sábado, 30 de março de 2024

Próxima atualização (sem. que vem)

 Graça e paz a todos! Quatro tópicos abaixo para as próximas e IMPORTANTÍSSIMAS atualizações.

1. Semana que vem atualizarei meus livros sobre a Trindade acerca da Cláusula Filioque (procedência do Espírito também do Filho):

O Espírito Santo procede apenas do Pai, ou do Pai e do Filho? Resposta: ambos estão corretos, dependendo do significado atribuído ao verbo proceder:

No quesito de receber sua Divindade, conforme a Escritura, o Espírito é procedente apenas do Pai (o Pai é a fonte da Divindade, ou seja, a causa do Filho e do Espírito). No quesito mais abrangente do termo "proceder", conforme a comunhão da mesma essência (ou substância) entre as três Pessoas da Trindade, em que a Bíblia também é extremamente clara, o Espírito Santo é o Espírito do Pai e do Filho, procedente tanto do Pai como do Filho ("pois o Espírito é dado, revelado, manifesto, advém e é conhecido pelo Filho", conforme Gregório Palamas). Amém.

Gregório Palamas, Tomo (1351 apud Migne, J. P., Patrologiae cursus completus, series graeca, Paris (Apology 142.262C-D, 1857-1866) apud Papadakis, Aristeides (1983, Crisis in Byzantium: The Filioque Controversy in the Patriarchate of Gregory II of Cyprus (1283-1289), New York: Fordham University Press, pág. 91)).

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2. Também deixo a fonte da citação de Richard Swinburne, The Social Theory of The Trinity, 2018, Oxford.(Anexo - uma teoria racional para o entendimento da Trindade Cristã)

https://ora.ox.ac.uk/objects/uuid:1e1611a1-9bbb-4d35-8aa8-d61d6aa796ba/files/mfadfbc45c14102afc622ba840d691a9f

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E, penso em remover parte da conclusào da citação de Stanley Grenz baseado em Agostinho de que a Essência de Deus é o Espírito Santo. 

Estive meditando intensamente no Senhor, e realmente creio que:

A) a essência de Deus conforme João indica e conforme o sacrifício de Cristo claramente indica é o Amor.

Mas eu acho que isso não significa com todas as letras que o Espírito é o amor em que o Pai ama o Filho e o Filho ama o Pai conforme escreveu Agostinho, pois o Espírito é uma Pessoa também, e pra mim também faz sentido que, sendo três Pessoas (e baseado na teoria social da Trindade), o Pai também ama o Espírito e vice-versa e o Filho também ama o Espírito e vice-versa.

É claro que o Espírito é Amor também, como o Pai é a fonte da Divindade e como o Filho é o Poder, Sabedoria e Palavra de Deus, mas não podemos extrapolar com isso, pois, acima de tudo, o Pai, Filho e Espírito são três Pessoas, três centros de consciência e mente etc. que se relacionam entre Si e conosco e que são ligados pela essência divina de Deus que se chama Yahweh - a realidade absoluta, o Eu Sou, o ser Absoluto.

B) a essência de Deus também está baseada no nome Yahweh (Ele É / Eu Sou) - ser Absoluto, subsistente, Ele É a própria realidade absoluta em que vivemos cf. Atos 17 (John Piper afirma isso também).

C) Estou orando para Deus me guiar e me iluminar com mais um parágrafo conectando A e B acima. 

Amém.

D) E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. (Mateus 26:39 acf): Cristo, como tem duas naturezas, a divina e a humana, tem duas vontades também.

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Vou retirar a fonte Yahweh Ministries também, descobri que é uma seita pseudocristã. Fui direto às fontes e não mais fiz citação de citação.


quarta-feira, 27 de março de 2024

Livros gratuitos na apple (finalmente)

 Olá, graça e paz a todos!

Meus 29 livros finalmente estão gratuitos na loja apple br. Que sejam para a glória de Deus, amém!

sexta-feira, 15 de março de 2024

Livros gratuitos

Prezados,

Coloquei uma promoção nos meus livros, estão programados para logo estarem todos gratuitos na apple, smashwords.com e outras livrarias (exceto amazon e cópia física no clubedeautores.com.br).

A Teologia Sistemática também estará gratuita, mas demorará até uma semana para ser atualizada à segunda edição nas livrarias (processo de revisão).

Por enquanto, essa promoção não tem tempo para acabar, é por tempo ilimitado.

Estou em paz com isso.

Roberto


quarta-feira, 6 de março de 2024

Presentinho para os visitantes do meu blog - 24/mar/24

Graça e paz!
Eis um presente para os visitantes do blog (não sei até quando deixarei aqui):

Teologia Sistemática Interdenominacional, 2º ed. (mar. 2024), atualizado 24/3/24:



Atualizado em 24/3/24: Seção "Acerca do Nome "Lúcifer"", com algumas explicações adicionais.

