domingo, 3 de agosto de 2025

Complementação número 12 à teologia sistemática interdenominacional: 11.7 Dízimo e prosperidade;

11.7 Dízimo no Novo Testamento? Dízimos, Ofertas e Coletas Hoje

Como o Senhor é bom e misericordioso! O Senhor nos sustenta, pois é nosso Pai. Agora, em agosto de 2025, como estou tornando-me membro junto com minha família na Igreja Livres (algumas vezes chamada de Livres Church) na Barra Funda em São Paulo, SP, aprouve ao Senhor me ensinar mais do que eu poderia esperar ou merecer, pois é por graça de Deus!

No Antigo Testamento vemos alguns tipos de ofertas e coletas que os servos fiéis de Deus ofertavam a Deus, e no Novo Testamento, outros tipos de ofertas e coletas.

No Antigo Testamento Abraão, o pai da fé, antes da Lei Mosaica, e seus descendentes devolviam algo chamado de “dízimo” a Deus – vamos trabalhar o que é isso adiante, mas por definição dízimo é 10% (10 porcento, um décimo do que se ganha). Pode-se já ver que Deus aceita e se agrada de algum tipo de oferta a Ele, inclusive no nosso tempo.

Também no AT, depois da instituição da Lei Mosaica, ao povo de Israel foi ordenado devolver o dízimo de algumas coisas, mas, como veremos, na prática, se somados os tipos de dízimos, não eram 10% que contribuíam:

1.     1.   Dízimo (10% de tudo o que se produz no campo) à tribo de Levi (Números 18.21,24), pois a tribo de Levi não tinha herança como as outras tribos. Esse é o dízimo mais conhecido;

2.     2.   Dízimo das festas (10% igualmente) para as festas do povo de Israel (Deuteronômio 14.22-27);

3.      3.  Dízimo (10% de um ano ao fim de três anos – totalizando em média 3,3% ao ano – Deut. 14.28,29) aos pobres: levitas (que, frisando, não tem parte na herança), estrangeiros, órfãos e viúvas.

Deve-se enfatizar que o dízimo no Antigo Testamento geralmente se compunha do que se produzia no campo, como sementes, grãos, mosto, azeite, vacas e ovelhas etc.

Chegamos à conclusão que o povo de Israel após a formalização da Lei Mosaica contribuía em cerca de 23% por ano (10% + 10% + ~3%).

Já podemos ter uma ideia de que Deus se agrada que contribuamos no Novo Testamento, embora não da mesma forma.

 

Então, o Novo Testamento defende o quê? Jesus defendeu o dízimo aos fariseus em Mateus 23, que estavam sob a lei, e isso era realmente necessário para obedecê-la, e não aos cristãos. Não há mandamento no Novo Testamento, de onde vem os mandamentos para a Igreja, para devolver certinho, contado e estritamente nem 10%, muito menos 23% (sem contar que agora devolvemos em dinheiro e não em frutos do campo).

Engana-se quem diz que o Novo Testamento não defende contribuição generosa e constante às Igrejas.

A prática do dízimo no Novo Testamento e na Igreja atual serve apenas como referência. Por exemplo, Augustus Nicodemus diz: “o Novo Testamento nos mostra que o cristão não tem nada que lhe pertença, tudo é de Deus; tem que dar generosamente, proporcionalmente, consistente e ainda fazer isso com alegria (Deus ama ao que dá com alegria). A forma de contribuição que mais se adequa à forma do Novo Testamento, ou seja, você dar com regularidade, proporcionalmente ao que Deus lhe deu, generosamente e voluntariamente é o sistema de contribuição regular proporcional àquilo de que você ganha. E se você procurar na Bíblia um referencial disso, você encontra no Antigo Testamento os 10%, antes da Lei, quando Abraão prometeu a dar a Deus 10% de tudo o que lhe desse. Então, por este motivo, eu creio que a contribuição de 10% daquilo que Deus nos dá é bíblica, aceitável, legítima e justa. Quem tem mais dá mais, quem tem menos dá menos, e supre as necessidades regulares da igreja. É isso que ensino, mas não como lei. Se fosse lei, e se um membro não dizimasse, seria posto para fora. E também Deus não tem a obrigação de abençoar você porque você é dizimista. Não no Novo Testamento. Ele pode lhe abençoar de qualquer forma, mas não como barganha com Deus, mas como expressão de gratidão e obediência àquele sistema de contribuição que o NT ensina.” Augustus Nicodemus (2019).

Como Abraão e os judeus contribuíam para o sustento da obra de Deus (e não da “obra de homens” ou “sinagoga de Satanás”), devemos também fazer isso em denominações saudáveis ou missões.

O Novo Testamento fala de ofertas regulares para o mantimento da obra de Deus e coletas aos necessitados. Lembre-se da carta universal de Tiago: Fé sem obras é morta. O nascido de novo, já que tem uma fé verdadeira, salvadora e viva, deve ter alegria de contribuir e ajudar o próximo!

Entretanto, certamente Deus não se agrada que contribuamos a denominações de pastores mercenários (vulgo lobos em peles de ovelhas), ou que ostentam com luxo demasiado. Se for assim, melhor ajudar aos pobres e evangelizá-los durante a doação. Não seja mais um que contribui para o enriquecimento ilícito e desproporcional dos mercenários por meio da manipulação da fé!

Quanto contribuir? Cada um contribua conforme sua prosperidade. O princípio do dízimo, dez por cento, pode ser adequado. Já ouvi famosos e/ou ricos doando 90% do que ganhavam (por consequência, vivendo com 10%), como o antigo dono da Colgate e a cantora Ana Paula Valadão no passado. Isso é louvável e certamente o Senhor lhes recompensou ou recompensará na ressurreição dos justos. Ora, se você estiver endividado até a cabeça, oferte uma oferta simbólica, regular, não importa a quantidade, oferte toda vez que recebe sua renda, ainda que seja a oferta da viúva pobre – ela contribuiu mais do que todos os outros, lembre-se disso.

Se uma pessoa endividada, que não consegue pagar as contas direito, der 10% da renda líquida mensal à igreja visível, mas só conseguiria dar 5% ou 3%, e se endividar mais, a denominação 99,9% das vezes não vai quitar a sua dívida. Cuide de sua mordomia, planeje-se e contribua o quanto puder, se 5% da renda, 5%, se 3%, 3%, se cem reais, cem reais etc. mas faça de coração ao Senhor.

Não tenha medo do “devorador” e das ameaças recebidas por manipuladores da fé usando versículos do Antigo Testamento (antiga aliança). Pode acreditar, o maior devorador que você pode ter chama-se cartão de crédito com um limite alto, o segundo devorador chama-se compras compulsivas, e o terceiro devorador compras impulsivas, e o quarto devorador gastar sempre mais do que ganha. O Senhor não nos chamou para sermos ricos como reis nessa terra, mas vivermos honestamente, sem ganância, trabalhando para a glória de Deus, e com isso ajudando quem tem menos, como disse o apóstolo Paulo na Escritura.

Nesse contexto o reverendo Augustus Nicodemus defende a prática do dízimo hoje (princípio razoável de, em condições normais, contribuir ou devolver uma quantia de 10% da renda líquida ao Senhor). Ele também falou em seu podcast que o dízimo, insisto a colocar essa informação novamente aqui, não é mandamento no Novo Testamento, não é mandamento na nova aliança, não é mandamento para os cristãos, não é mandamento para a Igreja do Senhor:

Eu defendo a prática do dízimo, mas não a coloco como lei. No NT não se encontra nenhuma orientação para os cristãos devolverem o dízimo. Jesus fala do dízimo em Mateus 23, mas para os fariseus, que estavam debaixo da lei de Moisés. Não há orientação de Jesus para os seus discípulos. Augustus Nicodemus (2019).

Para finalizar, há épocas das nossas vidas e acontecimentos que somos levados a contribuir mais, quando sabemos de mais pessoas necessitadas ao nosso redor ou uma necessidade urgente na denominação ou missão a qual você frequenta ou é alimentado com a Palavra de Deus, que espero que seja cristocêntrica.

Deus em Si mesmo não precisa do nosso dinheiro, mas a obra de Deus precisa da união de seus membros e da contribuição destes, e Deus se agrada disso. Deus não costuma, na minha opinião, fazer milagre quando os homens podem fazer a mesma coisa por si mesmos.

Deus me é testemunha de que Ele faz prosperar (principalmente no Espírito Santo) aquele que fielmente administra o que Ele tem dado, contribuindo voluntariamente e com alegria numa igreja fiel em que você ouve a Palavra (é alimentado), e sendo bom mordomo do que Deus te deu para administrar, pois tudo é Dele. Eu sou testemunha que quem não contribui pelo menos com oferta regular conforme a prosperidade da pessoa na sua igreja abre brecha para o pecado da avareza, que é idolatria, e deixa de alcançar certa medida de graça. A Igreja do Novo Testamento não contribuía apenas 10%, mas vendia suas propriedades e dava o dinheiro para os apóstolos (Atos 4:34-35), para que ninguém ficasse necessitado. Claro que esse não é o modelo para hoje, entretanto. Para falar a verdade, a Igreja do Novo Testamento, a Igreja primitiva, não era realmente exemplo para nós em tudo, pois também era imperfeita (por exemplo a de Corinto, na qual um irmão se embebedava, outro comia desordenadamente e um outro passava fome).

