11 DOUTRINA DA IGREJA (atualizado em 19/8/25 11h00 no mediafire e academia.edu (apple e amazon levarão alguns dias), horário de Brasília):
11.1 Introdução
Cremos na Igreja Universal de Jesus (Hb 12.23, Ef 5.25) que,
num sentido mais amplo, é a união dos salvos de todos os tempos e épocas
(incluindo judeus e gentios crentes), no Céu e na terra, o Corpo de Cristo (Ef
5.23, Cl 1.18, 1Co 12.27). Na verdade, para uma definição mais específica e
complementar, sendo criterioso (baseado no Novo Testamento), a Igreja num
sentido mais específico teve início na celebração de Pentecostes e
compreende os salvos do Novo Testamento. Os salvos do Antigo Testamento, eram
sim povo de Deus, estavam num casamento com Deus, mas não eram chamados de
Igreja, mas Israel. Millard J. Erickson (2015, Teologia Sistemática, Vida Nova,
p. 1011/1012) discursa sobre isso:
É notório, porém, que Jesus faz somente duas referências à igreja (Mt 16.18; 18.17) e que, no primeiro caso, ele fala do futuro dela (“edificarei a minha igreja”). O fato de que Lucas nunca usa εκκλησία (ekklesia) no seu Evangelho, mas o emprega 24 vezes em Atos, também é significativo. Poderia dar a entender que ele não considerava a igreja como presente até o período narrado em Atos. (Embora At 7.38 use εκκλησία com referência ao povo de Israel no deserto, é provável que o termo seja usado aqui com um sentido não técnico.) Concluímos que a igreja se originou no Pentecostes. Erikson (2015).
A Igreja, que é o novo Israel de Deus
(pela fé), substituiu Israel (com seus moldes do Antigo Testamento) na
nova aliança (significa que Deus trata Israel no período do Novo Testamento (que se inicia
com a ressurreição de Cristo e termina na eternidade) da mesma maneira que trata a Igreja do
Novo Testamento): 1Pedro 2.9,10 Mas vós
sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para
que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz; Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de
Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes
misericórdia; Mateus 21.43 Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos
será tirado [Israel na antiga aliança], e será dado a uma nação que dê
os seus frutos [judeus e gentios crentes: Igreja].
Os crentes devem se reunir regularmente na igreja local,
congregação ou templo (Hb 10.25), em forma de culto racional (Rm 12.1) para,
principalmente, adoração a Deus, evangelização e edificação dos santos. A
salvação é espiritual, não denominacional; não há igreja visível que a abrigue
sozinha, mas é de um só Caminho que leva ao céu (Jo 14.6), Jesus Cristo.
Assunto da Igreja como sendo Corpo místico ou espiritual de Cristo também está
explicado na seção “Respostas às 20 Razões Porque Não Sou Protestante”
depois da Conclusão.
A Igreja está
intimamente ligada ao Reino de Deus ou dos Céus, pois é formada de salvos que
são reis e sacerdotes no Reino de Deus, cujo Rei dos Reis e sumo sacerdote é
Jesus. O Reino de Deus ou dos céus (são sinônimos) é mais amplo que a Igreja, é
o Reino em que Deus (quero dizer, a Trindade toda) é o (sumo) Rei, Senhor e
Governador sobre tudo e todos, e governa tudo e todos com justiça e amor.
Apesar de tamanha grandeza, Cristo nos fez assentar com Ele em seu reino, que
se inicia desde essa vida como filhos adotados até a eternidade (onde
entraremos em seu Reino Eterno na glória). Nenhum teólogo vai falar ou sabe a
exatidão da relação do Reino com a Igreja, mas é isso o que Deus revelou e dá a
entender na Palavra.
A Igreja é o
Corpo de Cristo, que tem muitos membros (eu e você, por exemplo), mas que é
Igreja / assembleia / comunidade / reunião de pessoas com mesmo propósito (e
não pessoas isoladas), conforme o significado original na Escritura a partir
das línguas originais.
Eu não sou
Igreja sozinho, você não é Igreja sozinho. Eu não sou Igreja, mas faço parte da
Igreja. Você não é Igreja, mas faz parte da Igreja. Não se diz: "Sou
Igreja”, mas: “Somos Igreja."
Não existe ser
Igreja sem os irmãos em Cristo.
Mesmo assim, a
Bíblia declara que tanto individualmente como coletivamente somos templo do
Espírito Santo, habitação de Deus. Enfatizando, nossos corpos, individualmente,
também são templo ou habitação do Espírito.
Por isso tudo,
os desigrejados não são Igreja, ainda que escutem ou assistam pregação em casa,
pois não se relacionam com os irmãos, não fazem parte da comunidade de fé, e
estão desobedecendo o mandamento do Senhor:
Não deixando
nossa mútua congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns
aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia. (Hebreus 10:25 acf)
Deus nos chamou
para suportar os outros, para amar os outros, para carregar o fardo uns dos
outros, para ensinar os outros, para sermos admoestados e ensinados pelos
outros, para crescermos juntos para parecemos mais com Cristo já nesta Terra e até
chegarmos a ser conforme a plena imagem de Deus no Céu: até sermos como Jesus
Cristo na glória de Deus Triuno.
Para isso,
precisamos uns dos outros, e não só de Deus: pessoas também precisam de outras
pessoas. Não somos seres humanos isolados:
Cada pessoa é um membro orgânico da humanidade como um todo e, ao mesmo tempo, nesse todo, ocupa um lugar independente, preservando a unidade orgânica (física e moral) da humanidade, além de respeitar o mistério da personalidade individual. Deste modo, os seres humanos não são espécies [como animais], nem são indivíduos isolados como os anjos, mas são parte de um todo e também são indivíduos: pedras vivas do templo de Deus (1Pe 2.5). Bavinck (2012).
Se um ser
humano sofre, o outro sofre também. Estamos ligados, a humanidade é uma unidade
orgânica, não somos indivíduos isolados.
Assim, nos
relacionando com Deus e uns com os outros, família, Igreja, amigos, colegas,
conhecidos, vizinhos etc. cresceremos em sabedoria, graça, comunidade e no
favor do Senhor:
E não vos
esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios
Deus se agrada. (Hebreus
13:16 acf). Amém!
Cremos em dois sacramentos para a Igreja: O Batismo e a
Ceia. Assim como a Confissão de Fé de Westminster (1643-1649), não consideramos
o batismo e ceia simplesmente ordenanças, ou simplesmente mandamentos, ou que
apenas possuem aparência exterior, mas sacramentos, pelos quais o fiel é
certamente abençoado e agraciado pelo Senhor continuamente.
Como a Confissão de Fé de Westminster corretamente expressa:
“Só há dois sacramentos ordenados por Cristo, nosso Senhor, no evangelho, ou
seja: o Batismo e a Ceia do Senhor [alguns a chamam de Santa Ceia].
Nenhum dos quais pode ser administrado senão por um ministro da Palavra,
legalmente ordenado. Mt 28.19; 1Co 11.20,23; 4.1; Hb 5.4.
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