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Atualização de 10/mar/24 

Os Atributos e a Essência de Deus

Depois de todos esses complexos raciocínios na doutrina de Deus, vale a pena refletirmos sobre a relação entre os atributos conhecidos e a essência/substância/natureza de Deus. Sabemos que a Bíblia com suas afirmações/atributos de Deus é a verdade absoluta pois foi inspirada pelo Espírito, e que a teologia, por sua vez, é limitada pela mente humana. Deste modo, o quanto podemos conhecer, de fato, na nossa mente limitada, a essência e o ser absoluto de Deus com absoluta certeza, pelos seus atributos? De acordo com Stanley Grenz (2000),

Em vez de afirmações estritas [de atributos] que pretendem representar um conhecimento objetivo e “científico” sobre Deus, os atributos são expressões que surgem da nossa experiência do Deus que se relaciona com os humanos e o mundo. Consequentemente, as descrições na forma de atributos são projetadas para facilitar e evocar louvores da comunidade de fé. Eles facilitam o louvor daqueles que conhecem a Deus de maneira pessoal. As afirmações atributivas não transmitem conhecimento da essência de Deus como uma realidade estática ou isolada do mundo [porém, se os atributos estão na Palavra (em contradição aos raciocínios e atributos construídos racionalmente por teólogos), que é inspirada, são verdade absoluta e pura realidade em Deus, colchetes meus, Roberto]. Em vez disso, as nossas descrições do Deus que conhecemos são tentativas de descrever o Deus em relacionamento. Através de tais declarações [baseadas na teologia e filosofia, colchetes meus], falamos sobre as relações eternas do Deus Triuno e a realidade de Deus no relacionamento com a criação, principalmente conosco. Deus não pode ser conhecido meramente por meio de uma compreensão intelectual de várias afirmações que pretendem descrever a sua natureza eterna. Assim, os vários atributos que os teólogos tradicionalmente atribuem a Deus não medeiam [de mediar, transmitir] o conhecimento de Deus. Deus é conhecido pessoalmente – como uma pessoa é conhecida – através do encontro pessoal, e nunca como um objeto que examinamos. Os atributos tradicionais de Deus funcionam como um lembrete útil da perfeição de Deus em comparação com seres humanos e o universo. Eles servem para mostrar a grandeza de Deus, quando comparamos Deus com o universo que ele criou. Grenz (2000).

Entretanto, a Escritura afirma e testifica que parte de Deus pode ser conhecido com certeza absoluta, mesmo na nossa mente limitada, pois Deus se revelou a nós de diversas maneiras. Por exemplo: Romanos 1:19-21a Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças...

As afirmações, atributos e pensamentos de Deus declarados por Ele mesmo na Bíblia são verdade absoluta (Deus não pode mentir e a Escritura é inerrante), e por eles realmente conhecemos, mesmo na nossa mente limitada, parte da essência e da verdade absoluta de Deus em Si mesmo, como Ele é fora da criação, pois somos imagem Dele.

Mas, claro, como a Bíblia é verdade absoluta e a teologia não, afirmações concebidas racionalmente, de fora da bíblia, por seres humanos como nós – como as da teologia – não nos fazem compreender a essência de Deus em Si mesmo, como escreveu Stanley Grenz (2000) acima, mas foram concebidas racionalmente para edificação e para louvor da glória de Deus na terra. Porém, conhecemos o Senhor nosso Deus, de fato, não através de afirmações de atributos descritivos, mas através de um relacionamento pessoal com Jesus Cristo, pelo Espírito de amor.

Se uma criança não compreende com maestria as conversas de adultos com seus raciocínios, assim também nós não compreendemos plenamente o Senhor nosso Deus nesta vida, mas em parte - a Bíblia afirma que verdadeiramente conhecemos em parte, e isso não é ilusão, nem relativo (1Coríntios 13:12 Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então [na eternidade] veremos face a face; agora conheço em parte, mas então [na eternidade] conhecerei como também sou conhecido). A verdade absoluta é a Palavra de Deus. E ela também diz que devemos ser humildes como meninos para entrarmos no Reino dos céus.

Veja também a conclusão da subseção 10.5.2.2 Os Decretos de Deus, da relação do nosso conhecimento atual com a Mente de Deus.

Para olhar para a plenitude de Deus, basta olhar para Cristo, o resplendor da Glória de Deus e a expressa imagem do Pai. Cristo nos revelou tudo o que ouviu do Pai, pelo Espírito, conforme a Escritura.


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hoje, 7/3/24: Bìblia NVI foi publicada no ano 2001, não 2000; NVT inserida, e foi publicada em 2016, não 2018. Um versículo da NVT na seção Deus é Amor (abaixo).


1. Doutrina de Deus (Nome de Deus, seções 3.2.); (incorporei o livro do outro post dentro do livro, com melhorias até dia 5);

2. Doutrina de Deus também, seção 3.6 (Deus É Amor):

Outros versículos que relacionam a forte relação do Espírito com o Amor:

Romanos 5:5 "E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado."

Romanos 15:30 "E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus;"

Gálatas 5:22a "Mas o fruto do Espírito é: amor... "

Colossenses 1:8 "O qual nos declarou também o vosso amor no Espírito."

II Timóteo 1:7 “Pois Deus não nos deu um Espírito que produz temor e covardia, mas sim [...] amor [...]. (Nova Versão Transformadora, 2016).

I Pedro 1:22 "Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro;"

3. Referências Bibliográficas (acrescentadas umas 5-6).

4. Figuras das seções 10.7.3 (conclusão da soteriologia - o processo de salvação); e da seção 13.4 (Como Deus forma o futuro, do capítulo extra)

5. Um monte de detalhezinhos sem importância.


sábado, 2 de março de 2024

Teologia Sistemática Interdenominacional em sua segunda edição! Amazon Kindle, Smashwords.com (formatos epub/pdf) e ClubedeAutores.com.br físico.

Prezados irmãos, publiquei a Teologia Sistemática em sua segunda edição (março de 2024).

Foi adicionado o livro acerca do Nome Pessoal de Deus em Hebraico dentro da "Teologia Sistemática Interdenominacional".

Está na Amazon baratinho, 3 reais.

