O Apêndice C foi atualizado ontem em alguns aspectos (incluindo o tema: "Cristo entrou no Tabernáculo Celeste"), por isso achei que seria bom republica-lo aqui.
Referências Bibliográficas no PDF
Roberto
APÊNDICE C – Aliancismo
versus Dispensacionalismo; Reflexão sobre o Milênio na visão Dispensacionalista
versus a Escritura Sagrada: A Consequência de se Interpretar Profecias do
Antigo Testamento Literalmente
Existem fontes
que, hoje em dia, realmente defendem o retorno do templo e de sacrifícios de
animais num terceiro templo judaico numa determinada condição de milênio
dispensacionalista.
Porém, por que
Deus fez sacrifícios de animais? Para apontar para o sacrifício único do
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
Para tal cito
uma fonte ortodoxa, a Bíblia de Estudo de Genebra, falando das alianças de Deus
conosco, e uma fonte defendendo o dispensacionalismo que estou refutando (de
Thomas Ice), que, na minha visão, não é ortodoxa, mas heterodoxa: o leitor verá
o motivo adiante.
Quem realmente é
dispensacionalista defende toda a profecia da Escritura literalmente, e tenta
criar uma teoria que englobe todas elas, como fez Thomas Ice algumas páginas
abaixo, seja ela bíblica ou não. Vamos comparar com outras passagens bíblicas.
Meus
comentários, Roberto, estão na esquerda. As citações, na direita. Os negritos,
sublinhados e itálicos são ênfases minhas.
A ALIANÇA DAS OBRAS E A ALIANÇA DA GRAÇA
Bíblia de Estudo de Genebra, 2ª Edição, Cultura Cristã e SBB (2017):
“A expressão aliança das obras se refere ao acordo que Deus fez com Adão antes de a humanidade cair em pecado, e não à aliança feita com Moisés no Sinai, conforme outras tradições cristãs costumam empregar essa designação.
Na aliança das obras feita com Adão, Deus prometeu abençoar Adão se ele obedecesse ao mandamento divino (Gn 1.28-30), e julgá-lo caso desobedecesse (Gn 2.15-17). As obras de Adão constituíam o fator determinante, daí o termo aliança das obras (cf. Os 6.7). Enfim, as Escrituras mostram que Adão não obedeceu a Deus. Assim, Deus providenciou outra aliança, a aliança da graça em Cristo.
A expressão aliança da graça é usada para descrever a relação de Deus com seu povo ao longo do restante das Escrituras. Estritamente falando, essa aliança foi firmada em definitivo com Cristo como último Adão, o representante da humanidade redimida. É chamada de aliança da graça porque opera com base na graça divina oferecida por meio da morte e ressurreição de Cristo a todos aqueles que creem nele.
Se
alguém vem a você e diz: no milênio físico teremos outra lei, outro sacrifício,
outra aliança – heresia! Só falta falar que teremos mais Escrituras Sagradas no
milênio, e não só 66 livros! Deus fez o homem reto, porém eles buscaram muitas
astúcias (Eclesiastes 7.29)!
A
Bíblia de Genebra continua:
Alguns teólogos reformados falam de uma aliança celestial eterna entre o Pai e o Filho, a qual descrevem como aliança de redenção (Jo 6.37). A aliança da graça é a expressão histórica dessa aliança eterna.
A aliança da graça começou com a promessa feita depois da queda de que a descendência da mulher feriria a cabeça da serpente (Gn 3.15). A partir desse momento, a aliança da graça se desdobrou em cinco estágios principais ao longo do relato bíblico. Não há contradição entre esses estágios; antes, cada estágio subsequente se desenvolve com base nos anteriores.
Alguns
teólogos populares adotam a aliança da lei de Moisés como das obras, o que está
errado. Já os dispensacionalistas adotam a aliança da lei como a quinta
dispensação, e a dispensação da graça, a sexta. Mas até a terminologia está
incorreta: todas as outras alianças também vieram da graça de Deus (todavia, a
plenitude foi alcançada apenas na nova aliança). A Bíblia de Genebra continua:
(1) Depois da oferta inicial da graça de Deus a Adão (Gn 3.15), a aliança da graça se desenvolveu por meio da aliança da preservação da natureza firmada com Noé (Gn 6.18; 9.9-17). O enfoque da aliança com Noé é a estabilidade da ordem presente da natureza até o fim de todas as coisas, provendo, desse modo, um âmbito estável para o desdobramento do plano redentor de Deus.
(2) Em seguida, a aliança de Deus com Abraão (Gn 15; 17) deu início a vários estágios de alianças feitas com a nação de Israel como povo escolhido de Deus. Deus prometeu que os descendentes de Abraão receberiam grandes bênçãos e seriam instrumentos de bênção para toda a raça humana.
(3) Na sequência, a nação de Israel recebeu a aliança da lei mosaica (Êx 19-24), durante o êxodo da terra do Egito. Essa aliança visava conduzir Israel a bênçãos ainda maiores na Terra Prometida.
