terça-feira, 7 de maio de 2024

Juízo final vs Tribunal de Cristo segundo a Escatologia que defendo e vejo na Escritura

PDF e epub atualizados 8/5/24 23h20 (inserida seção 12.22.2, corrigida). Link post anterior

Corrigido: primeiro parágrafo e quase último parágrafo:

Eis que a Escritura é clara em dizer que no último dia, após a vinda do Senhor, ocorrerá o julgamento final para todos. A Escritura é clara em mostrar também que o julgamento de Mateus 25 e de Apocalipse 20 são os mesmos, o mesmo juízo final cf. muitos reformados escreveram. A Escritura é clara também falando que nós, os crentes, haveremos de julgar também os ímpios e os anjos neste último dia. No julgamento final, quem não foi salvo em vida (não tiver o nome escrito no livro da vida) será condenado, e segundo suas obras receberá o galardão de injustiça. No julgamento final (último dia), quem foi salvo em vida por Jesus (tiver o nome escrito no livro da vida) não será condenado, pois já foi constantemente julgado em vida pelo Senhor (1Co 11.31-32 Mas, quando somos julgados [em vida], somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo; 1Pe 4.17 Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus [em vida]; e, se primeiro começa por nós...), mas julgará os ímpios e os anjos (ou demônios).

... 

Acerca do julgamento final (último dia) de Ap 20.11ss e Mateus 25.31-46, todos os mortos serão julgados. Mas mortos geralmente significa ímpios, pois os santos geralmente são descritos como que “dormem”, ou “almas” (Ap 20.4). A Bíblia diz muitas vezes que os mortos serão julgados, fala também que nós já somos julgados em vida, mas fala muito pouco que nós crentes seremos julgados (exceto quando conectado com a expressão “tribunal de Cristo” de Paulo). De fato, a Bíblia fala pouquíssimos versículos que os crentes serão verdadeiramente julgados individualmente no juízo final do último dia. É por tudo isso que para mim faz sentido que na morte, no tribunal de Cristo (ou julgamento semelhante) seremos julgados e galardoados em certa medida (pois nossas almas sem corpo reinarão cf. Ap 20.4); e no juízo final de Mateus 25 e Apocalipse 20 não seremos nós os julgados, mas julgaremos aos ímpios e aos anjos pela Palavra de Jesus, tanto é que anteriormente havíamos recebido, no Céu, ao nos assentarmos sobre tronos, autoridade para julgar (Ap 20.4).

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12.22.2 Aprofundando o Julgamento Final: O Tribunal de Cristo é Distinto do Julgamento do Último Dia de Mateus 25 e de Apocalipse 20?

Eis que a Escritura é clara em dizer que no último dia, após a vinda do Senhor, ocorrerá o julgamento final para todos. A Escritura é clara em mostrar também que o julgamento de Mateus 25 e de Apocalipse 20 são os mesmos, o mesmo juízo final cf. muitos reformados escreveram. A Escritura é clara também falando que nós, os crentes, haveremos de julgar também os ímpios e os anjos neste último dia. No julgamento final, quem não foi salvo em vida (não tiver o nome escrito no livro da vida) será condenado, e segundo suas obras receberá o galardão de injustiça. No julgamento final (último dia), quem foi salvo em vida por Jesus (tiver o nome escrito no livro da vida) não será condenado, pois já foi constantemente julgado em vida pelo Senhor (1Co 11.31-32 Mas, quando somos julgados [em vida], somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo; 1Pe 4.17 Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus [em vida]; e, se primeiro começa por nós...), mas julgará os ímpios e os anjos (ou demônios).

Todavia, a Escritura é clara e fala que num julgamento celeste (vamos ver se é distinto ou não do de Mateus 25 e Apocalipse 20), nossas obras serão pesadas na balança, e podemos ser repreendidos ou não pelo Senhor Jesus, e pelas obras nosso galardão será dado, e nossas obras serão provadas pelo fogo para ver se permanecem (isso deve se iniciar em vida, pelo fogo da provação): ou receber o inteiro galardão (conforme disse João, pois foi fiel no muito e no pouco, construiu sua vida com boas obras de justiça, e edificou sobre o fundamento que é Cristo com “pedras preciosas, ouro e prata”, materiais que permanecem em pé depois de passar no fogo cf. 1Co 3), ou parcial (parcialmente ouro/pedras preciosas e prata e parcialmente madeira/feno/palha), ou nenhum (obras queimadas pelo fogo, ou seja, construiu com madeira/feno e palha). Todavia, todos esses irão à bem-aventurança celeste, em alegria sem igual.

Os dispensacionalistas estão claramente errados em tratar o julgamento de Mateus 25 diferente do de Apocalipse 20 e diferente do Tribunal de Cristo, totalizando três. Os reformados creem num único julgamento final, mas o problema de se considerar um único julgamento final é que os crentes tanto serão julgados pelo Senhor como julgarão os outros no mesmo julgamento, o que me parece logicamente incoerente. Para mim e para a minha teologia está claro que o julgamento de Apocalipse 20 é o mesmo de Mateus 25, porém há algum tempo comecei a discordar que o Tribunal de Cristo também é o mesmo do julgamento final que virá com a vinda do Senhor!

