17h20
28/12/24
Não intentava escrever nada... Mas ouvi desconfiadamente falar que Deus nos ama com amor de mesma intensidade com que ama a Cristo. Fui verificar com temor e tremor, medo até de não cair em heresia. Fato: está certo! Seção atualizada!
SEÇÃO ATUALIZADA PARA GLÓRIA DE DEUS E EDIFICAÇÃO DA IGREJA
A metade de baixo foi acrescentada, a metade de cima já existia.
10.5.7 O Amor e Propósito de Deus versus a
Eleição Calvinista. Amor Salvífico Incondicional a Todos; Separação Divina aos
Pecadores; e Amor Íntimo aos Eleitos. Quão Grande é o Amor de Deus?
Acredito
que muitos calvinistas acusam a não-resistibilidade da graça, como defendida
aqui, de mérito humano. Porém, se não há responsabilidade humana alguma no
processo de salvação, não que a salvação não seja totalmente da parte de Deus,
mas expressando em relação à escolha de Deus, então não há verdadeiro amor
voluntário da parte de Deus. Pois se Deus nos constrange a amá-lo sem que
pudéssemos resistir, ao mesmo tempo de que algum réprobo ao nosso lado é
condenado sem condição alguma de aceitar a Cristo, isso não representa um
verdadeiro amor. Além disso, se Deus nos salva e não pergunta nada para ninguém,
e pelo mesmo impulso condena o injusto que criou, para que criar o injusto?
Para criar um vaso de barro para ter o prazer de destruí-lo (uma vez que não
deu chance para ele)? Ou, como mostra a parábola curiosa em Ricardo Reis, 2018,
Eleição por Graça, “mostrar aos outros
que é Deus forte, Soberano, através da condenação eterna dos vasos preparados
para perdição, para que seja temido por um ato terrível?” Será que Deus
cria algo e esse algo não é bom? Eu não creio nisso, pois tudo o que Deus criou
é bom, ou, pelo menos, tem/teve a possibilidade de alcançar o bem algum dia. De
acordo com a confissão de fé da Comunidade da Graça, 2018, o homem foi criado
para a glória de Deus: No Propósito
Eterno de Deus, que criou o homem à sua imagem e semelhança, para que este
expressasse a glória divina perante o universo, governasse toda a criação implantando
o Reino de Deus na terra e se multiplicasse para realizar o sonho do coração do
Pai: “ter uma família com muitos filhos semelhantes a Jesus” (Gn 1.26-28). Assim,
sendo o homem criado para Deus, a Queda de Adão, por acaso, impediu o plano de
Deus à humanidade, como este referido acima, uma vez que Deus queria originalmente
que todos fossem parte do plano de Deus na terra? Ou não foi Cristo o Segundo
Adão, que morreu para dar chance a todos e a cada um, uma vez que a Queda levou
a morte a todos e a cada um? Assim, mesmo depois da Queda, o propósito de Deus
foi o mesmo de antes, não frustrado, mas todos os homens são criados na
desobediência para com todos agir de misericórdia (Romanos 11.32). Assim, o
Deus da Bíblia age com misericórdia a todos os seres humanos, e como disse Walls
e Dongell, 2014, amar não é só suprir com bênçãos temporais (graça comum), mas
amar é dar oportunidade para a maior bênção, eterna, à graça salvadora pois, se
Deus ama, deseja o bem de suas criaturas caídas. Como disse, se fosse pelo
caráter de Deus, todos seriam salvos, conforme a Escritura em 1Tm 2:4.
As
palavras de Cristo dizem, e isto está acima de Calvino, Armínio e Lutero, aquele que não renuncia a tudo quanto tem
não pode ser seu discípulo. Se isso é mérito humano, talvez devamos ver a
teologia com olhos mais críticos, e voltar a confiar mais no Espírito da
Escritura.
Amor a Todos e a Cada Um
Voltando
ao assunto do amor, realmente Deus amou a todos e a cada um com uma postura
salvífica quando enviou Jesus, o Cordeiro que morreu desde a fundação do mundo,
amou a todos e a cada um para a salvação das suas almas! Os calvinistas Peterson
e Williams (Why I am not an Arminian, 2004), no seu livro “Por Que Não Sou
Arminiano”, comentam sobre isso:
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. O que motivou o Pai para mandar seu Filho para morrer por pecadores foi seu grande amor. Calvinistas nem sempre têm entendido corretamente João 3.16. Nós rejeitamos tentativas para limitar o significado de ‘mundo’ aqui para ‘mundo dos eleitos’, por exemplo. É melhor seguir os passos de D. A. Carson (Carson, D. A. The Difficult Doctrine of the Love of God. Wheaton, Ill.: Crossway, 2000), que vê esse verso como indicando ‘a postura [stance] salvífica de Deus em relação ao seu mundo caído.
Pode-se
ver que os autores, citando D. A. Carson, colaboram com o fato de que Deus Pai
tem uma postura de amor, salvífica, em relação a todo o mundo caído. Isso
talvez comece a iluminar muitos calvinistas para ver que Deus se importa com a
salvação de todas as suas criaturas caídas, que, de acordo com o bom
entendedor, é o espírito da Escritura e do evangelho.