(4) Quando Davi subiu ao trono, Deus fez uma aliança real com ele (2Sm 7; Sl 89; 132), na qual prometeu abençoar os filhos de Davi que fossem fiéis e nunca tomar o trono de Israel da família de Davi.
(5) Por fim, a aliança da graça atingiu o seu ponto culminante com a nova aliança instituída por Cristo (Jr 31; Lc 22.20; 1Co 11.25; Hb 8.8-13). Essa aliança se dá em três estágios: a primeira vinda de Cristo, a História antes de sua volta e a consumação do seu reino. Nesse desenrolar da aliança da graça, seus estágios não diferem em substância; antes, são “um e o mesmo sob várias dispensações” (Confissão de Fé de Westminster, 7.6).
Os estágios da aliança da graça manifestados nas alianças nacionais que Deus fez com Israel no Antigo Testamento tinham como propósito específico preparar o povo de Deus para a vinda do seu Filho, que cumpriria todas as promessas de Deus e daria forma às sombras dos tipos do Antigo Testamento (Is 40.10; Ml 3.1; Jo 1.14; Hb 7-10).
Na nova aliança, as disposições temporárias para a concessão dessas bênçãos foram substituídas pelo cumprimento do que elas prefiguravam, ou seja, Jesus Cristo, o Mediador da nova aliança, o descendente de Abraão e herdeiro de suas promessas (Gl 3.16). Bíblia de Genebra.
Cristo obedeceu à lei perfeitamente e se ofereceu como o sacrifício legítimo e definitivo pelo pecado. Como filho de Davi, hoje Cristo reina sobre o mundo na condição de herdeiro de todas as bênçãos de perdão, paz e comunhão com Deus em sua criação renovada, conforme as promessas da aliança — bênçãos que ele concede aos cristãos no tempo presente (Rm 8.17). Cristo não apenas se entregou pelos eleitos, como também enviou do seu trono de glória o Espírito Santo e, desse modo, selou o povo de Deus como propriedade sua (2Co 1.22; Ef 1.13-14).
Como Hb 7-10 explica, a nova aliança é a expressão suprema da aliança única e eterna da graça de Deus com os pecadores (Hb 13.20) — um estágio superior àqueles do Antigo Testamento, com promessas superiores (Hb 8.6), baseadas num sacrifício superior (Hb 9.23), oferecido por um sumo sacerdote superior, num santuário superior, garantindo uma esperança superior (Hb 7.26-8.13) que não havia sido revelada de tal modo em nenhum dos outros estágios da aliança.
Bíblia de Genebra.
Quando
os dispensacionalistas evocam uma nova aliança no milênio, com novas leis – a
Escritura não diz isso, mas diz que a aliança da graça alcançou o ponto
supremo, maior, mais pleno em Cristo.
A efetivação em Cristo das antigas alianças feitas com Israel também cumpre a promessa de que a porta da fé se abriria para um grande número de gentios. A fim de estender o reino de Deus por todo o mundo, tanto judeus quanto gentios se tornam descendentes de Abraão pela fé em Cristo (Gl 3.26-29), enquanto os judeus e gentios que não estão em Cristo estão também fora da aliança da graça (Rm 4.9-17; 11.13-24). Bíblia de Genebra.
Não
há separação de povo judeu – gentio na nova aliança!
Os
dispensacionalistas separam judeus e gentios em sua soteriologia mesmo na nova
aliança. Já a Bíblia em Efésios 2.11-16 mostra que Cristo acabou com a
separação entre gentios e judeus:
Ef
2.11 Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e
chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão
dos homens; 12 Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade
de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus
no mundo. 13 Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo
sangue de Cristo chegastes perto. 14 Porque ele é a nossa paz, o qual de
ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio,
15 Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que
consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo
a paz, 16 E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando
com ela as inimizades.
Na
nova aliança Deus não tem trato diferente entre judeu e gentio, mas entre
crente e descrente!
A estrutura dupla de uma aliança das obras e outra da graça descreve todo o relacionamento soberano de Deus com a humanidade. A salvação nos foi concedida porque Cristo cumpriu os requisitos da aliança das obras por meio de sua obediência perfeita. Em decorrência disso, a nossa salvação é uma salvação da aliança: justificação e adoção, regeneração e santificação são misericórdias da aliança; a eleição foi a escolha feita por Deus dos membros dessa comunidade purificada e definitiva da aliança, a igreja invisível; o batismo e a Ceia do Senhor [...] são ordenanças da aliança; a lei de Deus é a lei da aliança, e guardar a sua lei é a expressão mais verdadeira de gratidão e lealdade em resposta à graça de Deus demonstrada na aliança. A renovação dos nossos compromissos dentro da aliança com Deus em resposta à sua fidelidade deve ser um exercício devocional habitual de todos os cristãos, tanto no culto público quanto no particular. A compreensão da aliança da graça nos orienta e ajuda a apreciar não apenas a diversidade das Escrituras, mas também a sua extraordinária unidade.” Bíblia de Estudo de Genebra (2017).