No smashwords, 99 centavos de dólar.

e no Clube de Autores por R$ 74 mais ou menos (800 p.), cópia física.

Deus abençoe ricamente.

Roberto Fiedler Rossi

sexta-feira, 1 de março de 2024

O Nome Pessoal de Deus em Hebraico - Roberto Fiedler Rossi - smashwords.com (PDF gratuito), amazon kindle.

 atualizado 1/abr/24


ISBN: 9798215457122

Título: O Nome de Deus em Hebraico

Autor: Roberto Fiedler Rossi

Casa Publicadora: Smashwords.com

Edição: 1ª (2 de março de 2024)


 

Prefácio

 

Êxodo capítulo 20, o segundo livro da Bíblia, nos informa os dez mandamentos, falados pelo próprio Deus, pelos quais também o Senhor julgará a humanidade.

Como exemplo, temos Êxodo 20:7:

Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.

Mas qual o nome próprio do Senhor?

Eis que Ele se revelou a Moisés em Êxodo 20:13-15 com uma palavra, um Nome, cuja escrita consiste em 4 consoantes, quatro letras do alfabeto hebraico, chamado de Tetragrama (YHWH).

O mistério é que as consoantes são impronunciáveis, e necessitamos de vogais para a pronúncia de YHWH, vogais que aparentemente se perderam com o desuso.

Como proceder daqui, entretanto?

Qual é, então, o nome próprio de Deus em hebraico?

É possível conhecê-lo ainda mais?


 

Sumário

 

Prefácio. 2

Introdução. 5

Tentando Interpretar Êxodo 3:14-15 (Ehyeh e YHWH) 7

Ehweh/Ehyeh e YHWH: Como se Relacionam?. 10

Yahweh. 11

Enfim, Yihweh ou Yahweh?. 14

Fontes Extrabíblicas Antigas que Mencionam Yahweh. 18

Mas Quem é Yahweh? Apenas o Pai?. 22

Conclusão: Como Devo Chamar o Senhor nosso Deus?. 24

 


 

Introdução

 

 

O texto base e principal que trabalharemos neste livreto será Êxodo 3:13-15, quando Deus se revela a Moisés na sarça ardente:

¹³ Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?

¹⁴ E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU [Hebr. Ehyeh asher Ehyeh]. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU [Hebr. YHWH, ou יהוה] me enviou a vós.

¹⁵ E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor [YHWH] Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração.

Primeiramente, devemos dizer que o nome “Jeová” não é Bíblico, pois ele simplesmente é uma forma híbrida, a união de YHWH (tetragrama de quatro consoantes hebraicas), escrito como JHVH (uma variante de YHWH – porém no hebraico o J não existe!), com as vogais de outra palavra em hebraico – vogais da palavra “Adonai” (que significa Senhor, Soberano), formando “JeHoVaH” ou “YeHoVaH” pela gramática da língua hebraica (que altera algumas vogais), e então na idade média criaram a forma híbrida chamada “Jeová”. É uma união de duas palavras, uma forma híbrida, portanto, nunca foi bíblica, correta, nem tampouco esse é um nome de Deus, embora esteja em diversas bíblias antigas. Porém, respeitamos o seu uso em louvores e bíblias antigas.

Alguns judeus, como Santos, Renato (2020, Deus Não Disse: "Eu Sou o Que Sou" Para Moisés - Aula De Hebraico - Prof. Renato Santos, YouTube, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1s0tqoPzBKg), disseram que no hebraico não existe a expressão "Eu sou", discordando de algumas traduções das nossas bíblias, pois não existe o tempo verbal "ser" ou "estar" no presente, e a expressão traduzida palavra por palavra em Êxodo 3:14 seria "Eu serei o que serei".

Entretanto, veremos que não é correto traduzir essa expressão bíblica de Êxodo como “Eu Serei o que Serei”: Segundo muitos eruditos, a expressão "Eu Sou o que Sou" (usada nas Bíblias Almeida em português, Nova Versão Internacional, King James em inglês, etc.), é uma tradução correta (porém não literal) e realmente é a melhor tradução para a nossa língua.

Para confirmar isso, a Septuaginta ou LXX, que é a tradução do Antigo Testamento mais antiga que existe hoje – a Escritura citada e usada por Jesus e pelos apóstolos, que foi escrita no Séc. III a.C. por 72 sábios judeus, seis de cada tribo de Israel (experts em hebraico antigo!) – ela foi traduzida do hebraico para o grego, e traduz esse trecho como "Eu Sou Aquele que É" (pode-se ver isso mais facilmente lendo a Septuaginta em inglês em Êxodo 3:14, “I am The One Who Is” (Pietersma e Wright, A New English Translation of The Septuagint, Oxford Press, 2007, p. 53), bem parecido com "Eu Sou o que Sou". Portanto, a tradução do trecho como “Eu Sou o que Sou” está teologicamente correta e bem traduzida, pois, mesmo não literal, transmite tudo o que Deus quis dizer, visto que Deus É, e não simplesmente será.

É também digno de nota que YHWH ocorre 6823x no Antigo Testamento (cf. The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon (217) apud Ernst Jenni e Claus Westermann, Theological Lexicon of the Old Testament, Hendrickson, 2004), portanto o tema é importante!


Tentando Interpretar Êxodo 3:14-15 (Ehyeh e YHWH)

 

Um certo teólogo que citei alguns anos atrás, chamado Johannes (Why isn't the Tetragrammaton used in Exodus 3:14? 2016a. Disponível em: https://hermeneutics.stackexchange.com/a/23305), fez uma pesquisa e publicou-a acerca de Êxodo 3:14-15 que está na Introdução, o que pode ser útil agora:

“Temos que levar em consideração duas propriedades dos verbos hebraicos: radical e forma.

