema, clara e casca, também é incorreta, porque Deus não possui partes. O que deve ser entendido é que Deus não é nem três deuses (politeísmo), nem um Deus que pode ser dividido em partes (porque há uma só essência), nem uma só Pessoa que meramente se manifesta como Pai, Filho, e Espírito Santo (modalismo).

 

Erro 3: “Jesus não é Deus”.

Correção: Jesus é Deus, a segunda Pessoa da Trindade.

·       Jesus perdoou pecados

·       Todos nós podemos e devemos perdoar pecados cometidos contra nós mesmos, mas nenhum de nós pode perdoar pecados cometidos contra outros; somente Deus tem essa autoridade (cf. Mc. 2:5-12)

·       Jesus, sendo Deus, tem a autoridade de perdoar qualquer pecado.

·       Jesus, sendo homem, pôde receber em si o castigo pelo pecados dos homens.

·       Jesus, sendo Deus, é um sacrifício suficiente (por ser infinito) para o pagamento de todos os pecados de todos aqueles que nele crêem.

·       Jesus, portanto, sendo homem e Deus, tem a autoridade para perdoar pecados, porque ele mesmo pagou pelos pecados.

Confira Rm. 3:21-26; Hb. 2:17; 1 Pe. 1:17-19; 1 Jo. 2:1-2; 4:10; etc.

·       Jesus aceitou ser adorado como Deus, e disse ter a mesma honra e glória do o Pai

Confira Mt. 14:33; 28:17-18; Jo. 5:22-23; 9:38; 17:5; etc.

·       Jesus disse ser o Filho divino de Deus, um título que os judeus corretamente entenderam como sendo uma alegação de igualdade com Deus.

Confira Jo. 5:17-18; 10:30-33; 19:7; etc.

 

 

 


 

 Características Exclusivas de Deus

Características de Jesus

Deus é o criador de todas as coisas (Gn. 1:1; Sl. 102:25; Is. 44:24)

Jesus é o criador de todas as coisas (Jo. 1:3; Cl. 1:16; Hb. 1:2; 10)

Deus é o primeiro e o último (Isa. 44:6)

Jesus é o primeiro e o último (Ap. 1:17; 22:13)

Deus é o Senhor dos senhores (Dt. 10:17; Sl. 136:3)

Jesus é o Senhor dos senhores (1 Tm. 6:15; Ap. 17:14; 19:16)

Deus é imutável e eterno (Sl. 90:2; 102:26-27; Ml. 3:6)

Jesus é imutável e eterno (Jo. 8:58; Cl. 1:17; Hb. 1:11-12; 13:8)

Deus é o Juiz de toda a terra (Gn. 18:25; Sl. 94:2; 96:13; 98:9)

Jesus é o Juiz de toda a terra (Jo. 5:22; at 17:31; 2 Co. 5:10; 2 Tm. 4:1)

Deus é o único Salvador (Is. 43:11; 45:21-22; Os. 13:4)

Jesus é o único Salvador (Jo. 4:42; At. 4:12; Tt. 2:13; 1 Jo. 4:14)

Deus é o Redentor de seu povo especial (Ex. 19:5; Sl. 130:7-8; Ez. 37:23)

Jesus é o Redentor de seu povo especial (Tt. 2:14)

Deus atende às orações daqueles que o invocam, os perdoa e salva (Sl. 86:5-8; Is. 55:6-7; Jr. 33:3; Jl. 2:32)

Jesus atende às orações daqueles que o invocam, os perdoa e salva (Jo. 14:14; Rm. 10:12-13; 1 Co. 1:2; 2 Co. 12:8-9)

Deus é o único que possui glória divina (Is. 42:8; 48:11)

Jesus é o único que possui glória divina (Jo. 17:5)

Deus é adorado por anjos (Sl. 97:7 [note que “deuses” neste versículo é uma expressão hebraica que se refere aos anjos])

Jesus é adorado por anjos (Hb. 1:6)

 

Erro 4: “Jesus é um Deus menor que o Pai”.

Correção: Jesus é consubstancial ao Pai, e igual ao Pai em posição.

Pessoas que negam esse fato normalmente usam os seguintes argumentos (heresias que foram popularizadas por Ário, herege do 4º século que negava a divindade de Jesus):

 

Versículos erroneamente citados para argumentar que Jesus foi criado

Colossenses 1:15: “Se Cristo foi o ‘primogênito de toda a criação’, não foi ele criado?”