Outra fonte, de Thomas
Ice, um dispensacionalista bem conhecido (“Um Templo no Milênio é Heresia
Dispensacionalista?” Tradução: Antônio Reis
do site https://paleoortodoxo.wordpress.com/ em 29/10/2023 apud CACP.app.br,
https://www.cacp.app.br/um-templo-no-milenio-e-heresia-dispensacionalista/ – de
29 de outubro de 2023 – acesso em 16 de novembro de 2023), diz:
“POR QUE SACRIFÍCIOS LITERAIS NO MILÊNIO?
Thomas Ice
Uma objeção comum à interpretação literal consistente da profecia bíblica é encontrada na visão de Ezequiel no Templo (Ez 40-48). Os oponentes argumentam que se este for um Templo literal e futuro, então será necessário um retorno ao sistema sacrificial que Cristo tornou obsoleto, uma vez que o profeta fala de “expiação” (kiper) em Ezequiel 43:13, 27; 45:15, 17, 20. Isto é verdade! Os críticos acreditam que isto é uma contradição blasfema à obra consumada de Cristo, conforme apresentada em Hebreus 10. Hank Hanegraaff diz que eu “exacerbei o problema ao afirmar que sem sacrifícios de animais no Milênio, a santidade de Yahweh seria contaminada. Isso, por razões óbvias, é uma blasfêmia.” Ele diz ainda que tal visão constitui um retorno “aos sacrifícios da Antiga Aliança”. [...]. Pelo menos quatro outros profetas juntaram-se a Ezequiel na afirmação de um sistema sacrificial num Templo milenar (Is 56:7; 66:20-23; Jr 33:18; Zac. 14:16-21; Mal. 3:3-4), que apoia uma compreensão literal e, portanto, futurista de Ezequiel.
SACRIFÍCIOS DA NOVA ALIANÇA
Não acreditamos que a reinstituição dos sacrifícios numa dispensação futura seja um retorno ao sistema mosaico da Antiga Aliança. A Lei Mosaica foi cumprida e descontinuada para sempre por meio de Cristo (Rm 6:14-15; 7:1-6; 1 Co 9:20-21; 2 Co 3:7-11; Gálatas 4:1- 7; 5:18; Ef 2-3; Hb7:12; 8:6-7, 13; 10:1-14). O milênio será um tempo em que a Nova Aliança de Israel se tornará a jurisdição dominante (Dt 29:4; 30:6; É um. 59:20–21; 61:8–9; Jer. 31:31–40; 32:37–40; 50:4–5; Ez 11:19–20; 16:60–63; 34:25–26; 36:24–32; 37:21–28; Zac. 9:11; 12:10–14).
Portanto, não será um momento de voltar ao antigo, mas de avançar para o novo.
“Porque, quando se muda o sacerdócio, necessariamente ocorre também uma mudança da lei” (Hb 7:12). A nova Lei milenar conterá uma mistura de leis do tipo Mosaico com leis não Mosaicas totalmente novas não encontradas no 613, sob a jurisdição da Nova Aliança...
Essa
conclusão acima (“nova aliança de Israel; avançar para o novo; mudança de lei;
nova lei milenar sob a jurisdição da nova aliança...”) não é bíblica! É uma
mistura sem critério de versículos do Antigo e do Novo Testamento por pura
literalidade, mas totalmente inconsistente, a meu ver, no que o Espírito Santo
quis dizer!
Thomas
Ice continua:
Jesus, o Messias, estará fisicamente presente em vez da presença da glória da Shekiná em conjunto com a arca da aliança; uma nova ordem sacerdotal dos filhos de Zadoque (Ez 40:46; 43:19; 48:11) em vez dos levitas...
A
Bíblia diz, contrariando Thomas Ice, que os filhos de Zadoque já eram
sacerdotes levíticos (não teremos nova legislação!): Ezequiel 44:15 Mas
os sacerdotes levíticos, os filhos de Zadoque, que guardaram a
ordenança do meu santuário quando os filhos de Israel se extraviaram de mim,
eles se chegarão a mim, para me servirem, e estarão diante de mim, para me
oferecerem a gordura e o sangue, diz o Senhor DEUS;
2Sm
8.17 E Zadoque, filho de Aitube, e Aimeleque, filho de
Abiatar, eram sacerdotes, e Seraías escrivão.
2Sm
15.24 Eis que também Zadoque ali estava, e com ele todos
os levitas que levavam a arca da aliança de Deus; e puseram ali a
arca de Deus, e subiu Abiatar, até que todo o povo acabou de passar da cidade.
2Sm
15.29 Zadoque, pois, e Abiatar, tornaram a levar para Jerusalém
a arca de Deus; e ficaram ali.
1Cr
29.22 E comeram e beberam naquele dia perante o Senhor, com grande gozo; e a
segunda vez fizeram rei a Salomão filho de Davi, e o ungiram ao Senhor por
líder, e a Zadoque por sacerdote.
