Fonte das tabelas aumentadas 6/5/14
12.7 As Setenta
Semanas de Daniel, e os Sete Anos da Aliança do Anticristo
Vamos analisar as setenta semanas de Daniel 9,
reveladas pelo anjo Gabriel em visão. É necessário conhecer um pouco de história do primeiro
século, da época de Jesus, sobre o qual falam os versículos que contém a menção
das setenta semanas de Daniel. Passaram-se quase 2000 anos desde a época da
qual a visão de Daniel 9 fala, que é a época de Jesus, e muito ficou esquecido
pelos cristãos do Século XXI.
Daniel
9:24-27 fala sobre setenta semanas (sendo cada uma de sete anos judaicos),
um período importante para os judeus, povo de Deus da época, para acabar com os
pecados deles, e trazer o messias, o Cristo. Esse mesmo trecho fala que depois
da morte do messias viria um príncipe maligno e que destruiria Jerusalém.
Daniel 9:24,25,26a Setenta
semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para
cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade,
e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o
Santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para
edificar a Jerusalém [1], até ao Messias, o Príncipe,
haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas [2]; as ruas e o muro [1] se
reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas
será cortado o Messias [3]...
Existem
três variantes sobre qual data marca o início das 70 semanas: o decreto de Ciro
em 538 a.C., o de Artaxerxes I em Esdras 7 em 457 a.C. e o de Artaxerxes I para
Neemias em 444 a.C. Para resolver isso basta ver que Daniel cita “as ruas e o
muro se reedificarão”: vendo Neemias 2 (o último dos decretos acima, um
complementando o outro), pode-se ver que o decreto para Jerusalém com as ruas e
o muro [1] serem edificados é com Neemias 2.1-8,13 com o rei Artaxerxes I (o muro
estava destruído até a época de Neemias).
Então, o anjo profetiza sobre sessenta e nove
semanas (sete mais sessenta e duas, 483 anos judaicos [2]) desde a ordem para edificar
Jerusalém [1], que cf. Neemias 2.1-8 foi em 5 de março de 444 a.C. (1º dia do
mês de Nissan, ou Abibe nas nossas bíblias) quando o rei Artaxerxes da Pérsia
permitiu e decretou que os judeus reconstruíssem a cidade de Jerusalém, as ruas
e o muro até o distante período da morte de Cristo [3]. Sessenta e nove semanas
judaicas (69x7) são 483 anos judaicos, pois cada semana judaica vale 7 anos.
Mas, como o calendário judaico é lunar (30 dias/mês e 360 dias/ano) e diferente
da nossa contagem que é baseado no calendário solar (aprox. 365.2422
dias/ano – 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos), temos:
Calendário judaico (lunar) – um ano tem 360 dias
(ano lunar) à 69 semanas judaicas são 483 anos
x 360 dias/ano = 173.880 dias;
Nosso calendário (solar) – um ano tem aproximadamente
365,2422 dias
Portanto, 173.880 dias da profecia de Daniel (483
anos judaicos/lunares) dividido por 365,242199 dias/ano solar totaliza 476,06766
anos atuais, que é igual a 476 anos e 24,7 dias.
Assim, a partir do início da primeira semana de Daniel, em 5 de
março de 444 a.C. (ordem do rei Artaxerxes para Neemias), mais 476 anos temos
cinco de março do ano 33 d.C. Contando os dias agora: 5 de março de 33 d.C.
mais 25 dias temos 30 de março do ano 33 d.C. para o Messias aparecer
publicamente e ser reconhecido, e foi exatamente nesse dia que Jesus iniciou
sua entrada triunfal em Jerusalém (Mateus 21:1-17; Marcos
11:1-11; Lucas 19:29-40; João 12:12-19), e era a segunda-feira anterior à
Páscoa (João 12.1,12).
Amém.
Agora falaremos acerca da última semana de Daniel,
a semana número setenta.
Daniel 9.26b “e o povo do príncipe
[1], que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu
fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as
assolações.
27 E ele firmará aliança com
muitos por uma semana [2]; e na metade da semana fará
cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o
assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado
sobre o assolador.”
Esses versos falam de um anticristo que viria
depois que o Messias (Cristo) morresse. Essa última semana [2], verso 27, do
príncipe romano / anticristo [1], cremos que está separada da semana sessenta e
nove. Favor ler a seção até o final para entender. Por quê? Veja “e o povo do
príncipe, que há de vir...”: Por que o anjo falou “que há de vir?”, não é já
óbvio que a profecia é para muitos anos no futuro? Portanto, o anjo quis dizer
que, depois do fim da semana número 69 (33 d.C. com a conta que fizemos em Daniel),
levaria algum tempo mais até o cumprimento do início da semana número 70 de
Daniel, a saber, que se cumpriu em 66 d.C. (aprox. 40 anos – uma geração depois
do início do ministério de Cristo).
Se tomarmos como base que, de fato, Cristo morreu
em 3 de abril de 33 d.C., como foi provado por várias fontes (inclusive não cristãs, mas que não cabe colocar aqui,
pelo espaço ser reduzido), e dias antes de morrer falou que
o templo ou santuário [3] seria derrubado em até uma geração (até 40 anos
segundo a Bíblia) em Mateus 24.2,34, temos: 33 d.C. + 37 anos = 70 d.C. para a
destruição do templo (e 33 d.C. + 40 anos = 73 d.C. para o fim da última semana
de Daniel). Portanto, o anticristo fez uma aliança de uma semana com muitos
entre 66 d.C. e 73 d.C., e na metade da semana (70 d.C.), nos 3 anos e meio
(1260 dias ou 42 meses), destruiu o templo judaico! As profecias de Cristo e de
Daniel se encaixam e se cumpriram em sua totalidade.
Daniel 9.26b “e o povo do príncipe
[Romano, anticristo], que há de vir, destruirá a
cidade e o santuário [3], e o seu fim será com uma
inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.27 E
ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará
cessar o sacrifício [4] e a oblação [5]; e sobre a asa
das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está
determinado será derramado sobre o assolador.”
O
verso 26 e 27, na realidade, falam de um príncipe que havia de vir depois que o
Messias fosse cortado. Esse é um anticristo que destruiria a cidade de
Jerusalém, e o santuário, que é o templo judaico. Ele faria aliança com muitos
por sete anos (uma semana), e na metade da semana (3 anos e meio), acabaria com
o sacrifício [4] de animais por oblação do pecado (oblação [5] é ato de fazer
uma oferta a Deus) da parte dos judeus.
Para
quem não sabe, isso – essa última semana de Daniel (7 anos) – se cumpriu na
Primeira Guerra Judaico-Romana de sete anos (66 d.C. – 73 d.C.), na qual o
templo judaico foi destruído em 70 d.C., ou seja, na metade da semana (“3 anos
e meio depois de 66 d.C., ou 1260 dias, 42 meses ou tempo (1 ano), tempos (2
anos) e metade de um tempo (meio ano): 3,5 anos” de Apocalipse e Daniel),
cumprindo-se assim exatamente a profecia do Senhor.
Ver a fonte “History of Information”
(2024): (Primeira Guerra Judaico-Romana) The First Jewish-Roman War Ends with
the Destruction of the Second Temple, 66 – 73 d.C.). Disponível em:
https://historyofinformation.com/detail.php?id=12. Acesso em: mar. 2024.
Alguns
dizem que o príncipe que havia de vir era Cristo. Porém, pode-se ver que o povo
do príncipe destruiria a cidade e o santuário (v. 26). A história mostra que
não foi Israel (povo de Cristo) que destruiu Jerusalém com seu próprio
santuário, mas foi o Império Romano (o príncipe Tito) que destruiu o templo e o
santuário judaico em 70 d.C.
Daniel
12:11,12 E desde o tempo em que o sacrifício contínuo for tirado [1],
e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias.
Bem-aventurado o que espera [2] e chega até mil trezentos
e trinta e cinco dias.
Como uma semana judaica é de sete anos, e falamos dos primeiros 3,5 anos (que são também 1260 dias ou 42 meses de Daniel e Apocalipse em diversos lugares da Bíblia), vamos falar dos últimos 3,5 anos, apenas citados nesse capítulo: Daniel 12.11,12, que diz que depois que o templo fosse destruído (sem mais sacrifício contínuo de animais [1]), ou seja, depois de 70 d.C., haveria mais 1290 dias de guerra, de desolação (1290 dias são 43 meses, aproximadamente 3 anos e meio também). 70 d.C. mais 1290 dias totaliza o fim da semana de Daniel 9, 73 d.C., 40 anos após a morte de Cristo. Bem-aventurado o que espera [2] a guerra acabar, sobrevive e chega até 1335 dias (44 meses e meio), quando puderam estar em segurança.
Eis uma tabela explicativa:
Conclusão: A profecia de Deus enviada a Daniel se cumpriu integralmente. Deus é FIEL. Glória a Deus. Portanto, quando Deus te promete algo, saiba que Ele é fiel e cumprirá a Sua promessa!
Link pdf atualizado: https://www.mediafire.com/file/goflv7bfghu1lfm/Teologia_Sistem%25C3%25A1tica_Interdenominacional_-_Roberto_F._Rossi_-_700p_2%25C2%25AA_ed._2024_clubedeautores.pdf/file
Link epub atualizado:
Livro de escatologia retirado também. Não estou com tempo para fazer o update (nem do comentário de Romanos). É igual à Teologia Sistemática, podem consultá-la.
Daniel profetizou diversas vezes que depois dos acontecimentos de 70 d.C.
(depois do chifre pequeno - Tito, que destruiu Jerusalém), onde legalmente o
Reino de Cristo já havia substituído o império romano (cujo fim estava
decretado em Ap. 19), os santos possuíram o reino eterno, reinando para sempre
com Cristo no Céu após a morte: Dn 7.21ss Eu olhava, e eis que este chifre
[Tito] fazia guerra contra os santos, e prevaleceu contra eles. 22 Até que
veio o ancião de dias, e fez justiça aos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o
reino. Também Daniel 7.25ss: E [Tito] proferirá palavras contra o
Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a
lei; e eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de
um tempo. 26 Mas o juízo será estabelecido, e eles tirarão o seu domínio, para
o destruir e para o desfazer até ao fim. 27 E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos
debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino
eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário