11.7 Dízimo no Novo Testamento? Dízimos, Ofertas e Coletas Hoje
Como o Senhor é bom e misericordioso! O Senhor nos sustenta,
pois é nosso Pai. Agora, em agosto de 2025, como estou tornando-me membro junto
com minha família na Igreja Livres (algumas vezes chamada de Livres Church) na
Barra Funda em São Paulo, SP, aprouve ao Senhor me ensinar mais do que eu
poderia esperar ou merecer, pois é por graça de Deus!
No Antigo Testamento vemos alguns tipos de ofertas e coletas
que os servos fiéis de Deus ofertavam a Deus, e no Novo Testamento, outros
tipos de ofertas e coletas.
No Antigo Testamento Abraão, o pai da fé, antes da Lei
Mosaica, e seus descendentes devolviam algo chamado de “dízimo” a Deus – vamos
trabalhar o que é isso adiante, mas por definição dízimo é 10% (10 porcento, um décimo do que se ganha). Pode-se já
ver que Deus aceita e se agrada de algum tipo de oferta a Ele, inclusive no
nosso tempo.
Também no AT, depois da instituição da Lei Mosaica, ao povo
de Israel foi ordenado devolver o dízimo de algumas coisas, mas, como veremos,
na prática, se somados os tipos de dízimos, não eram 10% que contribuíam:
1. 1. Dízimo (10% de tudo o que se produz no
campo) à tribo de Levi (Números 18.21,24), pois a tribo de Levi não tinha
herança como as outras tribos. Esse é o dízimo mais conhecido;
2. 2. Dízimo das festas (10% igualmente) para
as festas do povo de Israel (Deuteronômio 14.22-27);
3. 3. Dízimo (10% de um ano ao fim de três
anos – totalizando em média 3,3% ao ano – Deut. 14.28,29) aos pobres: levitas
(que, frisando, não tem parte na herança), estrangeiros, órfãos e viúvas.
Deve-se enfatizar que o dízimo no Antigo Testamento geralmente
se compunha do que se produzia no campo, como sementes, grãos, mosto, azeite,
vacas e ovelhas etc.
Chegamos à conclusão que o povo de Israel após a
formalização da Lei Mosaica contribuía em cerca de 23% por ano (10% + 10% +
~3%).
Já podemos ter uma ideia de que Deus se agrada que
contribuamos no Novo Testamento, embora não da mesma forma.
Então, o Novo Testamento defende o quê? Jesus defendeu o dízimo aos
fariseus em Mateus 23, que estavam sob a lei, e isso era realmente necessário
para obedecê-la, e não aos cristãos. Não há mandamento no Novo Testamento, de
onde vem os
mandamentos para a Igreja, para devolver certinho, contado e estritamente nem
10%, muito menos 23% (sem contar que agora devolvemos em dinheiro e não em
frutos do campo).
Engana-se quem diz que o Novo Testamento não defende
contribuição generosa e constante às Igrejas.
A prática do dízimo no Novo Testamento e na Igreja atual serve apenas como referência. Por exemplo, Augustus Nicodemus diz: “o Novo Testamento nos mostra que o cristão não tem nada que lhe pertença, tudo é de Deus; tem que dar generosamente, proporcionalmente, consistente e ainda fazer isso com alegria (Deus ama ao que dá com alegria). A forma de contribuição que mais se adequa à forma do Novo Testamento, ou seja, você dar com regularidade, proporcionalmente ao que Deus lhe deu, generosamente e voluntariamente é o sistema de contribuição regular proporcional àquilo de que você ganha. E se você procurar na Bíblia um referencial disso, você encontra no Antigo Testamento os 10%, antes da Lei, quando Abraão prometeu a dar a Deus 10% de tudo o que lhe desse. Então, por este motivo, eu creio que a contribuição de 10% daquilo que Deus nos dá é bíblica, aceitável, legítima e justa. Quem tem mais dá mais, quem tem menos dá menos, e supre as necessidades regulares da igreja. É isso que ensino, mas não como lei. Se fosse lei, e se um membro não dizimasse, seria posto para fora. E também Deus não tem a obrigação de abençoar você porque você é dizimista. Não no Novo Testamento. Ele pode lhe abençoar de qualquer forma, mas não como barganha com Deus, mas como expressão de gratidão e obediência àquele sistema de contribuição que o NT ensina.” Augustus Nicodemus (2019).
Como Abraão e os judeus contribuíam para o sustento da obra
de Deus (e não da “obra de homens” ou “sinagoga de Satanás”), devemos
também fazer isso em denominações saudáveis ou missões.