Pois, então, creio como amilenista (que, como tenho certeza, o milênio é a época da Igreja e que a Igreja/santos conforme Daniel e Apocalipse reina com Cristo no céu após a morte) que nas nossas mortes seremos julgados pessoalmente pelo Senhor e reinaremos com ele (implícito aqui em reinar é receber parte do galardão celeste, ainda que o corpo glorificado virá só no último dia). Recebendo parte do galardão celeste, certamente há algum julgamento antes, como o Tribunal de Cristo (ou algo similar ao do dispensacionalismo, só que na nossa morte). O que me parece é que na morte (vinda do Senhor na nossa vida) cada um de nós enfrentará um julgamento individual com o Senhor (Tribunal de Cristo, para reinar com Cristo), e no último dia (Segunda Vinda de Cristo), um julgamento universal (ficaremos à direita do Senhor com corpos glorificados, ovelhas cf. Mateus 25, e os ímpios à esquerda).

Acerca do Tribunal de Cristo (cf. Romanos 14.10 Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo. 11 Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, e toda a língua confessará a Deus. 12 De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. 13 Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão) realmente me parece que os dispensacionalistas estão corretos em falar que esse julgamento é para cristãos salvos. Mas se estudarmos melhor isso, vendo a afirmação “todo o joelho se dobrará a mim e toda a língua confessará a Deus”, e em 2Co 5 “no Tribunal de Cristo, receber bem ou mal pelo que tiver feito com o corpo...”: sobre a primeira afirmação, o crente já ora e confessa a Jesus, então essa frase é para ímpios (e não para crentes) que não se dobram ao Senhor nem o confessam (pois então, no último dia, todo o joelho se dobrará e toda a língua confessará a Deus) – o que parece indicar nisso que o tribunal de Cristo é também o juízo final do último dia, pois o Espírito Santo não ditou as palavras na mente das pessoas, mas Paulo apenas fala tribunal como sinônimo de julgamento de Cristo. Sobre a segunda afirmação (receber bem ou mal pelo que tiver feito com o corpo), ainda que alguém perca galardão do Senhor, não receberá mal real algum do Senhor – receber mal do Senhor é ser condenado eternamente no último dia e ainda receber galardão da injustiça (níveis de condenação e de açoites/castigo como está em Lucas)! E receber bem do Senhor é ser elogiado publicamente “Vinde benditos de Meu Pai...!” e receber galardão de honra: Isso é mais um sinal de que o tribunal de Cristo pode ser também o juízo final de Mateus e de Apocalipse.

A favor do tribunal de Cristo ser separado do juízo final, temos que não me parece lógico que num mesmo julgamento seremos julgados pelo Senhor, e também julgaremos os outros. Podem ser julgamentos separados. O Tribunal de Cristo, também, é relacionado em sua maior descrição em 2Coríntios e Romanos para os crentes, com descrições do nosso julgamento, e não dos ímpios (dos outros). Assim, frisando, outra evidência de que o tribunal de Cristo não é o mesmo juízo no último dia é que Paulo enfatiza muitas vezes que nós seremos julgados, haveremos de dar conta a Deus, portanto, não julguemos nem sejamos por tropeço aos irmãos etc. (além de que escreveu Romanos e Coríntios para o público cristão, e não para os ímpios).

 

Para embasar mais nosso raciocínio, vamos a outros versículos: devemos notar que Apocalipse 11, 13 e 14 falam do mesmo período de tempo: historicamente ocorreu o evento de 70 d.C. (destruição do templo), mas as taças do Império Romano só ocorreriam no futuro (em Apocalipse 15). Nesse ano, 70 d.C. a Escritura diz que ocorreu eventos no céu:

Ap. 11.17b-18 Dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder, e reinaste. E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra.

Ap 14.13 E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem.

Esses trechos ocorreram no mesmo período: Depois de 70 d.C. (final da última semana de Daniel e término de atuação do príncipe/chifre pequeno que destruiu Jerusalém), o reino de Cristo ficou mundial e os santos começaram a reinar - tudo isso conforme Daniel 7.21-22, 26-27, Apocalipse 20.4. E este é o início dos mil anos figurados de Apocalipse 20, a época da Igreja. Voltando aos trechos acima (Ap 11 e 14), temos que iniciou-se no céu, a partir de 70 d.C., um evento, em que Cristo reina sobre tudo e todos no trono do Pai (cujo reino chegou a toda Terra), e os santos com Ele, e receberam galardão, por isso, bem-aventurados os mortos que desde agora morrem com o Senhor, e suas obras os seguem significa que já são julgados pelo Senhor na morte pelas obras, julgamento para dar o galardão, que está ligado com o reinar com Cristo por mil anos e depois por toda a eternidade.