Um radical verbal é uma ramificação da raiz usada para indicar as propriedades de voz e aspecto. As raízes relevantes aqui são:

Raiz Qal: ação simples, voz ativa;

Raiz Hifil: ação causal, voz ativa.

O hebraico tem duas formas verbais principais: o perfeito e o imperfeito. O perfeito descreve a ação concluída, enquanto o imperfeito descreve ações ou estados que são incompletos, em andamento, habituais ou contínuos.

O nome revelado em Êx 3:14, "Ehyeh", é radical Qal, primeira pessoa, singular, forma imperfeita do verbo "hyh", "ser". Portanto, significa "Eu era", "Eu sou" ou "Eu serei", tudo em um sentido contínuo, dependendo do contexto em que pode ser usado. Portanto, se usado por Deus na primeira pessoa, visto que Deus vive na eternidade, que não é uma sucessão infinita de momentos, mas um momento de plenitude infinita, será "Eu Sou" (o que fica claro em Jo 8.58, quando Jesus diz "antes que Abraão existisse, Eu Sou", e não "antes que Abraão existisse, eu existia").”

O nome revelado em Êx 3:15 [verso seguinte], "YHWH", vem de "hwh", uma variante arcaica da raiz "hyh", "ser". Em contraste com "Ehyeh", pode ter dois significados possíveis, dependendo de sua vocalização:

1. Radical Qal, terceira pessoa, singular, forma imperfeita, se vocalizado "YiHWeH", significando "Ele era", "Ele é" ou "Ele será", tudo em um sentido contínuo e dependendo do contexto em que possa ser usava. Portanto, se for usado por uma criatura, que existe no tempo, para se referir a Deus, iria se referir a todos os três significados ao mesmo tempo, como no passado Deus era continuamente, no presente Deus é, e no futuro Deus será continuamente: "Ele era, é e será". Assim, neste caso, o Tetragrama [Yihweh] é o mesmo Nome revelado em Êx 3:14 [Ehyeh, usado por Deus para Moisés], mas pronunciado por uma criatura, denotando Deus como Ele é em Si mesmo: Absoluto, Ser Subsistente.

2. Radical Hifil, terceira pessoa, singular, forma imperfeita, se vocalizado "YaHWeH", significando “Ele causa ser”, ou, mais completamente, "Ele estava causando, causa e fará ser". Neste caso, enquanto o nome de Êx 3:14 denota Deus como Ele é em si mesmo, o nome em Êx 3:15 denota Deus como Ele é por nós: o Criador, aquele que nos faz.”

Johannes (2016a).

 

Ele conclui:

“Visto que apenas "Aquele que É" pode "fazer ser", ou em termos filosóficos, que apenas o Ser Subsistente pode dar existência e sustentar seres contingentes em existência, o Nome YaHWeH pressupõe necessariamente os Nomes EHYEH / YiHWeH.” Johannes (2016b. El Nombre próprio de Dios en primera y tercera persona revelado en Ex 3,14-15. Disponível em: http://gnosesthehotiegoeimi.blogspot.com/2016/03/el-nombre-propio-de-dios-en-primera-y.html).

 

Porém o leitor pode concordar comigo que devemos discordar da conclusão da interpretação acima (último parágrafo acima), pois o nome de Deus na Bíblia, YHWH não é um só, ou seriam dois nomes baseados no contexto? Ou é Yahweh, ou é Yihweh, ou outra coisa! Não pode ser os dois, não importa o quão bonito fique teologicamente ou filosoficamente!


 

Ehweh/Ehyeh e YHWH: Como se Relacionam?

 

Outra opinião é a do expert em Hebraico e pesquisador J. A. Benner (“This is my Name - יהוה and אהיה (Part 2 of 2)”, YouTube, abr. 2009. Disponível em <https://youtu.be/51h8ssppxn0?si=tPPAZWlZiETeC7CT>.

Segundo ele [como também disse Johannes acima], os dois nomes de Êxodo 3.14-15, Ehweh e YHWH, são relacionados: O verbo “HWH” é idêntico ao verbo “hayah” (ser):

A conjugação é:

1ª pessoa        eh-weh                       Eu Existo       Eu Sou [Êx 3:14]

2ª pessoa        tih-weh           Tu Existes     Tu És [não usado]

3ª pessoa        yih-weh          Ele Existe      Ele é [Êx 3:15]

         [YHWH]

Ele disse: lembre-se, todos os nomes hebreus são palavras com significado. Assim, nomes como Jehovah, Yahweh, Yahueh, Yehovah, etc. não significam nada em hebraico. Portanto, em minha opinião, a pronúncia do nome YHWH, é Yih’weh...

Porém, ele não acredita que o foco deve ser em como o nome é pronunciado, mas no que o nome significa. Êxodo 20.7 Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão. Na opinião dele, significa: Não deverás representar o caráter de YHWH falsamente!


 

Yahweh

 

A opinião do hebraísta do capítulo anterior está corretíssima baseada na gramática e morfologia conhecida do hebraico bíblico, o que me levou a acreditar por alguns anos que o nome de Deus original fosse Yihweh, mas não creio mais que o nome de Deus revelado a Moisés seja este. Vou mostrar-lhes, passo a passo, minha opinião, baseado em diversas referências.