Um novo Templo medindo uma milha quadrada (Ez 40:48-41:26) em vez do modelo salomônico muito menor. Randall Price nos diz: A seção anterior relativa ao desenho do altar do holocausto (Ez 43.13-27) introduziu a reinstituição do serviço sacrificial, que continua nos capítulos subsequentes (44-46) com regulamentos para os sacerdotes levíticos...” Ice, Thomas.
Mas
o sacerdócio levítico foi abolido por Cristo! Era imperfeito:
Hebreus
7.11 De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque
sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia mais de que outro
sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado
segundo a ordem de Arão?
E
como se diz: depois da vinda do Senhor, no milênio dispensacionalista, haverá
sacerdócio imperfeito? Ainda mais que a Igreja estaria com corpo glorificado!
Isso, por acaso, faz sentido para o leitor? Para mim não bate com a Bíblia!
Hebreus
7.16-18 ainda diz: Que [JESUS] não foi feito segundo a lei
do mandamento carnal, mas segundo o poder da vida incorruptível. Porque ele
assim testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de
Melquisedeque. Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua
fraqueza e inutilidade...
Cristo
é sacerdote eternamente! Não precisamos de
outro sacerdócio levítico segundo a lei do mandamento carnal num milênio
utópico e hipotético, mas de Jesus, SUMO SACERDOTE eterno, segundo o poder da
vida incorruptível!
Se
é eterno, não há outro.
Hebreus
7.12 Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também
mudança da lei.
Esse
versículo acima, Thomas Ice usou, para falar que o milênio terá outra lei, e
mudança de sacerdócio. Mas é inválido:
Jesus
é sacerdote e sumo sacerdote eternamente, pois a ordem de Melquisedeque é para
a eternidade. Amém!
Thomas
Ice continua com seu raciocínio:
...e os vários sacrifícios a serem realizados. oferecido pela expiação de Israel.
Além disso, afirma-se que as ofertas são “uma oferta pelo pecado” (Ez 43:22, 25; 44:24, 29) e para “fazer expiação” (Ez 43:20; 45:25).... Ice, Thomas.
Hebreus
10:9-14 Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira
o primeiro [testamento], para estabelecer o segundo [testamento].
Na qual vontade temos sido santificados pela oblação [oferta]
do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez. E assim todo o sacerdote aparece
cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que
nunca podem tirar os pecados; Mas este, havendo oferecido para sempre um
único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus, Daqui em
diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus
pés. Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são
santificados.
E
o sacrifício de Cristo é um sacrifício perfeito! Thomas Ice continua:
POR QUE UM TEMPLO E SACRIFÍCIOS?
O propósito de um Templo ao longo das Escrituras tem sido estabelecer um local na terra – que está sob a maldição do pecado – para a presença de Deus que revela através do seu ritual a grande santidade de Deus. O plano de Deus para Israel inclui uma relação com eles através de um Templo porque Ele quer habitar no meio do Seu povo. Atualmente a igreja é o Templo espiritual de Deus feito de pedras vivas (1Co 3:16-17; Ef 2:19-22).
Além
de tudo isso, os dispensacionalistas dizem que: 1. A igreja é o templo
espiritual de Deus [ok...] feito de pedras vivas na dispensação da graça; 2. No
milênio terão outro templo judaico (este com sacrifícios de animais) para Deus
habitar no meio do seu povo... e 3. Na eternidade, não terão mais templo. Não
tem templo na nova aliança, depois tem templo no milênio, depois não tem mais
templo na eternidade... incoerência.
A
verdade é que a igreja, desde a nova aliança até a eternidade é o único templo
de Deus, o Corpo de Cristo: Deus destruiu o antigo templo, para um novo templo,
o Corpo de Jesus, eterno e perfeito para sempre!
João
2:19-21 Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias
o levantarei. Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado
este templo, e tu o levantarás em três dias? Mas ele falava do templo do seu
corpo.
1Co
12.27 Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular.
O milênio fará com que a história volte a um tempo em que Israel será o povo mediador de Deus, mas também continuará a ser um tempo em que o pecado estará presente na terra... Ice, Thomas.
Outra
heresia: Israel será o povo mediador de Deus... O que diz a Escritura? 1Tm 2.5
Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus
Cristo homem.
Defendem
pecado após a vinda de Jesus! 1 Pedro 4:1 Ora, pois, já que Cristo padeceu
por nós na carne, armai-vos também vós com este mesmo pensamento, que aquele
que padeceu na carne já cessou do pecado... Na verdade, Jesus
que padeceu na carne não tem mais contato com o pecado em sua vida, nem mesmo
no milênio: contato com pecado dos ímpios em vida é coisa passada para Cristo
após sua vida terrena. A Escritura não diz em lugar algum que Cristo voltará a
ter contato com o pecado na terra! Pelo contrário!
Além
disso, creio que a Nova Aliança / novo testamento tem relação com a Jerusalém
celestial e não com a Jerusalém atual ou terrena, conforme Gálatas 4.21-26 e Ap
11.8:
Gálatas
4:21-26 Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei?
Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da
livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da
livre, por promessa. O que se entende por alegoria; porque estas são as duas
alianças; uma, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora,
esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora
existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é
livre; a qual é mãe de todos nós.