Resposta: A palavra “primogênito”, na cultura hebraica antiga e do primeiro século era usada para enfatizar o herdeiro da família, e não necessariamente aquele que nasceu primeiro. Além disso, o contexto impossibilita a ideia de que Paulo teria afirmado nesse versículo que Jesus foi a primeira instância da criação. Paulo afirma nos versículos imediatamente seguintes que “nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste”. Sendo que tudo foi criado por Jesus e para Jesus, e considerando-se que Paulo nos versículos imediatamente anteriores afirma que Deus nos “qualificou” (ou “nos fez idôneos”) a receber a herança por ter nos transferido ao reino do Herdeiro, Jesus, conclui-se que o versículo 15 não pode de maneira alguma estar afirmando que Jesus foi criado.

 

João 3:16: “Se Jesus é o ‘Filho Unigênito’, não foi ele criado?”

Resposta: A palavra grega monogenes, traduzida “unigênito”, tem a ideia de “singular”, “sem igual”, “peculiar”. A mesma palavra é usada pelo autor da epístola aos Hebreus (11:17) para designar Isaque, o “filho unigênito” de Abraão por ser o filho da promessa – ainda que Abraão tivesse outros filhos (Gn. 25:1-6), incluindo Ismael (Gen 16:15-16). A Bíblia também ensina que todos aqueles que recebem Jesus como Senhor e Salvador passam a ser filhos de Deus (Jo. 1:12; 1 Jo. 3:1-2; etc.). Deste modo, é evidente que Jesus é o Filho Unigênito de Deus no sentido de ser singular, e não de ter sido criado.

 

Provérbios 8:22: “Se o capítulo 8 de Provérbios se refere a Jesus, não diz o versículo 22 que ele foi criado?”

Resposta: Provérbios 8 não contém uma descrição literal de Jesus. O autor apresenta, em forma de poesia, uma personificação da sabedoria. Cristo não habitou literalmente com alguém chamado Prudência (v. 12), nem edificou sua casa com sete colunas (Pv. 9:1). O autor simplesmente diz, usando imagens poéticas, que Deus usou da sabedoria para criar o mundo (cf. Pv. 3:19-20).

 

Versículos erroneamente citados para argumentar que Jesus é inferior ao Pai

João 14:28: “Se Jesus diz que ‘o Pai é maior’ que ele, não é Jesus inferior ao Pai?

Resposta: Na sua vida humana na terra, Jesus voluntariamente tomou sobre si nossas limitações humanas (exceto pelo pecado) para nos salvar. Paulo nos diz que Jesus deixou temporariamente sua posição de igualdade com o Pai para se esvaziar ao assumir uma vida humana por nós (Fl. 2:5-8). Após sua ressurreição dos mortos, Jesus voltou para a glória que dividia com o Pai (cf. Jo. 17:5; Fl. 2:9-11). Além disso, Jesus também disse que seus discípulos fariam maiores obras do que ele (Jo. 14:12), e isso obviamente não é razão para se argumentar que Jesus é inferior aos seus discípulos.

 

1 Co. 15:28: “Se Jesus é Deus, por que ele se sujeitará ao Pai?”

Resposta: A própria pergunta já inclui a presunção de que aquele que se sujeita a outro é inferior a ele. Ainda que isso possa ser comumente crido no mundo, é uma ideia falsa. Deus existe em uma só essência, e em três Pessoas. Essas Pessoas, ainda que existam na mesma essência, se relacionam entre si como Pessoas. Deus é um Deus de ordem, e nele há o relacionamento eterno entre as três Pessoas na qual o Pai, ainda que tenha os mesmos atributos (em qualidade e quantidade) das outras Pessoas, tem autoridade suprema no relacionamento.

Tal princípio pode ser visto nos relacionamentos dentro da Igreja (Hb. 13:17), e no mundo (1 Pe. 2:13), na qual todos os seres humanos devem se submeter às estruturas de autoridade determinadas por Deus, ainda que sejam todos iguais em sua essência humana. Dessa forma, fica claro que na economia de Deus, Jesus é ao mesmo tempo Deus Todo-Poderoso, e, sendo a segunda Pessoa da Trindade, se submete ao Pai sem ser inferior a Ele.

 

Mc. 13:32: “Se Jesus é Deus, como podia ele não saber quando voltaria?”

Resposta: Como vimos acima, Jesus tomou sobre si as limitações da natureza humana (cf. Fl. 2:5-8). Ainda que ele seja o eterno Deus, ele se fez carne (Jo. 1:1; 14). Isso, é claro, gera paradoxos (e não contradições). Enquanto Deus, Jesus é eterno, imortal, e autossuficiente. Enquanto homem, Jesus nasceu, morreu, precisava comer, dormir, se cansava, etc.

Jesus por vezes fez uso de seus atributos divinos enquanto era homem, como por exemplo, ao andar sobre as águas ou prever acontecimentos futuros. Alguns creem que Jesus só teve tais capacidades pelo poder do Espírito Santo, e não por uso eventual de seus atributos divinos. De uma maneira ou de outra, o fato de que Jesus preferiu enfatizar que sua natureza humana não sabia o dia de sua volta (conhecimento que o Pai reservou para sua exclusiva autoridade (cf. At. 1:7), e não para os homens) não gera nenhum problema sobre sua divindade, tanto quanto o fato de que ele, enquanto homem, precisava respirar oxigênio para sobreviver.

 

Erro 5: “O Pai, o Filho, e o Espírito Santo são apenas diferentes títulos de Jesus, ou três maneiras diferentes das quais Deus se manifesta”.

Correção: A Bíblia claramente ensina que o Pai, o Filho, e o Espírito Santo são três Pessoas distintas.

Algumas pessoas pensam que a doutrina da Trindade contradiz a verdade de que há somente um Deus. Eles argumentam que somente Jesus é o Deus verdadeiro, e que portanto Jesus é “o nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo” (Mt. 28:19), e não somente o nome do Filho. Ainda que seja absolutamente verdadeiro que há apenas um Deus, devemos aceitar a definição bíblica desse conceito. A Bíblia deixa claro que o Pai, o Filho, e o Espírito Santo são Pessoas distintas:

·       O Pai envia o Filho (Gl. 4:4; 1 Jo. 4:14)

·       O Pai envia o Espírito (Jo. 14:26; Gl. 4:6)

·       O Filho não fala por si mesmo, mas segundo o que o Pai ensinou (Jo. 8:28; 12:49)

·       O Espírito não fala por si mesmo, mas para a glória do Filho (Jo. 16:13-15)

·       O Pai ama o Filho, e o Filho ama o Pai (Jo. 3:35; 5:20; 14:31)

·       O Pai e o Filho são duas testemunhas, não uma única (Jo. 5:31-37; 8:16-18)

·       O Pai e o Filho glorificam um ao outro (Jo. 17:1, 4-5), e o Espírito glorifica o Filho (Jo. 16:14)

·       O Filho é nosso Advogado junto ao Pai (1 John 2:1)

·       O Filho e o Pai enviam o Espírito, que é o outro Consolador (Jo. 14:16, 26)

·       Jesus não é o Pai, mas o Filho do Pai (2 Jo. 3)

Em Mt. 28:19, Jesus não está se identificando como o Pai, Filho e o Espírito Santo. Ele está na verdade dizendo que o batismo cristão identifica uma pessoa como um crente no Pai, no Filho que o Pai enviou para morrer por nossos pecados, e no Espírito Santo que o Pai e o Filho enviam para habitar nos nossos corações.

 

Erro 6: “Jesus não era inteiramente Deus e inteiramente homem”.

Muitas pessoas, através da história, tiveram dificuldade em entender ou aceitar que Jesus seja inteiramente Deus, e ao mesmo tempo inteiramente homem. Alguns tentaram resolver esse paradoxo alegando que Jesus foi um mero homem através do qual Deus se comunicou, ou que ele era Deus e que somente tinha uma aparência de ser humano, ou outras crenças menos “complexas”.

É verdade que a ideia de que Deus se tornou homem em Jesus é impossível de ser compreendida inteiramente, porque nossas mentes são finitas. Isso, por outro lado, não significa que a ideia seja inteligível. Além disso, ela é claramente ensinada na Bíblia. A encarnação é a maior prova de que nada é demasiadamente difícil para Deus (cf. Gn. 18:14; Lc. 1:37).

 

Correção 1: A Bíblia claramente ensina que Jesus é inteiramente homem.

Alguns exemplos:

·       Após seu nascimento, Jesus cresceu fisicamente, intelectualmente, socialmente e espiritualmente (Lc. 2:40, 52)

·       Jesus se cansava; dormia; suava; tinha fome e sede; Jesus sangrou e morreu; seu corpo foi depositado num túmulo (Mt. 4:2; 8:24; Lc. 22:44; Jo. 4:6-7; 19:28-42)

·       Após ressuscitar dos mortos, Jesus comeu e bebeu com outras pessoas, e lhes mostrou suas cicatrizes, permitindo que eles tocassem seu corpo (Lc. 24:39-43; Jo. 20:27-29; At. 10:41)

 

Correção 2: A Bíblia claramente ensina que Jesus é inteiramente Deus.

Alguns exemplos: Jesus fez na terra o que somente Deus poderia fazer:

·       Ele comandou as forças da natureza (Mt. 8:23-27; 14:22-33)

·       Ele perdoou pecados (Mc. 2:1-12)

·       Ele alegou ser superior à Lei de Moisés (Jo. 5:17-18)

·       Ele deu vida a quem ele desejasse (Jo. 5:19-23)

·       Paulo disse que Deus comprou a Igreja com seu próprio sangue (At. 20:28)

·       Paulo também disse que os poderosos deste século crucificaram o Senhor da Glória (1 Co. 2:8)

·       Em Jesus habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade (Cl. 2:9)

 

Teólogos cristãos da Igreja primitiva, nos dois primeiros séculos, escreveram muitas obras para defender o cristianismo de todo tipo de ataque, como por exemplo:

Perseguição por parte do Império Romano. Até o início do quarto século, por muitas vezes o cristianismo foi duramente perseguido.

Heresias que contradiziam crenças cristãs básicas, especialmente a natureza divina de Jesus e a natureza de Deus.

 

Referências Importantes

Atributos Divinos

Pai

Filho

Espírito Santo

Eterno

Rm. 16:26-27

Ap. 1:17

Hb. 9:14

Criador de tudo

Sl. 100:3

Cl. 1:16

Sl. 104:30

Onipresente

Jr. 23:24

Ef. 1:23

Sl. 139:7

Onisciente

1 Jo. 3:20

Jo. 21:17

1 Co. 2:10

Opera sobrenaturalmente

Ef. 1:5

Mt. 8:3

1 Co. 12:11

Concede vida eterna

Gn. 1:11-31;

Jo. 5:21

Jo. 1:14

Jo. 5:21

Rm. 8:10-11

Jo. 3:8

Fortalece os crentes

Sl. 138:3

Fl. 4:13

Ef. 3:16

 

20 Erros Comuns às Heresias Antitrinitárias

·       Elas alegam que a doutrina da Trindade ensina a existência de três deuses.

·       Elas presumem que um ser tem de existir sempre em uma pessoa – até mesmo no caso de Deus.

·       Elas alegam que a doutrina da Trindade ensina que as três Pessoas são três “partes” de Deus.

·       Elas fazem objeção ao uso de termos extrabíblicos como “Trindade” e “três Pessoas”.

·       Elas alegam que a doutrina da Trindade foi formulada muito tempo depois da época do Novo Testamento.

·       Elas procuram citar Pais da Igreja do segundo século para provar suas alegações.

·       Elas alegam que a doutrina da Trindade tem origem histórica no paganismo, em tríades de deuses.

·       Elas culpam a filosofia grega pela doutrina trinitária da igreja primitiva.

·       Elas afirmam que a Igreja se tornou apóstata logo após a morte dos apóstolos.

·       Elas dizem que estão restaurando o ensinamento original do Novo Testamento sobre Deus.

·       Elas normalmente veem o texto do Novo Testamento em grego como tendo sido corrompido.

·       Elas negam que o Filho é Deus Todo-Poderoso.

·       Elas negam que o Espírito Santo é uma Pessoa divina distinta.

·       Elas citam eruditos bíblicos liberais para apoiar suas interpretações revisionistas.

·       Elas veem a doutrina da Trindade como sendo contraditória e sem sentido.

·       Elas enfatizam a ideia de que os Judeus não tinham nenhum conhecimento da Trindade.

·       Elas concluem que a submissão do Filho para com o Pai significa desigualdade e inferioridade.

·       Elas estressam a perseguição histórica de antitrinitários para desacreditar a doutrina da Trindade.

·       Elas rejeitam ou modificam radicalmente a doutrina da salvação somente pela graça.

·       Elas rejeitam ou modificam radicalmente a doutrina da punição eterna.”

Extraído do MANUAL DE HERESIOLOGIA DA AGIR apud CACP (2023).