Graça e Paz amados. Tendo eu orado, meditado, pesquisado comentários bíblicos e teologias sistemáticas, "quebrado a cabeça", eis a continuação da transmissão do pecado, continuação da seção 9.4 e 4.2.
Confesso que não gosto de fazer update na Teologia Sistemática, fico às vezes constrangido, mas o Senhor está me abençoando muito, por isso, atualizo para a glória de Deus e comunhão do Corpo de Cristo, e está de graça aqui:
PDF (mesmo link de ontem): 10/8/24
https://www.mediafire.com/file/tfsku8dynhdcqa6/Teologia_Sistem%25C3%25A1tica_Interdenominacional_-_Roberto_F._Rossi_-_4-agosto-2024_clubedeautores.pdf/file
epub (mesmo link de ontem): 10/8/24
https://www.mediafire.com/file/6sbpo7pdr97h49j/Teologia_Sistem%25C3%25A1tica_Interdenominacional_-_Roberto_Fiedler_Rossi_-_4-agosto-24.epub/file
Atualizado 10/8
Culpa
e Corrupção: Relação de Cristo, os homens e os demônios na transmissão do
pecado
Agora
que estudamos que os seres humanos nascem culpados do pecado de Adão e com uma
natureza humana corrompida (natureza pecaminosa), vamos continuar o raciocínio.
Relembrando raciocínios anteriores:
Seção
4.2 – Cristo Nasceu sem Pecado: baseado no ministério Answers in Genesis,
pode-se ver que a natureza pecaminosa passa espiritualmente, ou pelo menos
parte dela (na humanidade) passa-se espiritualmente (que é o que defenderemos).
Nessa mesma seção, 9.4, baseado nas teologias sistemáticas
reformadas, pode-se observar com clareza que a Escritura, lendo muitas
passagens bíblicas com a palavra corrupção, defende que o ser humano,
descendente de Adão, pecou [passado] em Adão (Rm 5.12), e que por imputação
[1] e geração natural [2], como Adão morreu espiritualmente
quando tomou do fruto com a Mulher (depois chamada Eva, que também morreu
espiritualmente), e como Adão é o primeiro cabeça da humanidade [1] e como todo
casal concebe filhos em sua imagem e semelhança [2] (como diz a Escritura de
Adão para Sete), “a morte passou a todos por isso que todos pecaram” (Rm
5.12): nascem mortos por estar sob a
sentença de morte do pecado de Adão [1,
pela culpa, pois somos
culpados uma vez que pecamos com ele]
e mortos por causa de
seus pecados cotidianos [2, pela corrupção/natureza pecaminosa que recebemos
na concepção]. Desta maneira, todos
os seres humanos nascem mortos no pecado (Ef 2.1-3, Cl 2.13, Rm 3.9-12, Rm 5.12
etc. - depravação total), e nascem assim pecadores (antes do primeiro pecado
pessoal já são pecadores e mortos espirituais), e por serem pecadores cometem
seus pecados cotidianos, continuando nesse estado escravizado até ter um
encontro com o Evangelho do Salvador pelo Espírito e pela preparação do Pai, no
qual ao salvo é possível crucificar progressivamente a carne com Cristo de modo
que o pecado, ainda presente, não mais nos domine.
A citação de
Walls e Dongell da seção 10.3.1 O Processo de Conversão e a Graça Preveniente
mostra como Cristo nos busca nas nossas trevas, retirando parcialmente as
vendas espirituais dos nossos olhos, ou seja, nos renovando internamente pela
renovação parcial, retirando de nós a culpa adâmica e a sentença de morte que vem do pecado
de Adão,
um dos benefícios recebidos pela
morte de Cristo, nos amando pelo Espírito. Obviamente só seremos regenerados
totalmente, vivificados das trevas para a luz (e da morte para a vida) após a
conversão genuína, para não sermos mais mortos espirituais.
Enfim, em agosto de 2024 orei, pesquisei teologias
sistemáticas, e meditei pensando nesses raciocínios conflitantes da transmissão
do pecado por alguns dias, sem poder unir os conceitos da transmissão da
natureza pecaminosa espiritualmente da seção 4.2 versus transmissão por culpa e
corrupção do início da seção 9.4, até que o Senhor me iluminou mais um pouco na
teologia e na Escritura, conforme está abaixo e acredito:
Culpa
herdada (pecado de Adão herdado – pecamos com ele, pois a humanidade está
ligada como num organismo vivo, não são indivíduos isolados como os anjos) – a
culpa é transmitida espiritualmente (imputada), por isso certamente o
ministério Answers in Genesis acertou que Cristo, como é o Santo Filho de Deus,
infinitamente Santo, não foi afetado por ela. Assim como nós recebemos a
justiça de Cristo na justificação por imputação, recebemos também a culpa de
Adão por imputação, conforme a Escritura usa a expressão imputado (Rm
5.13).