Apocalipse
11:8 E jazerão os seus corpos mortos na praça da grande cidade que
espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o nosso Senhor também foi
crucificado.
Portanto,
a Jerusalém terrena espiritualmente se chama Sodoma e Egito (termos pejorativos
espiritualmente), e não tem relação com a nova aliança.
Thomas
Ice continua:
Assim, Deus incluirá um novo Templo, um novo sacerdócio, uma nova Lei, etc., neste tempo futuro porque Ele estará presente em Israel e ainda deseja ensinar que é necessária santidade para se aproximar Dele. Ice, Thomas.
Israel
já sabe que é necessária santidade para se aproximar dele (Levítico 20.7: Sede
santos, porque eu sou santo; 1Pedro 1.15,16 repete isso). Deus não tem mais
preferência por povo algum, mas com todo aquele que é da fé: Gálatas 3:28 Nisto
não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque
todos vós sois um em Cristo Jesus; Romanos 9:30-33 cria um raciocínio sobre
os da fé e os da lei: Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a
justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas
Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. Por quê?
Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei; pois
tropeçaram na pedra de tropeço; Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma
pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; E todo aquele que crer nela não
será confundido.
Para
esclarecimento, Israel não é mais povo de Deus no período neotestamentário nos
mesmos moldes do Antigo Testamento, com sacrifícios, templo, sacerdotes, lei
mosaica etc., mas no período do Novo Testamento / nova aliança (que
se inicia com a ressurreição de Cristo e termina na eternidade) Deus considera Israel
como povo escolhido de judeus convertidos em Cristo, e Ele os trata como trata
a Igreja do Senhor, com a mesma Nova Aliança, pois a Igreja Universal, Mística
e Una é composta tanto de judeus como gentios da fé em Cristo, constituída de
pessoas salvas, e nela estão inclusos os salvos do povo de Israel, e Israel não
foi rejeitado por Deus (isso não quer dizer que algum sacrifício futuro de
animais num eventual templo voltará a ter valor diante de Deus – não vai – pois
o de Cristo foi o supremo e último sacrifício diante de Deus, perfeito, cabal e
celestial). Maior esclarecimento na seção 12.17.1 A Salvação de Israel
conforme Romanos 11.
Isto [novo templo no milênio segundo Thomas Ice] contrasta com o fato de que nenhum Templo existirá em eternidade (Ap 21:22) porque Deus e o Cordeiro são o Templo, uma vez que não haverá pecado no céu, portanto não há necessidade de purificação ritual.
Deve ser lembrado que a Bíblia diz que os sacrifícios levíticos do sistema mosaico também “fazem expiação” (por exemplo, Levítico 4:20, 26, 31, 35, etc.). Se estes sacrifícios no passado realmente expiassem os pecados das pessoas, o que, claro, não aconteceu, então seriam igualmente blasfemos à luz do sacrifício perfeito de Cristo. Hb 10:4 diz: “é impossível que o sangue de touros e de bodes tire pecados”.
Além disso, não teria havido necessidade do sacrifício expiatório de Cristo, de uma vez por todas, se esses atos passados tivessem funcionado. Então, o que os sacrifícios passados e futuros realizam se não removem realmente o pecado? Esses sacrifícios proporcionam a limpeza ritual dos sacerdotes, do santuário e dos utensílios. Ice, Thomas.
Então
para que sacrifício, limpeza ritual dos sacerdotes, santuário e utensílios?
Eram sombras e tipos que se cumpriam em Cristo:
Em
70 d.C. (no meio da guerra de 7 anos, depois de 3,5 anos ou [2] tempos,
tempo e metade de um tempo), quando o templo e a cidade de Jerusalém foram
destruídos, quando finalmente acabou o sacrifício de animais pelo massacre
feito pelo anticristo Tito, o 11º chifre de Daniel 7.23-25 cf. Daniel 9.27: o
povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário... e na
metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação), pois Deus não mais
aceitava esse tipo de oferta depois da Cruz, também acabou o testemunho da lei
e dos profetas de Apocalipse 11 (Romanos 3:21 Mas agora se manifestou sem a
lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas),
pois Cristo não precisava mais desse testemunho (Mt 5.17 Cristo cumpriu a lei e
os profetas!), que era também através de sombras de coisas futuras e
celestiais, como era o tabernáculo e o templo (Hebreus 8:5 ...Os quais
servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi
avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo
conforme o modelo que no monte se te mostrou. Hebreus 10:1 PORQUE tendo
a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos
mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os
que a eles se chegam).
De acordo com Thomas Ice, somente o sacrifício de Cristo na cruz realmente remove o pecado da pessoa...
[Correto].
Jerry Hullinger [apud Thomas Ice] fornece uma solução que... lida honestamente com o texto de Ezequiel e de forma alguma menospreza a obra que Cristo realizou na cruz. Este estudo sugere que os sacrifícios de animais durante o milênio servirão principalmente para remover a impureza cerimonial [1] e evitar que a contaminação polua o templo imaginado por Ezequiel. Isto será necessário porque a gloriosa presença de Yahweh habitará mais uma vez na terra no meio de um povo pecador e impuro.