Grudem (2010) diz: Mas se a oferta é feita com fé, pela devoção a Cristo e por amor ao seu povo, então certamente haverá grandes bênçãos nela.

Enfim, em contrapartida, algumas pessoas podem não conseguir devolver o dízimo integralmente (se for esse o objetivo) antes de organizar completamente sua vida financeira, ou quitar dívidas, se estão como “escravos” endividados carregando tijolos a Faraó. Existem pessoas recebendo grande ajuda de terceiros para pagar as contas. Passei por essas duas situações. Mas Deus realmente é Pai e nos sustenta, ainda que seja abrindo uma porta de emprego no último momento e dando sabedoria para administrar as finanças.

Portanto, foi assim também com Davi, que comeu os pães da proposição (pão sagrado) quando teve fome (1Sm 21.1-6, Mt 12.4) e não morreu, e usou o éfode (1Sm 30.7) do sacerdote para consultar o Senhor, não foi castigado ou punido pelo Senhor, nem deixou de receber a bênção, mas certamente foi abençoado, visto que Deus sabia que sua situação não era uma regra, mas uma exceção temporária à regra. Jesus usou tal modelo para não guardar o Sábado Judaico do modo defendido pelos fariseus, visto que Jesus é Deus e Deus pode mudar os seus próprios mandamentos (Mt 12.4-9) – ou, como alguns dizem, os fariseus cobravam a guarda do sábado da maneira errada. Deste modo, sem poder contribuir o tanto que você deseja, se você tanto deseja (como o princípio de 10% do dízimo), ore a Deus e oferte a Ele regularmente conforme a sua prosperidade, ainda que pouco, e conforme a quantia que Deus colocar no seu coração sem culpa nem dor no coração, porque isto é bom e adequado. Ninguém tenha peso na consciência por causa disso, mas que contribua, mesmo que pouco, com alegria. Tenha temor a Deus. Que isto não seja desculpa usada por nenhum mercenário para deixar de servir a Deus nessa parte. Quem pode receber isto, receba-o.

Para finalizar, enfatizando, se você possui muito dinheiro, certamente deve contribuir muito mais do que dez por cento. A quem mais Deus confiou, mais pessoas pode ajudar, e Deus lhes cobrará para tal.

Todos devem ofertar ao Senhor, até as crianças, ainda que com moedinhas, mesmo que seja uma porçãozinha da mesada (se houver).

É adequado que todos os filhos de Deus ofertem ao Senhor, pois, como dito, senão a pessoa corre o risco de se tornar avarenta, ou achando que é o seu salário que verdadeiramente lhe sustenta, mas na realidade todo o sustento, todo o auxílio, mesmo que em situação difícil, vem de Deus.

Amém.

 

Sobre a prosperidade que a obediência traz. Jesus é o nosso principal exemplo em tudo. Jesus era próspero? Jesus não só era próspero, como Ele é a própria prosperidade. O ensinamento de que o dízimo traz abundância financeira está fora das Escrituras, pois a bênção financeira é apenas uma partícula da prosperidade. A consequência desse tipo de ensinamento é um jugo para os cristãos que olham para sua vida e veem que essa abundância não ocorre do jeito que os teólogos da prosperidade ensinam, recebendo pensamentos perturbadores. Mt 19.23 Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus. Se poucos ricos entram no reino dos céus, por que Deus daria a muitos crentes riqueza, se cairiam em laço, e não entrariam no céu? A prosperidade é a bênção contínua de Deus na nossa vida, através da provisão, através do milagre, e do Espírito Santo. Os discípulos não tinham nada e eram felizes e cheios de poder, milagres e prosperidade no Espírito Santo. Nada lhes faltava. 1Tm 6.9 Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Devemos confiar no Senhor, e não nas riquezas. O Senhor disse: Não te deixarei, nem te desampararei. Josué 1.5. Ml 3.10 fala da bênção que o dizimista recebe ao ter as janelas do céu abertas para ele, embora no contexto da antiga aliança. Na nova aliança podemos interpretar que aquele que dá com alegria ao Senhor tem as janelas do céu abertas a ele (favor do Senhor), e que isso, além de chuvas regulares para o bem das colheitas, podem significar, conjecturando, um relacionamento direto com Deus, pelo qual os anjos vão e vem ao nosso favor, e pelo qual o Sol da Justiça (Ml 4.2), que é Cristo, invade toda a nossa vida. Amém.


Nenhum comentário:

Postar um comentário