Dicionários bíblicos, teológicos, enciclopédias e léxicos que consultei que dizem que o nome próprio de Deus, é Yahweh, e não Yihweh:

“Embora os estudiosos cristãos após os períodos da Renascença e da Reforma usassem o termo Jeová para YHWH, nos séculos 19 e 20 os estudiosos da Bíblia começaram novamente a usar a forma Yahweh. Os primeiros escritores cristãos, como São Clemente de Alexandria no século II, usaram uma forma como Yahweh, e esta pronúncia do tetragrama nunca foi realmente perdida. Muitas transcrições gregas também indicaram que YHWH deveria ser pronunciado Yahweh.” Encyclopaedia Britannica, Yahweh, 4 de mar. 2024. Disponível em: <https://www.britannica.com/topic/Yahweh>.

“A verdadeira pronúncia do nome YHWH nunca foi perdida. Vários dos primeiros escritores gregos da Igreja Cristã testificam que o nome era pronunciado “Yahweh”. (Em: “GOD”, Encyclopaedia Judaica, 2ª ed., vol. 7 (Fey-Gor), Skolnik e Berenbaum, 2007, p. 675).

“Tal conclusão, dando ‘Yahweh’ como a pronúncia do nome, é confirmada pelo testemunho dos Pais e dos escritores gentios, onde aparecem as formas Iao, Yaho, Yaou, Yahouai e Yaoue. Especialmente importante é a declaração de Teodoreto em relação ao Êxodo, quando ele diz: ‘os samaritanos chamam-no [o tetragrama] ‘Yabe’, os judeus [chamam-no] de ‘Aia’…” (Em: “Yahweh”, The New Schaff-Herzog Religious Encyclopedia, Vol. XII: Trench – Zwingli, de Philip Schaff, 1950, p. 471).

“Yahweh era, sem dúvida, a pronúncia aproximada do tetragrama, da palavra de quatro letras YHWH, uma vez que foram encontradas transliterações para o grego na antiga literatura cristã, na forma de iaoué (Clemente de Alexandre) e iabé (Teodoreto) pronunciada “iave”. (Em: “Deus, nomes e títulos de”, Dicionário Bíblico Wycliffe, 2ª ed., CPAD, de Peiffer, Vos e Rea, 2007, p. 544).

 

Freedman (1996) concorda com as citações anteriores:

Instâncias do nome divino escrito em letras gregas, como Iao (equivalente a Yaho), Iabe (conhecido pelos samaritanos, Teodoreto [século IV d.C.] e Epifânio), Iaoue, Iaouai (Clemente de Alexandria [século III d.C.]), e Iae também favorecem a forma “Yahweh” (NWDB, 453).

David Noel Freedman, The Anchor Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1996, c1992), 6:1012. apud Dr. Michael Heiser (https://drmsh.com/TheNakedBible/YahwehNotes.pdf).


 

Enfim, Yihweh ou Yahweh?

 

 

Agora fica a dúvida, seria realmente, como todos essas enciclopédias dizem ser Yahweh o nome de Deus, e por que não seria Yihweh, conforme falou o expert em hebraico antigo?

Para tal vamos mais fundo e citemos Ernst Jenni e Claus Westermann, Theological Lexicon of the Old Testament (Hendrickson, 2004):

YAHWEH

Mais apropriado que o árabe para a região do Sinai na segunda metade do segundo milênio [antes de Cristo] seria uma forma antiga de um verbo semítico do noroeste com o significado de “ser, tornar-se, mostrar-se, agir”, etc., como o Hebraico hyh e Aramaico hwh. Como um Hifil [explicado por Johannes no início] causativo deste verbo, o que daria numa etimologia “aquele que cria, aquele que mantém a existência” não parece ser atestado, apenas o Qal [explicado por Johannes anteriormente] “Ele é, Ele se mostra ativo” pode ser praticamente considerado (o prefixo vocálico não argumenta contra isso, pois o posterior Hebraico/Aramaico “yi-” deriva de “ya-”; cf. Meyer 2:99 (R. Meyer, Hebräische Grammatik, 2 Vol.)). A etimologia do nome Yahweh amplamente difundida hoje se aproxima bastante da interpretação de Êxodo 3:14 (cf. W. von Soden, WO 3/3 [1966]: 177–87; W. H. Schmidt, Atl. Glaube und seine Umwelt [1968], 59–61; G. Fohrer, History of Israelite Religion [1972], 77; S. Herrmann, Israel in Egypt [1973], 51–54); a compreensão adequada do significado de hyh, que deve ser distanciada da compreensão estática (cf. LXX em Êx 3.14) em favor de uma atividade dinâmica, é decisiva.

E. Jenni e C. Westermann (2004).

Guarde as informações dessa fonte, vamos trabalhar com elas agora.

A fonte acima diz, no final, que o trecho de Êx 3:14 (Eu Sou o que Sou) não deve ser traduzido estaticamente (o que daria Eu Serei o que Serei), mas dinamicamente, como fez decisivamente a LXX (Septuaginta): Eu Sou Aquele que É.

Continuando, em Êxodo 3:15, “Eu Sou” na terceira pessoa (“Ele É”) usando-se de regras dos massoretas (que eram escribas judeus que do ano 500 ao 1000 d.C. colocaram as vogais no Antigo Testamento para que não fosse perdida a pronúncia original), é chamado de YihWeh.

Já locais do AT com abreviaturas do nome de Deus, foram pontuados corretamente pelos massoretas: Aleluia, Hallelu-"Yah" (Louvai a Yah), como um nome de Deus com início de “Yah”, o que poderia ser YAH-weh. Assim, aleluia nas nossas bíblias está como “Louvai ao SENHOR [traduzido de Yah]”. A forma abreviada Yah está listada 50 vezes nas Escrituras, como no Salmo 147:1 – lê-se da direita para a esquerda (https://hebraico.pro.br/):


Deve-se notar que a escrita de “Yah”, como no Aleluia, é original e inspirada, pois os massoretas pontuaram perfeitamente, como sabiam e pronunciavam, a vogal “a” no meio do “Y-H” (início de YHWH). Mas os massoretas não pontuaram perfeitamente o nome pessoal completo de Deus em hebraico com as vogais próprias do nome de Deus (YHWH – יהוה) por tamanha reverência e temor, mas com as vogais de Adonay (justamente para se lembrarem de dizer Adonay, não Yhwh), e a forma híbrida por causa das vogais de outra palavra não é original (o que levou à invenção e adoção da forma híbrida Jeová na idade média, quando tinham pouco conhecimento de hebraico), mas simplesmente devocional (pois os judeus ao lerem o tetragrama pronunciam até hoje, por reverência, Adonay – que significa “Senhor”).

Porém, a palavra correta e completa, com consoantes e vogais, com as regras gramaticais conhecidas atualmente de acordo com os hebraístas bíblicos seria “Yihweh” (para chegarmos em “Ele É”), e não “Yahweh” (de acordo com Johannes e J. A. Benner). Como resolver?

Para resolver essa questão E. Jenni e C. Westermann (2004, baseado em Meyer, fonte acima) disseram que o prefixo vocálico “yi-” do hebraico e aramaico posterior provém ou deriva do prefixo vocálico “ya-” de um verbo da língua anterior ao hebraico e aramaico (porque os idiomas mudam ou se transformam com o tempo), que seria, de acordo com a citação acima, não estritamente árabe, mas baseado em um verbo do idioma semítico do noroeste da região. Portanto, Yahweh (antigo, original, inspirado) tornou-se Yihweh (nome que é logicamente coerente).

Conclui-se que Yihweh seria baseado numa compreensão estática de hwh (ser), e Yahweh, baseado numa compreensão dinâmica do verbo ser, o que é decisivo segundo E. Jenni e C. Westermann (2004), tal como a LXX propôs Êx 3:14 (“Eu Sou Aquele Que É”, e não “Eu serei o que serei”).

Continuando, escritos de Pais da Igreja, como os citados, confirmam que chamavam o nome de Deus em hebraico transliterado ao grego, principalmente, como “Iaoue” (em hebraico seria Yahweh). Formas menos usadas pelos pais seriam Yahu (ou outras) que alguns intérpretes incoerentes hoje em dia chamam de Yahuah, cuja forma não obedece diversas regras em hebraico, e portanto Yahuah é uma forma incorreta e nada significa. Conclui-se que os primeiros pais da igreja também confirmam o nome de Deus como Yahweh.

Além disso existem achados arqueológicos de nações pagãs ainda mais antigos do que da época de Moisés citando o nome de Yahweh, inclusive com vogais (em contradição ao hebraico antigo que só possuía consoantes na escrita), o que será mostrado adiante.

Desta forma, baseado nas regras gramaticais do hebraico bíblico conhecidas hoje, baseado em Johannes no início deste livreto, a forma verbal Yahweh significaria “O Causador” de tudo (Ele causa, traz à existência), visto que o verbo é uma ação causal imperfeita (verbo de raiz Hifil), mas que conflita com Êx 3.14-15 que fala que YHWH deveria significar “Ele É” e não “Ele Causa” falado por criaturas como nós (como pontuaram E. Jenni e C. Westermann (2004), acima). Uma vez que o Hebraico e o Aramaico posterior derivaram o prefixo “yi-” da forma antiga “ya-” conforme os autores acima, o Yihweh de hoje, ainda que significa “Ele É” e esteja correto, é também uma forma construída pela racionalidade/entendimento da língua hebraica a partir do Yahweh de antigamente (original), nome do qual Deus Triuno se revelou a Moisés. E por isso o Yahweh de hoje não significa "Ele Causa Ser" como se deriva do verbo e da gramática hoje (como escreveu Johannes), mas sim significa corretamente, como esperado, "Ele É", como está em Êxodo 3.15.

Como dito, ocorreu uma transição linguística que o hebraico/aramaico posterior da língua semítica anterior trocou o “ya-” antigo pelo “yi-” novo, o que satisfaz a gramática bíblica dos massoretas preservada hoje, mas o nome mesmo de Deus, voltando na origem, é Yahweh.


Fontes Extrabíblicas Antigas que Mencionam Yahweh

 

Duas fontes da antiguidade que citam o nome de Yahweh (Tábua de Mari, 1780 a.C., séculos antes de Moisés):

 

1.     Tábua de Zimri-Lim, rei de Mari.

(https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tablet_Zimri-Lim_Louvre_AO20161.jpg)


 De acordo com Jean-Marie Durand, as tábuas Mari (1796–1761 a.C.) foram escritas principalmente na língua acadiana (dialeto semita), embora algumas fossem bilíngues, também escritas em hurrita e sumério. As tabuinhas eram principalmente do segundo milênio (1800–1750 a.C.) e continham documentos de tratados entre Iasmah-Adad e Zimri-Lim, bem como entre Zimri-Lim e Hamurabi [Jean-Marie Durand, “Mari (Texts),” ed. David Noel Freedman et al., trans. Jennifer L. Davis, Anchor Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1996), 4:533]. Embora o texto tratasse principalmente de transações financeiras, administrativas e comerciais, eles mencionam nomes de pessoas e lugares com paralelos impressionantes com os registros patriarcais em Gênesis. Os costumes, práticas e nomes refletidos nos textos Mari também ilustram práticas durante os tempos patriarcais que são semelhantes às mencionadas por Abraão, Isaque e Jacó. Por exemplo, tratados e pactos foram ratificados pela matança de um jumento, conforme descrito no pacto entre os Siquemitas e Jacó (Gn 33:19; 34:1–3). O nome de Yahweh aparece nas tábuas, mas embora não seja provavelmente adorado em Mari, parece ser conhecido entre os nomes Yawi, como o nome do Antigo Testamento Yawi-El (Joel). A prática da proibição ou Hêrem imposta à vida e à propriedade das conquistas, que foi proclamada em Jericó (Josué 6), também é descrita nas tábuas de Mari como asakkum. Entre as semelhanças, ambos os relatos descrevem penalidades severas pela violação da proibição. [Abraham Malamat, “The Ban in Mari and in the Bible,” in Biblical Essays, Proceedings of the Ninth Meeting of Die Ou-Testamentiese Werkgemeenskap in Suid-Afrika (Potchefstroom, South Africa: Society for the Study of the Old Testament, 1967), 40–49].

David E. Graves, Key Themes of the Old Testament: A Survey of Major Theological Themes (Moncton, N.B.: Graves, 2013), 220-21 (https://biblicalarchaeologygraves.blogspot.com/2014/12/bonus-14-mari-tablets.html).

1.     Tábuas da época de Hamurabi, onde uma é do reino do seu pai Sin-mubalit, que reinou em aproximadamente 1800 a.C. Essas tábuas, em comparação ao hebraico, estão em escrita cuneiforme que contém vogais! (Fonte da imagem abaixo: Friedrich Delitzsch, Babel and Bible, 1902, p. 71, Forgotten Books):

Friedrich Delitzsch, Babel and Bible, 1902, p. 71, Forgotten Books, obtido em Google Livros

Essas tábuas nos dizem que alguém na época de Hamurabi aparentemente adorou ao Deus que se revelou a Abraão, poucos séculos antes de Moisés, escrevendo “Yahweh é Deus”.

Portanto, ainda antes de Moisés, a quem Yahweh revelou mais perfeitamente e profundamente o significado do Seu Nome comparado aos mais antigos do que ele (como Abraão, Isaque e Jacó, pois a revelação é progressiva) cf. Êxodo 6.3: não lhes fui perfeitamente conhecido (Moisés viveu mais ou menos em 1200-1400 a.C.), Deus já se havia revelado a alguns como “Yahweh, Deus, o Existente, o Eterno”, e faz sentido, visto que a descendência piedosa de Adão através de Sete serviu ao Senhor, dando origem a pessoas fiéis como Enoque, Noé e Abraão.

 

Mas Quem é Yahweh? Apenas o Pai?

 Essas tábuas nos dizem que alguém na época de Hamurabi aparentemente adorou ao Deus que se revelou a Abraão, poucos séculos antes de Moisés, escrevendo “Yahweh é Deus”.

Portanto, ainda antes de Moisés, a quem Yahweh revelou mais perfeitamente e profundamente o significado do Seu Nome comparado aos mais antigos do que ele (como Abraão, Isaque e Jacó, pois a revelação é progressiva) cf. Êxodo 6.3: não lhes fui perfeitamente conhecido (Moisés viveu mais ou menos em 1200-1400 a.C.), Deus já se havia revelado a alguns como “Yahweh, Deus, o Existente, o Eterno”, e faz sentido, visto que a descendência piedosa de Adão através de Sete serviu ao Senhor, dando origem a pessoas fiéis como Enoque, Noé e Abraão.


 

Mas Quem é Yahweh? Apenas o Pai?

Yahweh é o nome da Divindade comum às três Pessoas: de acordo com Oliveira, Jamierson, Doutrina de Deus II, Curso Interdenominacional (2014):

A Bíblia diz que só um é chamado de Yahweh (Deuteronômio 6.4; Salmo 83.18); no entanto cada uma dessas Pessoas é chamada de Yahweh [nas nossas bíblias está como “Senhor”]:

 

O PAI É YAHWEH:

1Sm 2.2 (Não há ninguém santo como o Senhor; não há outro além de ti; não há rocha alguma como o nosso Deus);

1Cr 17.20 (Não há ninguém como tu, ó Senhor, nem há outro Deus além de ti, conforme tudo o que ouvimos com os nossos ouvidos);

Is 37.20 (Agora, Senhor nosso Deus, salva-nos das mãos dele, para que todos os reinos da terra saibam que só tu, Senhor, és Deus).

 

O FILHO É YAHWEH

Is 40.3 (Uma voz clama: "No deserto preparem o caminho para o Senhor; façam no deserto um caminho reto para o nosso Deus) comparado a Mt 3.3 (Este é aquele que foi anunciado pelo profeta Isaías: "Voz do que clama no deserto: 'Preparem o caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele' ");

Jr 23.5-6 (Ele será rei e governará com justiça e sabedoria, e no seu reinado a justiça se espalhará por toda a terra. Quando ele reinar, Judá será salvo e Israel viverá em perfeita paz; e todos vão chamá-lo pelo seu nome: O Senhor é a Nossa Justiça).

