domingo, 3 de agosto de 2025

Complementação número 13 à Teol. Sist.: 13.5 Deus não é Totalmente Presciente se Ele não Decretar Tudo? A Onisciência de Deus

13.5 Deus não é Totalmente Presciente se Ele não Decretar Tudo? A Onisciência de Deus

Citando alguns autores, temos:

Uma grande dificuldade que os arminianos enfrentam nesse ponto é explicar como Deus pode conhecer as escolhas futuras de criaturas verdadeiramente livres. Primeiro, nossa inabilidade em explicar como Deus criou o mundo a partir do nada, ou como fez o Monte Sinai tremer e fumegar, ou como ressuscitou Jesus dos mortos, não nos impede de acreditar com boa razão que Deus agiu dessas formas. Semelhantemente, nossa inabilidade em explicar como Deus pode conhecer as escolhas futuras de agentes livres não deve tornar ilegítima tal crença se a Bíblia atribui a Deus tal conhecimento. Platinga, Alvin, Divine Knowledge. In: Christian Perspectives on Religious Knowledge, ed. C. Stephen Evans e Merols Westphal, Grand Rapids, MI, EUA: Eerdmans (1993, pp. 40-65 apud Walls e Dongell, 2014, p. 59).

É possível que Deus conheça o futuro não por ver o futuro como se desse uma olhada nele, mas conhecendo o futuro diretamente como já presente. Se a presença de Deus habita em todos os lugares (onipresença espacial), então talvez possamos falar de Deus como habitando em todos os tempos: passado, presente e futuro (onipresença temporal). Walls e Dongell (2014).

A presciência de Deus nenhuma outra coisa é senão isso que Deus sabe todas as coisas antes de elas acontecerem, conforme Dn 2.28. A presciência de Deus se estende igualmente sobre os bons e os maus, não sendo, porém, causa do mal nem do pecado (o que, originalmente, procede do diabo e da má e perversa vontade do homem), mas ela apenas regula o mal e lhe fixa limite quanto à duração, fazendo com que tudo, não obstante seja mau em si mesmo, sirva à salvação dos seus eleitos. Livro de Concórdia (2016).

Crawford, T. J., Os Mistérios do Cristianismo, Conferência Baird (1874 apud Murray, Iain H. em Spurgeon versus Hipercalvinismo, 2006) também defende: 1) que o homem é um livre agente; 2) que as suas ações eram conhecidas de antemão pelo Deus onisciente – cada uma delas sustentada pela evidência pertinente à sua natureza e calculada para produzir uma crença completa e indubitável; 3) E além disso, marquem isto – não há conflito entre as suas evidências, haja o que houver [...].

A afirmação de que se Deus antevê ou prevê algo essa realidade tem que ocorrer, como Grudem (2010) afirma, é, com toda certeza, falsa. Isso é um raciocínio humano, da mente humana, que um bom filósofo poderia fazer, mas Deus simplesmente é. EU SOU, disse o Senhor, Ele é muito maior do que nossas teorias humanas. Deus aconselha muitas vezes seus filhos para que não venham a cair em problemas, e Deus muitas vezes mostra-nos os problemas que acontecerão (futuro) se não formos prudentes, sem ao mesmo tempo querer que caiamos neles, sem decretar aquilo como verdade! Se os últimos reis de Judá ouvissem o conselho de Jeremias, da parte do Senhor, para se renderem ao rei Nabucodonosor da Babilônia, muito sangue deixaria de ser derramado, e o cativeiro não teria sido tão amargo (Jeremias 21:8,9 E a este povo dirás: Assim diz o Senhor: Eis que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte. O que ficar nesta cidade há de morrer à espada, ou de fome, ou de pestilência; mas o que sair, e se render aos caldeus, que vos têm cercado, viverá, e terá a sua vida por despojo). Deus nos dá *alertas* e fala sobre *possibilidades* que podem acontecer caso sejamos obedientes ou não, ainda que, claro, Deus sabe qual caminho tomaremos, se realmente seremos obedientes ou não aos conselhos de Deus, sejam esses conselhos ditos por meios ordinários ou sobrenaturais.

Estava eu lendo a Bíblia em 2025 e vi que se em Sodoma, e Tiro e Sidom Jesus tivesse operado milagres como operou em Cafarnaum e Betsaida etc. há muito teriam se convertido. Deste modo, Deus sabe o que ocorreria se eu nascesse em outro país, em outra cultura, ou seja, Deus é verdadeiramente Onisciente e conhece em Sua Mente todas as possíveis realidades, as livres escolhas e suas consequências - e assim rege o futuro e o melhor futuro nesta terra (estou me referindo ao período antes da vinda de Jesus) é o que realmente ocorre - claro que este melhor futuro é o em que suas ovelhinhas são alcançadas por Cristo, e não ter uma vida sem sofrimento. Deus converte até o mal em bem. Amém.

Por isso, procurei uma base na Internet sobre o conhecimento médio de Deus além deste que percebi. Claro que não sou "molinista", calvinista ou arminiano, mas é um fato que Deus sabe TUDO, que nada é impossível a Ele conforme a Escritura, e também conhece livres escolhas antes mesmo delas acontecerem, invalidando a afirmação calvinista - afirmaram a mim no passado que Deus não conhece o futuro que não decreta - total mentira, caixinha teológica na qual colocaram o Senhor dentro em suas mentes. Obviamente, outras coisas do calvinismo etc. são saudáveis.

Citação do GotQuestions (2025) sobre conhecimento médio de Deus:

“Por exemplo, Jesus diz explicitamente, duas vezes, que sob diferentes circunstâncias certas pessoas teriam feito uma escolha livre diferente de se arrepender ou não (Mateus 11:21-23; Lucas 10:13). Jesus também se refere a diferentes resultados sob diferentes circunstâncias (Mateus 26:24; João 14:2). Deus também faz referência a diferentes escolhas levando a diferentes resultados no Antigo Testamento (Êxodo 9:15; Isaías 48:17-19). Além disso, a Bíblia afirma claramente que Deus permite que façamos escolhas contrárias às Suas preferências (Mateus 23:37; 2 Pedro 3:9; Salmos 5:10; Isaías 30:1).”

 

Continuando o raciocínio dessa seção e da “10.5.3 Reflexão” (da Eleição), temos:

21 Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza. 22 Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para vós. 23 E tu, Cafarnaum, que foste erguida até ao céu, serás abatida até ao inferno; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. 24 Eu vos digo, porém, que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti. (Mateus 11:21-24 acf)

1.       Deus quer que todos se salvem (de acordo com seus critérios, sendo o principal crer em Jesus Cristo e tudo o que isso significa).

2.       Deus opera, cria, e leva o Universo ao melhor futuro, à melhor realidade em todas as épocas, que é certamente a condição de todos os seus eleitos serem alcançados pelo Senhor e salvos.

3.       Sodoma, Tiro e Sidom foram, de acordo com o Senhor Jesus, em geral condenadas por Deus pelas suas iniquidades, mas se Jesus tivesse feito milagres e prodígios ali, há muito teriam se convertido. Não devemos nos esquecer do tamanho da iniquidade destas cidades, especialmente da região de Sodoma.

4.       A explicação é que eram outras alianças, outro tempo: aliança própria para o mundo antigo, e não a plena aliança em Cristo, com a qual vieram tais prodígios para cumprir as profecias referentes ao Messias.

5.       Por isso o relacionamento de Deus com a humanidade é por meio de alianças: desde a queda de Adão elas operam pela graça e pela fé, para o fim de Deus se relacionar adequadamente com a humanidade. Não é lógico “inverter alianças” para converter alguns: não existe “multiverso”. Devemos nos sujeitar às regras de Deus de cada época, e de cada aliança. Ele é Deus e rege o Universo, e quem nós somos?

6.       Voltemos à comparação de Sodoma com Cafarnaum. Lembre-se da intercessão de Abraão a Deus: se houvesse dez justos em Sodoma ela não seria condenada. Portanto, não havia.

7.       Como o povo de Sodoma e região (em geral) - além de Tiro e Sidom - não se converteu na antiga aliança segundo os padrões de Deus apropriados para o devido tempo deles eles serão condenados no juízo final. Porém, como Deus sabe tudo e até que tais ímpios se converteriam apenas na presença dos prodígios e da glória manifesta do Messias em seu ministério, conversão que não é humanamente nem cronologicamente possível segundo os homens, Deus vai tratá-los com menos rigor no dia do juízo do que Cafarnaum, que viu as maravilhas de Jesus, e não se converteu.

8.       Acrescenta-se a isto que a pior prática pecaminosa não é semelhante ao que fazia Sodoma, pois esse pecado Deus pode perdoar, e dele libertar, mas o pior pecado foi o de Cafarnaum, a incredulidade, a blasfêmia do Espírito Santo, que é feita com o coração endurecido, com malícia intencional (não estou falando de ignorância) contra a mensagem do evangelho. Lembre-se, existem graus de pecado: "pecadinho" não é igual "pecadão".

9.       Além disso, Deus não julgará nem condenará a todos no juízo final da mesma maneira (com mesmo castigo), pois julgará a cada um retamente. A quem mais foi dado (prodígios e milagres do próprio Salvador em Cafarnaum e Betsaida), mais será cobrado.

10.   Consequentemente, a quem menos luz foi dada (cidade de Sodoma, Tiro e Sidom), menos será cobrado no dia do juízo. Isso não quer dizer juízo leve, de forma alguma! Pecado contra um Deus eterno merece a condenação eterna, segundo Sua própria e justa lei.

47 E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; 48 Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá. (Lucas 12:47-48 acf)

Concluímos que o juízo do Senhor será perfeito. Ele julga e peleja com justiça! Vai considerar todos os detalhes, todas as ações e palavras, todas as vidas humanas, todos os tempos e todas as alianças para dar a devida recompensa a cada um. Ele é imparcial. O juízo do Senhor transcende o tempo e o espaço. O juízo do Senhor examina os intentos dos corações e não se esquece de nenhum deles. O juízo do Senhor considera tudo! A justiça da Terra é falha e imperfeita. Mas o meu e nosso Juiz é Jesus Cristo, o Justo. Ora vem, Senhor Jesus!

Como escrevi numa seção sobre os decretos de Deus na teologia ainda creio: Não chegamos aos Seus pés, imagine à Sua Mente! O que é um computador quântico (ainda que não tivesse erro) de bilhões de dólares para Deus? Inteligência Artificial? Esse poder de processamento é menos do que nada para Deus! O Universo é o Seu trono e a própria Terra apoio dos Seus pés! Ele chama as estrelas – cada uma – pelos seus nomes! Ele é o EU SOU! Deus É! Ele é aquele que É! Ele é a própria realidade absoluta! Tudo o que o ser humano fez ou é não passa de sombra comparado à realidade divina, toda a glória humana não chega “à unha do pé” de Deus! Quem conhece a Sua Mente? Quem lhe deu conselho? Quem lhe instruiu ou aconselhou? Quem conhece a glória de Deus? Só Cristo, o Cordeiro de Deus, é o próprio resplendor da glória de Deus, a Sabedoria de Deus conforme o apóstolo - além do Espírito - é quem conhece a Mente de Deus! A teologia e a filosofia com todos os seus milênios de existência não alcançam nem os pés de Deus, mas, conjecturando, O vemos ao longe. Amém. Soli Deo Gloria!


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