Portanto, ainda que alguns trechos pareçam não estar 100% alinhados (pois a Escritura não detalha isto), considero que o Tribunal de Cristo (ainda que tenha elementos semelhantes ao julgamento final de Mateus 25 e Apocalipse 20, que todo joelho se dobrará) ocorre na morte do crente, na presença de Cristo, onde nós seremos julgados pelas obras e recebemos galardão (e o sinônimo de receber galardão é reinar eternamente com Cristo sobre tudo (e por que não sobre a Terra?), pois somos herdeiros de Deus Pai e coerdeiros com Cristo). Base bíblica:

Daniel 7.21 Eu olhava, e eis que este chifre [príncipe e general Tito, filho do Imperador Vespasiano, que destruiu Jerusalém em 70 d.C.] fazia guerra contra os santos, e prevaleceu contra eles. 22 Até que veio o ancião de dias, e fez justiça aos santos do Altíssimo; e chegou o tempo [depois de 70 d.C.] em que os santos possuíram o reino.

Daniel 7.25 E [Tito, anticristo] proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo. 26 Mas o juízo será estabelecido, e eles tirarão o seu domínio, para o destruir e para o desfazer até ao fim. 27 E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão.

Apocalipse 20.4 E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; ...e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos [depois da morte]. 5 Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.

Ap 22.5 E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre [no novo céu e nova terra].

Esta é a base bíblica para o Tribunal de Cristo ser diferenciado do julgamento do grande trono branco (que é o mesmo do julgamento das nações), e ele ocorrerá, segundo este raciocínio, na morte do cristão, onde haverá de dar conta de si mesmo a Deus, e receberá o galardão devido segundo as suas obras de justiça feitas na Terra pelo Espírito Santo depois de salvo, reinando eternamente com Cristo no céu, e depois no novo céu e nova terra.

Concluímos que Paulo quis dizer que o tribunal de Cristo, que usa alguns mesmos elementos do julgamento do último dia de Mateus 25 ou Apocalipse 20 (ex. Cristo será o juiz; será no Céu etc.) é diferenciado, pois os julgados são os salvos, e não os ímpios. Não está, claro, em jogo a salvação de ninguém no tribunal de Cristo, mas o galardão.

Acerca do julgamento final (último dia) de Ap 20.11ss e Mateus 25.31-46, todos os mortos serão julgados. Mas mortos geralmente significa ímpios, pois os santos geralmente são descritos como que “dormem”, ou “almas” (Ap 20.4). A Bíblia diz muitas vezes que os mortos serão julgados, fala também que nós já somos julgados em vida, mas fala muito pouco que nós crentes seremos julgados (exceto quando conectado com a expressão “tribunal de Cristo” de Paulo). De fato, a Bíblia fala pouquíssimos versículos que os crentes serão verdadeiramente julgados individualmente no juízo final do último dia. É por tudo isso que para mim faz sentido que na morte, no tribunal de Cristo (ou julgamento semelhante) seremos julgados e galardoados em certa medida (pois nossas almas sem corpo reinarão cf. Ap 20.4); e no juízo final de Mateus 25 e Apocalipse 20 não seremos nós os julgados, mas julgaremos aos ímpios e aos anjos pela Palavra de Jesus, tanto é que anteriormente havíamos recebido, no Céu, ao nos assentarmos sobre tronos, autoridade para julgar (Ap 20.4).

Verso para meditação:

2Pedro 3.14 Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz.

Amém.

Se alguém me perguntar uma resposta rápida, eu não entro nesses detalhes acima (que só os teólogos se interessam), mas junto tudo e falo o básico, o tradicional, o que é mais importante do que os detalhes, assim como está na questão número 23 das “80 Questões” após a Conclusão deste livro.

No último dia Jesus atrairá todos a Ele (além disso ressuscitará os mortos de todas as épocas), e fará uma grande separação (Mateus 25). Julgará a todos pelas suas obras, e, pelas suas obras os ímpios serão condenados, e pela justiça de Cristo (justificação) os santos serão aceitos na glória (sendo também julgados pelas suas obras ante o tribunal de Deus para receber a sua herança e recompensa eterna). O galardão será dado a cada um após o julgamento, com níveis de recompensa diferentes para os condenados, entre eles; e também, com níveis de recompensa diferenciados para cada salvo.

Cremos que o fim do mundo está se aproximando; que no último dia Cristo descerá do céu, e ressuscitará os mortos da sepultura para retribuição final; que uma solene separação então tomará lugar; que o ímpio será condenado à punição, e o justo ao júbilo infindável; e que este julgamento fixará para sempre o estado final dos homens no céu ou no inferno, sobre os princípios da justiça. Confissão de Fé Batista de New Hampshire (1833).

Se não ficou claro o suficiente o estudo dessa seção, favor ler novamente as três últimas seções.

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