 

O ESPÍRITO SANTO É YAHWEH

Jz 15.14 (Quando ia chegando a Leí, os filisteus foram ao encontro dele aos gritos. Mas o Espírito do Senhor apossou-se dele. As cordas em seus braços se tornaram como fibra de linho queimada, e os laços caíram das suas mãos) comparado a 16.20 (Então ela chamou: "Sansão, os filisteus o estão atacando! " Ele acordou do sono e pensou: "Sairei como antes e me livrarei". Mas não sabia que o Senhor o tinha deixado).

Êx 17.7 (E chamou aquele lugar Massá e Meribá, porque ali os israelitas reclamaram e puseram o Senhor à prova, dizendo: "O Senhor está entre nós, ou não?) comparado a Hb 3.7-9 (Assim, como diz o Espírito Santo: "Hoje, se vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração, como na rebelião, durante o tempo de provação no deserto, onde os seus antepassados me tentaram, pondo-me à prova, apesar de, durante quarenta anos, terem visto o que eu fiz).

J. Oliveira (2014).

Tal feito que ocorre com o Nome “Yahweh” também ocorre com o nome “Senhor (hebr. Adonay, gr. Kyrios)”: o Pai é Senhor, o Filho é Senhor e o Espírito Santo é Senhor, todavia, porém, há um só Senhor. O Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus, sendo, porém, um só Deus (ver o Credo de Atanásio para mais detalhes).


 

Conclusão: Como Devo Chamar o Senhor nosso Deus?

 

Ainda que o nome pessoal em hebraico da Divindade do Deus verdadeiro, compartilhado entre as três Pessoas da Trindade seja Yahweh (o EU SOU), deve-se notar que em nenhum versículo do Novo Testamento Jesus e os apóstolos escreveram o tetragrama ou Yahweh (hebraico), mas usaram-se de Kyrios, que significa “Senhor” em grego.

Não se sabe se Jesus chamava o Pai também de Yahweh, pois o que se pode ver no Novo Testamento é Jesus chamando-o de Pai, Senhor e Deus. Mas como Jesus falava hebraico e aramaico, provavelmente o chamava de Yahweh também lado a lado com Senhor (Kyrios). Todavia, o que se pode ver no Novo Testamento é Jesus intitulando-se de Yahweh juntamente com o Pai (João 8.58 Eu Sou).

Não conheço registro de que os apóstolos chamassem Jesus ou Deus de Yahweh (com essa palavra), visto que a Escritura que usavam era principalmente a Septuaginta grega (LXX), mas utilizaram-se nos escritos dos termos para a Trindade como Senhor, Deus, Espírito, Filho, Pai etc.

E aquele que tomar o nome do Senhor em vão (Êx 20), seja como Senhor, Deus, Espírito Santo, Filho, Jesus, Pai, Yahweh, Yeshua etc. peca contra o Senhor desobedecendo seu mandamento: não é apenas usar o nome de Yahweh (no lugar dele em algumas bíblias está escrito: “SENHOR”) em vão, mas também ir contra seu caráter em nossas vidas (como disse J. A. Benner, pág. 9) desobedecendo seus mandamentos, e deixando de santificar o Senhor nosso Deus em nós (Mt 6.9 ...santificado seja o teu nome).

Vale salientar que não cremos, como me disse uma pessoa, que se conhecermos o nome de Deus nos apropriamos Dele. Isso é uma grande heresia! Também não concordo com o temor excessivo de falar o nome de Deus em vão, como alguns escrevem “D’us” etc. Não faz sentido. Historicamente, a igreja do Senhor em dois mil anos nunca acreditou que mencionar o nome do Senhor seja errado, nunca acreditou que falar Deus ou Senhor com temor, claro, seja tomar o nome de Deus em vão. Porém, devemos fazê-lo sempre com reverência. Confie no Senhor.

Depois de tudo isso, estes tópicos foram escritos para que o leitor conheça mais e mais o Senhor, subindo degrau após degrau no relacionamento com o Senhor nosso Deus, Yahweh, e se aprofunde em conhecer e crescer na graça, conhecimento, poder e virtude de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Tentei explicar coisas bem complexas, tentei deixar menos complicado, que o leitor avalie tudo com bom senso.

Para mim foi imensamente prazeroso redigir esse livreto e pesquisar o seu conteúdo, pois creio ter ficado pessoalmente mais íntimo de Deus Triuno, e pude compartilhar com os irmãos o que o Senhor me tem revelado – pois pedi para conhecer o Seu nome, e Ele me levou a esses complexos estudos, e complexos raciocínios.

Ainda, confesso que não pude nem procurei explicar e referenciar as coisas básicas, como por exemplo de hebraico neste livreto (pois é um livreto, um estudo), o que pode ter ficado complexo demais, mas deixo o conselho de Paulo: “examinai tudo, retende o bem”; “seja tudo para vossa edificação”.

Concluo dizendo mais uma vez que fiquei imensamente feliz de estar mais perto do Senhor através da escrita dessa obra, mais perto de Yahweh, do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e espero que o leitor se sinta um pouquinho mais íntimo do Senhor, que seja visitado pelo Espírito Santo através dessas obras, desejando buscar a face de Deus um pouco mais, desejando se inteirar na Palavra e na teologia um pouco mais, e principalmente desejando ser do círculo daqueles que eram íntimos de Jesus, como Pedro, Tiago e João, aprovados em Cristo (Romanos 16.10) para a glória de Deus Pai.

Ora, pois, glória a Deus eternamente, o EU SOU, a própria realidade absoluta, pois Nele nos movemos, e vivemos e existimos. Que nossas vidas sejam para louvor da Sua glória, e que sejamos obedientes desde essa Terra até a eternidade, crescendo de glória em glória.

Amém!