O
amor de Deus é condicional ou incondicional? Amor Íntimo de Deus
Ambos.
Falando do amor de Deus para o ser humano, é fato de que a Trindade tem amor incondicional
por todos os homens com intenção de salvá-los em Cristo (amou o mundo, Jo 3.16),
porém aos salvos Ele ama com amor íntimo (como eu o
chamo), imenso e
especial, pois o seu amor, em João 14.21, é condicional: Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e
aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.
Deste modo, Deus ama intimamente aquele que tem os seus mandamentos e os
guarda. Como apenas os nascidos de novo podem guardar os mandamentos de Deus
(não por si mesmos), conclui-se que apenas os nascidos de novo são amados
intimamente por Deus. Se Deus amasse a todos, justos e ímpios com o mesmo amor,
por exemplo, incondicional, esse verso não faria sentido, pois fala de um
momento em que “será amado de meu Pai, e eu [Jesus] o amarei”.
O amor íntimo de Deus ao salvo
não é um amor condicional de um modo que precisaríamos fazer algo para
merecer o amor de Deus, mas Deus nos ama intimamente por causa de Cristo: é
condicional a Cristo. Em Cristo e por Cristo somos amados.
Cristo é amado pelos seus méritos
próprios, como Filho unigênito, Deus de Deus, Luz de Luz. Já nós somos amados
em Cristo, e não fora de Cristo, nem pelos nossos méritos próprios (não porque
somos “bonitinhos, legais ou simpáticos, nem porque fizemos obras incríveis de
justiça”), mas sim a partir do momento em
que somos adotados no ato da salvação, mais especificamente ato da adoção (que
vem junto com a regeneração e justificação) pelo qual tornamo-nos filhos de
Deus pela fé em Cristo Jesus conforme a Escritura. Ele nos amou
porque é a Sua natureza, Ele nos amou sem mérito nosso, Ele nos amou antes que
existíssemos, Ele nos amou antes que fizéssemos o bem ou o amássemos de volta! Nada podemos fazer para diminuir ou aumentar o amor de Deus Triuno a nós,
pois já fomos e somos declarados justos, pois temos a justiça de Cristo
imputada a nós. Nossa justiça está no Céu e é Cristo, o Salvador, assentado à
destra do trono de Deus: fazer o bem não aumentará nossa justiça, e fazer o mal
temporariamente não diminuirá nossa justiça, Ela é eterna, É Jesus.
Se não podemos nos separar do
amor e da graça do nosso Deus e do nosso Senhor Jesus Cristo, segue que esse
amor íntimo ao salvo (ou eleito, pois todo salvo é eleito) ou justificado (pois
todo justificado será glorificado cf. Rm 8.28 em diante), embora condicional a
Cristo, é incondicional a nós após a salvação: condicional a Cristo, mas Ele é
imutável, e não se arrepende! É incondicional a nós pois não há nada que
possamos fazer para nos separar de Cristo e do amor de Deus conforme a
Escritura, e nem queremos, pois o Espírito nos constrange para arrependimento
com tristeza e mudança de atos toda vez que erramos conforme a Palavra.
Claro que fora de Cristo não
somos amados com esse amor íntimo conforme o Salmo 5:5 e o
11:5: “Deus odeia [ou seja, é separado d]o pecador”), mas só com
o amor salvífico que vem junto com Sua atitude divina para salvar a todos e a
cada um, pois as pessoas do mundo têm uma alma a quem o Senhor de fato quer
salvar conforme João 3:16. O Espírito testifica na Escritura que Deus quer
salvar a todos a e todos dá verdadeira chance, mas muitos deles resistem ao
Espírito Santo.
Como um pai terreno se tiver filhos biológicos e adotados deve amar todos eles igualmente, por que não o Pai Celeste/Perfeito? A intenção do Pai em adotar filhos por amor, por Cristo, e pelo Espírito cf. Efésios 1.4,5 é a mesma de um pai amoroso com seu filho adotivo terreno. Vemos que Deus nos ama como ama a Cristo em João 17.23 (Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim). Pude verificar que calvinistas e arminianos creem nisso, que o Pai nos ama como ama igualmente a Cristo! Vemos que o amor que uma Pessoa da Trindade ama a outra é o mesmo amor com que a Trindade, cada Pessoa junta e separada, ama a cada um de nós, juntos e separados, que somos seus filhos adotados e justificados, noiva de Cristo sem ruga nem mácula na eternidade. Veja também João 17.21: "Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste". Aí também está a Unidade da Igreja (obs. a Igreja é o Corpo de Cristo, a união de salvos de todas as épocas, do céu e da terra), nossa unidade com Cristo através do Espírito, e de Cristo com o Pai (ou talvez Unidade da Igreja com toda a Trindade), comemorada na Ceia do Senhor, e na ceia das Bodas do Cordeiro por toda a eternidade. Consegue agora visualizar, crer, sentir e viver o Amor que Deus tem por você, que é o mesmo que sente por Cristo, e quão imenso, qual a largura, altura, profundidade do Amor de Deus? ALELUIA! Glória a Deus!
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