O Novo Testamento fala de ofertas regulares para o
mantimento da obra de Deus e coletas aos necessitados. Lembre-se da carta
universal de Tiago: Fé sem obras é morta. O nascido de novo, já que tem uma fé
verdadeira, salvadora e viva, deve ter alegria de contribuir e ajudar o próximo!
Entretanto, certamente Deus não se agrada que contribuamos a denominações de pastores
mercenários (vulgo lobos em peles de ovelhas), ou que ostentam com luxo
demasiado. Se for assim, melhor ajudar aos pobres e evangelizá-los durante a doação. Não seja mais
um que contribui para o enriquecimento ilícito e desproporcional dos
mercenários por meio da manipulação da fé!
Quanto contribuir? Cada um contribua conforme sua
prosperidade. O princípio do dízimo, dez por cento, pode ser
adequado. Já ouvi famosos e/ou ricos doando 90% do que ganhavam (por
consequência, vivendo com 10%), como o antigo dono da Colgate e a cantora Ana
Paula Valadão no passado. Isso é louvável e certamente o Senhor lhes
recompensou ou recompensará na ressurreição dos justos. Ora, se você estiver
endividado até a cabeça, oferte uma oferta simbólica, regular, não importa a
quantidade, oferte toda vez que recebe sua renda, ainda que seja a oferta da
viúva pobre – ela contribuiu mais do que todos os outros, lembre-se disso.
Se uma pessoa
endividada, que não consegue pagar as contas direito, der 10% da renda líquida
mensal à igreja visível, mas só conseguiria dar 5% ou 3%, e se endividar mais,
a denominação 99,9% das vezes não vai quitar a sua dívida. Cuide de sua
mordomia, planeje-se e contribua o quanto puder, se 5% da renda, 5%, se 3%, 3%,
se cem reais, cem reais etc. mas faça de coração ao Senhor.
Não tenha medo do “devorador” e das ameaças recebidas por manipuladores da fé usando versículos do
Antigo Testamento (antiga aliança). Pode
acreditar, o maior devorador que você pode ter chama-se cartão de crédito com
um limite alto, o segundo devorador chama-se compras compulsivas, e o terceiro
devorador compras impulsivas, e o quarto devorador gastar sempre mais do que
ganha. O Senhor não nos chamou para sermos ricos como reis nessa terra, mas
vivermos honestamente, sem ganância, trabalhando para a glória de Deus, e
com isso ajudando quem tem menos, como disse o apóstolo Paulo na Escritura.
Nesse contexto o reverendo Augustus Nicodemus defende a
prática do dízimo hoje (princípio razoável de, em condições normais, contribuir
ou devolver uma quantia de 10% da renda líquida ao Senhor). Ele também falou em
seu podcast que o dízimo, insisto a colocar essa informação novamente aqui, não
é mandamento no Novo Testamento, não é mandamento na nova aliança, não é mandamento para os cristãos,
não é mandamento para a Igreja do Senhor:
Eu defendo a prática do dízimo, mas não a coloco como lei. No NT não se encontra nenhuma orientação para os cristãos devolverem o dízimo. Jesus fala do dízimo em Mateus 23, mas para os fariseus, que estavam debaixo da lei de Moisés. Não há orientação de Jesus para os seus discípulos. Augustus Nicodemus (2019).
Para finalizar, há épocas das nossas vidas e acontecimentos
que somos levados a contribuir mais, quando sabemos de mais pessoas
necessitadas ao nosso redor ou uma necessidade urgente na denominação ou missão
a qual você frequenta ou é alimentado com a Palavra de Deus, que espero que
seja cristocêntrica.
Deus em Si mesmo não precisa do nosso dinheiro, mas a obra
de Deus precisa da união de seus membros e da contribuição destes, e Deus se
agrada disso. Deus não costuma, na minha opinião, fazer milagre quando os
homens podem fazer a mesma coisa por si mesmos.
Deus me é testemunha de que Ele faz prosperar
(principalmente no Espírito Santo) aquele que fielmente administra o que Ele
tem dado, contribuindo voluntariamente e com alegria numa
igreja fiel em que você ouve a Palavra (é alimentado), e sendo bom mordomo do
que Deus te deu para administrar, pois tudo é Dele. Eu sou testemunha que quem
não contribui pelo menos com oferta regular conforme a prosperidade da pessoa
na sua igreja abre brecha para o pecado da avareza, que é idolatria, e deixa de
alcançar certa medida de graça. A Igreja do Novo Testamento não contribuía
apenas 10%, mas vendia suas propriedades e dava o dinheiro para os apóstolos
(Atos 4:34-35), para que ninguém ficasse necessitado. Claro que esse não é o
modelo para hoje, entretanto. Para falar a verdade, a Igreja do Novo
Testamento, a Igreja primitiva, não era realmente exemplo para nós em tudo,
pois também era imperfeita (por exemplo a de Corinto, na qual um irmão se embebedava, outro comia
desordenadamente e um outro passava fome).