Corrupção
herdada de nossos pais: transmitida não só pelo pai (visto que ocorreria o que
disse o pesquisador da seção 4.2 com um clone feminino que não precisasse de
DNA masculino, mas só dois conjuntos de DNA feminino), mas pelo pai e/ou pela mãe, pelo material
genético de qualquer um deles, ou seja, nascemos à imagem e semelhança de
nossos pais, isto é, com a natureza pecaminosa que habita no nosso ser e que
nos escraviza e faz continuamente pecar. Se é assim, por que Jesus não nasceu
com a corrupção herdada de Maria, nesse modelo? Porque conforme a Escritura desceu
sobre Maria o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo a cobriu com a sua
sombra (Lc 1.35), de modo que Jesus não recebeu a corrupção de Maria.
Desta
maneira Jesus não recebeu a culpa espiritual imputada que vem de Adão por ser
Filho de Deus, nem a corrupção (natureza pecaminosa) pela concepção miraculosa
através do Espírito Santo. Já, nós, recebemos ambas, culpa (embora esta
recebemos antes de nascer) e corrupção na concepção.
E
os demônios? O pesquisador do ministério Answers in Genesis da citação da seção
4.2 diz que Satanás e os demônios receberam a natureza pecaminosa
espiritualmente. E isso faz todo sentido pois, em primeiro lugar, anjos ou
demônios não se multiplicam nem procriam segundo a Escritura verdadeiramente
inspirada, portanto não fazem outros anjos/demônios segundo sua imagem e
semelhança para poderem passar a natureza pecaminosa.
Em
segundo lugar, baseado na seção 12.23.3, parte B (O Diabo Está no Inferno?
Explicando 2Pe 2:4):
2
Pedro 2:4 (NVI) Pois Deus não poupou os anjos que pecaram [1], mas os lançou
no inferno [3], prendendo-os em abismos tenebrosos [2] a fim de serem
reservados para o juízo.
Pode-se
ver que Pedro liga o fato de que [1] Deus não poupou os anjos pecaram e estão
perdidos para sempre sem chance de salvação, com o fato de que [2] estão presos
em abismos tenebrosos a fim de serem reservados para o juízo. E o apóstolo dá a
entender que o que faz que eles fiquem para sempre perdidos e prendem eles para
o juízo é? O inferno [3]. O inferno é o termo que liga e conecta o início do
fim da frase inspirada de Pedro. Certamente não é uma prisão que eles não
possam sair (como se fosse o lago de fogo, não é um local “físico”), mas um
estado espiritual de sofrimento, condenação e prisão fora e longe da luz de
Deus, e também (como as palavras em grego são diferentes) não é o mesmo local
em que os mortos sem Cristo estão.
Portanto,
no meu ponto de vista, fica claro que Satanás e os demônios estão sob uma
sentença pecaminosa e separação da luz, que inclui a morte espiritual/eterna e,
claro, a natureza pecaminosa deles (transmitida e/ou imputada
espiritualmente após a queda de Satanás e seus anjos, evento esse que ocorreu
depois dos seis dias da criação e antes da queda de Adão conforme a seção 7.3),
demônios estes que estão em infindáveis trevas, a fim de serem reservados para
o juízo.
Assim,
concluindo, o ser humano nasce morto espiritualmente, pois recebe culpa
espiritual e corrupção (natureza humana corrupta) por geração natural;
Cristo,
o Santo Messias, foi gerado sem pecado (sem culpa nem corrupção, recebendo a
natureza humana perfeita como se fosse original do Éden (antes da queda
Adâmica)) pelo Espírito. Como diz a citação na seção 4.2, a Mulher foi tentada
no Éden mesmo sem natureza pecaminosa: Cristo também, mesmo sem natureza
pecaminosa, foi em tudo tentado por nós (Hb 4.15 Porque não temos um sumo
sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como
nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado);
E
os demônios recebem a morte e natureza pecaminosa espiritualmente pela queda e
maldição própria do pecado deles, uma vez que, mesmo tendo visto a glória de
Deus, deixaram seu principado (E aos anjos que não guardaram o seu
principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em
prisões eternas até ao juízo daquele grande dia - Judas 6).
Amém.