Ezequiel
nos mostra que essa citação de Jerry Hullinger apud Thomas Ice também está
errada, pois os sacrifícios do templo em Ezequiel 45:17 são sim para expiação
do pecado e não só para purificação cerimonial! “E estarão a cargo do
príncipe os holocaustos, e as ofertas de alimentos, e as libações, nas festas,
e nas luas novas, e nos sábados, em todas as solenidades da casa de Israel. Ele
preparará a oferta pelo pecado, e a oferta de alimentos, e o holocausto, e os
sacrifícios pacíficos, para fazer expiação pela casa de Israel.”
Segundo Mike Blume (2023),
contrariando Jerry Hullinger apud Thomas Ice (que disseram acima que os
sacrifícios durante o milênio serviriam também para remover a impureza
cerimonial), a morte de Cristo também purificou para sempre o que estava
cerimonialmente impuro, purificando nossa consciência e o lugar santo do
Paraíso: “Fazer
um local numa construção ritualmente limpo é mencionado em Hebreus 9 como tendo
sido realizado por Cristo em termos simples. E o sangue de Cristo
fez mais do que expiar nossos pecados. Também purificou o lugar santo do
Paraíso. Não de um modo que o Paraíso estava sujo, claro, mas foi
cerimonialmente limpo uma vez que a nossa participação espiritualmente
ocorreria neste reino e domínio espiritual. Disso fala Hebreus 9:
Hebreus 9:11-14 Quando
Cristo veio como sumo sacerdote dos benefícios agora presentes, ele adentrou o
maior e mais perfeito tabernáculo, não feito pelo homem, isto é, não
pertencente a esta criação [Cristo entrou no tabernáculo do céu].
Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele
entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, e obteve eterna redenção [obteve
eterna redenção no Santo dos Santos do céu]. Ora, [continuação do
trecho anterior, ligando a redenção no Santo dos Santos Celeste com a limpeza
cerimonial] se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha
espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam de
forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais, então, o sangue de
Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus,
purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que sirvamos
ao Deus vivo [quanto mais o sangue de Cristo, perfeitamente, e uma única
vez, por toda a eternidade (incluindo eventual milênio), já realizou a
santificação de nossa consciência de atos que levam à morte, obtendo, no Santo
dos Santos no Céu, eterna redenção?]! Assim é blasfemo dizer que no
milênio precisaríamos de outros sacrifícios para a impureza cerimonial de
qualquer forma. Essa parte da lei mosaica foi cumprida e abolida por Cristo.
Os
dispensacionalistas dizem que haverá pecado na terra após a vinda de Jesus!
Apocalipse 19 não descreve a Segunda Vinda de Cristo, pois Cristo voltará como
ascendeu, e Ele não ascendeu com um cavalo! Cavalo é sinal de guerra – guerra
contra o Império Romano – o qual Ele venceu. Cristo voltará em Apocalipse 20.9-11,
com fogo do céu cf. 2Ts 1.8. Depois de sua vinda segue-se o juízo final e
eternidade.
Por causa da promessa de Deus de habitar na terra durante o milênio (conforme declarado na Nova Aliança), é necessário que Ele proteja a Sua presença através do sacrifício... Jerry Hullinger apud Thomas Ice.
O
que nos limpa é o SANGUE DE JESUS, e não sacrifício! Proteger a presença de
Deus através de sacrifício – que doutrina espúria é essa?
Deve ainda acrescentar-se que este sistema sacrificial será temporário, na medida em que o milênio (com a sua população parcial de humanidade não glorificada) durará apenas mil anos. Jerry Hullinger apud Thomas Ice.
Esse
sistema sacrificial temporário do milênio será novamente de sacrifícios
carnais, fracos e inúteis diante do de Jesus:
Hebreus
7:15-19 E muito mais manifesto é ainda, se à semelhança de Melquisedeque se
levantar outro sacerdote, que não foi feito segundo a lei do mandamento
carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível. Porque ele assim
testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque. Porque
o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade
(Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor
esperança, pela qual chegamos a Deus.
Thomas
Ice continua:
UM MEMORIAL
Muitos que fazem uma interpretação literal destes sacrifícios também acreditam que eles servirão como um memorial à obra expiatória de uma vez por todas de Cristo. No entanto, os críticos acreditam que esta seja uma conclusão errada. O apoio para um futuro aspecto memorial pode ser visto no fato de que a nossa observação atual da Ceia do Senhor inclui este aspecto (1 Co 11:23-26). Sob o sistema Mosaico — que olhava para o futuro — muitas vezes vários sacrifícios do Templo eram especificamente chamados de “memoriais” (Êx 30:16; Lv 2:2, 9; 5:12; 6:15; 24:7; Nm 5:15, 18, 26). Ice, Thomas.
MAS
A ESCRITURA DIZ que o memorial perpétuo é a ceia das bodas do cordeiro, a santa
ceia na glória:
Mateus
26:26-29 E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o partiu, e o
deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o
cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; Porque isto é o meu
sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão
dos pecados. E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até
aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai.
Comeremos
e beberemos com Jesus nas bodas do cordeiro no céu, na eternidade, após sua
vinda, bodas que não durarão obviamente 7 anos, mas uma eternidade de
comemoração!
Apocalipse
19:9 E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia
das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.
Thomas
Ice continua falando coisas que não estão na Escritura sobre o memorial no
milênio, contrapondo a plenitude da ceia do Senhor, que durará até a
eternidade:
Tal terminologia poderia, de fato, ser a base para a nossa compreensão atual da era da igreja sobre a lembrança da morte do Senhor, adotada por Paulo. O aspecto memorial mosaico apoia claramente a visão dos futuros sacrifícios do Templo desta forma, à medida que os crentes milenares olham para trás, para a provisão sacrificial de Cristo.
CONCLUSÃO [do artigo de Thomas Ice]
A presença e o propósito dos sacrifícios milenares não diminuem a obra consumada de Cristo,
Diminuem
sim.
nem violam a interpretação literal destas passagens proféticas. Ice, Thomas.
É
um engano interpretar essas profecias, símbolos e tipos do AT literalmente.
Por
exemplo, neste desenvolvimento deste estudo, podemos indagar sobre o que a
Escritura diz sobre o templo celeste, ou tabernáculo celeste (incluindo nisto o
templo celeste que os dispensacionalistas acham que será no milênio),
profetizado no AT pelos profetas e confirmado em Hebreus 8 e 9. Literal ou
figurado?
Vejamos
alguns versículos de Hebreus 8 e 9 comentados:
Hebreus
8 (ACF 2007)
1 Ora,
a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado
nos céus à destra do trono da majestade,
2
Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e
não o homem.
Cristo
é ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo celeste, que é o Seu Corpo
Glorificado cf. João 2.19ss (Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai este
templo, e em três dias o levantarei. Disseram, pois, os judeus: Em
quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três
dias? Mas ele falava do templo do seu corpo). Fausset, A. R. (comentarista
bíblico de Hebreus) In: Jamieson, Fausset e Brown (1866) diz:
Tabernáculo: Seu corpo. Através de
Seu corpo glorificado como o tabernáculo, Cristo passa para o “Santo dos
Santos” celestial, [que é] a presença imaterial imediata de Deus, onde
Ele intercede por nós. Esse tabernáculo em que Deus habita é onde Deus em
Cristo nos encontra, que somos “membros do Seu corpo, da Sua carne e dos Seus
ossos”. Esse tabernáculo [Corpo místico de Cristo, a Igreja santa, colchetes
meus, Roberto] corresponde à Jerusalém celestial, onde a presença visível
de Deus será manifestada a Seus santos aperfeiçoados e aos anjos, que estão
unidos a Cristo, a Cabeça; em contraste com Sua presença pessoal invisível no
Santo dos Santos, inacessível exceto a Cristo. João 1:14, “O Verbo… habitou
entre nós”, grego, “tabernaculou”.
Ao
tabernáculo celeste temos acesso pelo Sangue de Jesus, que nos faz fazer parte
do tabernáculo/templo/Jerusalém celestial/Corpo de Cristo/Igreja. Mas o Santo
dos Santos do Tabernáculo Celeste é o lugar em que Deus habita, o Trono de
Deus, a Mente de Deus, inacessível senão a Cristo e ao Espírito Santo.
Hebreus
9 (ACF 2007)
11 Mas,
vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito
tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação,
12 Nem
por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no
santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.
Cristo
entrou no Santo dos Santos do Céu - na Presença Pessoal de Deus, inacessível,
nos comprou com Seu Sangue e nos resgatou.
22 E
quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem
derramamento de sangue não há remissão.
23 De
sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim
se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do
que estes.
Comentário de A. R. Fausset (1866): O
pecado do homem introduziu um elemento de desordem nas relações de Deus e Seus
santos anjos em relação ao homem. A purificação remove este elemento de
desordem e muda a ira de Deus contra o homem no céu (projetado para ser o lugar
de Deus revelando Sua graça aos homens e anjos) em um sorriso de reconciliação
[pelo Sangue de Jesus, colchetes meus]. Compare “paz no céu”
(Lucas 19.38). “O céu incriado de Deus, embora em si uma luz
imperturbável, ainda precisava de uma purificação [reconciliação Deus-homem
em Cristo], na medida em que a luz do amor foi obscurecida pelo fogo da ira
contra o homem pecador” [Delitzsch in Alford]. Contraste Apocalipse
12:7-10. A expiação de Cristo teve o efeito também de expulsar Satanás do céu
(Lucas 10.18; Jo 12.31; compare com Hb 2.14). O corpo de Cristo, o verdadeiro
tabernáculo (ver Hebreus 8.2, Hb 9.11), como tendo o nosso pecado imputado (2Co
5.21), foi consagrado (Jo 17.17, 17.19) e purificado pelo derramamento de
Seu sangue para ser o ponto de encontro entre Deus e o homem.
24 Porque
Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no
mesmo céu [A.R. Fausset (1866): a presença imediata do Deus
invisível além de todos os céus criados, através dos quais Jesus passou],
para agora comparecer por nós perante a face de Deus;
Falamos
de Hebreus (que fala do tabernáculo ou santuário celeste). E como interpretar
Ezequiel (que também fala do templo celeste, isto é, a mesma coisa do que
Hebreus, ainda que os dispensacionalistas dizem que é do milênio deles)? Mike
Blume (2023) explica-nos o que significa o templo de Ezequiel:
Ezequiel 47 fala sobre um rio fluindo do templo, onde existem árvores em ambos os lados do rio cujas folhas curam e os frutos servem como alimento. Apocalipse 22 mostra exatamente o mesmo rio com as mesmas árvores em ambos os lados do rio, cujas folhas dão cura e os frutos servem como alimento. Mas o rio flui do trono de Deus e do Cordeiro na revelação de Apocalipse, e não de um templo como em Ezequiel. Por que a discrepância? Será porque o rio e as árvores do templo de Ezequiel são um conjunto de árvores e rio totalmente diferente do de João em Apocalipse 22? Não. A BÍBLIA DÁ A RESPOSTA!
Apocalipse 21:22 E não vi nela templo algum; porque o Senhor Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro são o seu templo.
A razão pela qual Ezequiel viu um templo saindo do rio e João viu um trono de Deus e o cordeiro saindo do rio é porque DEUS E O CORDEIRO são o templo! Foi mostrada a Ezequiel a sua imagem do templo porque os profetas não sabiam que o sacrifício de Jesus, representado pelo Cordeiro a que João Batista se referiu como Cristo, cumpriria todos os seus tipos simbólicos e sombras que tratavam do pecado. Eles sabiam que um Messias viria, mas não sabiam os detalhes de como Cristo realmente realizaria a expiação. Isso nos mostra a mesma razão pela qual foi mostrado a Ezequiel um templo, sacerdotes e ofertas pelo pecado. Mike Blume (2023).
Portanto,
em primeiro lugar, o templo de Ezequiel e de Hebreus é o mesmo. Em segundo
lugar, não é físico conforme Ap 21.22. Como dito no céu (e num eventual milênio
premilenista) não há nem haverá tabernáculo ou templo físico, pois Deus e o
Cordeiro, Eles mesmos são o templo. É figurado, é bem mais profundo o
significado – não fique só na superfície na teologia!
Voltando
com o artigo de Thomas Ice (conclusão do seu artigo):
Nada em Ez 40-48 entra em conflito com a morte de Cristo...
Realmente
entra sim se interpretados literalmente, pois só o sangue de Jesus pode nos
limpar e purificar, e não os sacrifícios judaicos.
ou com os ensinamentos do Novo Testamento em qualquer ponto. Ice, Thomas.
Hebreus
7-10.
As supostas contradições entre uma compreensão literal de Ezequiel e a doutrina do Novo Testamento evaporam quando examinadas especificamente e harmonizadas.
Embora haja sacrifícios milenares, o foco de toda adoração permanecerá na pessoa e na obra do Salvador. O Templo milenar e o seu ritual servirão como um lembrete diário da necessidade do homem caído perante um Deus Santo e lições sobre como este mesmo Deus trabalha amorosamente para remover o obstáculo do pecado humano para aqueles que confiam Nele. Maranata!” Ice, Thomas.
Mike Blume (2023) termina dizendo que o
único jeito que as palavras de Ezequiel e o Novo Testamento ficam em harmonia [incluindo
Hebreus 8 e 9, colchetes meus] é se as palavras de Ezequiel sejam entendidas
como visões simbólicas que espiritualmente representam todas as facetas do qual
o sacrifício de Cristo na cruz realizou [incluindo a parte cerimonial].
Enfim,
se interpretarmos toda a profecia literalmente entramos em contradição, pois
algumas não são literais...
Meu
desejo é que o dispensacionalista, ao ler esse estudo e a escatologia, possa em
NOME DE JESUS entender melhor a Palavra de Deus, e crescer um pouco mais na
graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
Dispensacionalismo
é mais uma heresia complicada, isso sim: Para que, como diz Thomas Ice, nova
aliança, novos sacrifícios (carnais de animais cf. Hebreus 7.16-19), nova lei,
nova linha sacerdotal, nova purificação, novo templo no milênio se temos um sumo
sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais
sublime do que os céus; Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de
oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e
depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo.
Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do
juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre (Hebreus
7.26-28)?
Atos
17.11 Ora, estes [de Bereia] foram mais nobres do que
os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra,
examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.
Compare a teoria dispensacionalista com a Bíblia: Não passa
no teste. Rejeitada:
Hebreus 7.17 Tu [JESUS] és sacerdote
ETERNAMENTE, segundo a ordem de Melquisedeque. Amém.
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