Grudem (2010) diz: Mas
se a oferta é feita com fé, pela devoção a Cristo e por amor ao seu povo, então
certamente haverá grandes bênçãos nela.
Enfim, em contrapartida, algumas pessoas podem não conseguir
devolver o dízimo integralmente (se for esse o objetivo) antes de organizar
completamente sua vida financeira, ou quitar dívidas, se estão como “escravos”
endividados carregando tijolos a Faraó. Existem pessoas recebendo grande ajuda
de terceiros para pagar as contas. Passei por essas duas situações. Mas Deus realmente
é Pai e nos sustenta, ainda que seja abrindo uma porta de emprego no último
momento e dando sabedoria para administrar as finanças.
Portanto, foi assim também com Davi, que comeu os pães da
proposição (pão sagrado) quando teve fome (1Sm 21.1-6, Mt 12.4) e não morreu, e
usou o éfode (1Sm 30.7) do sacerdote para consultar o Senhor, não foi castigado
ou punido pelo Senhor, nem deixou de receber a bênção, mas certamente foi abençoado,
visto que Deus sabia que sua situação não era uma regra, mas uma exceção
temporária à regra. Jesus usou tal modelo para não guardar o Sábado Judaico do
modo defendido pelos fariseus, visto que Jesus é Deus e Deus pode mudar os seus
próprios mandamentos (Mt 12.4-9) – ou, como alguns dizem, os fariseus cobravam
a guarda do sábado da maneira errada. Deste modo, sem poder contribuir o tanto
que você deseja, se você tanto deseja (como o princípio de 10% do
dízimo), ore a Deus e oferte a Ele regularmente conforme a sua prosperidade, ainda que pouco, e conforme a
quantia que Deus colocar no seu coração sem culpa nem dor no coração, porque
isto é bom e adequado. Ninguém tenha peso na consciência por causa disso, mas
que contribua, mesmo que pouco, com alegria. Tenha temor a Deus. Que isto não
seja desculpa usada por nenhum mercenário para deixar de servir a Deus nessa
parte. Quem pode receber isto, receba-o.
Para finalizar, enfatizando, se você possui muito dinheiro,
certamente deve contribuir muito mais do que dez por cento. A quem mais Deus
confiou, mais pessoas pode ajudar, e Deus lhes cobrará para tal.
Todos devem ofertar ao Senhor, até as crianças, ainda que
com moedinhas, mesmo que seja uma porçãozinha da mesada (se houver).
É adequado que todos os filhos de Deus ofertem ao Senhor,
pois, como dito, senão a pessoa
corre o risco de se tornar avarenta, ou achando que é o seu salário que verdadeiramente
lhe sustenta, mas na realidade todo o sustento, todo o auxílio, mesmo que em
situação difícil, vem de Deus.
Amém.
Sobre a prosperidade que a obediência traz. Jesus é o nosso
principal exemplo em tudo. Jesus era próspero? Jesus não só era próspero, como
Ele é a própria prosperidade. O ensinamento de que o dízimo traz abundância
financeira está fora das Escrituras, pois a bênção financeira é apenas uma
partícula da prosperidade. A consequência desse tipo de ensinamento é um jugo
para os cristãos que olham para sua vida e veem que essa abundância não ocorre
do jeito que os teólogos da prosperidade ensinam, recebendo pensamentos
perturbadores. Mt 19.23 Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade
vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus. Se
poucos ricos entram no reino dos céus, por que Deus daria a muitos crentes
riqueza, se cairiam em laço, e não entrariam no céu? A prosperidade é a bênção
contínua de Deus na nossa vida, através da provisão, através do milagre, e do
Espírito Santo. Os discípulos não tinham nada e eram felizes e cheios de poder,
milagres e prosperidade no Espírito Santo. Nada lhes faltava. 1Tm 6.9 Mas os que querem ser ricos caem em
tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que
submergem os homens na perdição e ruína. Devemos confiar no Senhor, e não
nas riquezas. O Senhor disse: Não te deixarei, nem te desampararei. Josué
1.5. Ml 3.10 fala da bênção que o dizimista recebe ao ter as janelas do céu
abertas para ele, embora no contexto da antiga aliança. Na nova aliança podemos
interpretar que aquele que dá com alegria ao Senhor tem as janelas do céu
abertas a ele (favor do Senhor), e que isso, além de chuvas regulares para o
bem das colheitas, podem significar, conjecturando, um relacionamento direto
com Deus, pelo qual os anjos vão e vem ao nosso favor, e pelo qual o Sol da
Justiça (Ml 4.2), que é Cristo, invade toda a nossa vida. Amém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário